O que é BIM 10D?

O que é BIM 10D?

 

O BIM 10D, a última dimensão do Building Information Modeling (BIM), surge como uma ferramenta de centralização de dados que amplifica a eficiência em todas as etapas de um projeto. Utilizando tecnologia avançada, o BIM 10D facilita o trabalho dos gerentes de projeto ao consolidar informações essenciais e permitir uma visão integrada de todo o processo. Mas como exatamente essa dimensão ajuda no gerenciamento de projetos?

Dimensões 8D, 9D e 10D do BIM – SPBIM

Diferenças entre o BIM 10D e as outras dimensões

 

Cada uma das dimensões anteriores contribui para o desenvolvimento detalhado e integrado de um projeto: pesquisa (1D), vetorização (2D), modelagem tridimensional (3D), planejamento temporal (4D), controle orçamentário (5D), sustentabilidade (6D), gestão de instalações (7D), segurança (8D) e construção enxuta (9D). O BIM 10D complementa e fecha esse ciclo ao centralizar documentos e informações, oferecendo um ponto único de acesso a todos os dados de um projeto.

O BIM 10D traz a ideia de que, reunindo todas essas dimensões, é possível realizar projetos de forma mais eficiente e coordenada. Sua aplicação visa promover a industrialização do setor da construção, tornando-o mais produtivo, econômico e seguro, além de possibilitar a integração de novas tecnologias, como a digitalização de processos e a automação. A décima dimensão é, portanto, considerada o ápice da integração tecnológica no BIM, promovendo uma construção mais rápida, sustentável e eficaz.

A digitalização, principal destaque da dimensão BIM 10D, oferece inúmeras vantagens ao integrar as diversas fases do projeto. Esse processo contribui diretamente para a redução de erros comuns que ocorrem na transição entre as etapas de planejamento e produção. Ao eliminar essas falhas, o BIM 10D possibilita uma diminuição significativa de custos e da geração de resíduos, promovendo práticas mais sustentáveis e aumentando a produtividade no setor da construção.

A construção industrializada, aliada ao BIM 10D, fornece uma visão completa e integrada para o gerenciamento de um ativo durante todas as suas fases — projeto, construção e manutenção. Essa abordagem permite alinhar áreas fundamentais, como setores financeiro, comercial, ambiental, segurança e análise de riscos. Assim, um software BIM 10D oferece amplas possibilidades de aplicação em todas as fases do projeto, com o apoio de tecnologias avançadas e recursos digitais capazes de automatizar até as tarefas mais complexas.

Fonte: Casa e Mercado

 

Qual sua relevância no contexto atual?

 

Com a crescente demanda por agilidade, transparência e responsabilidade social nos projetos, o BIM 10D se destaca ao oferecer soluções que vão além das fases tradicionais de planejamento e construção. Ele engloba a gestão completa do ciclo de vida do ativo, permitindo realizar diversos tipos de análises e planejamentos, como de sustentabilidade, orçamento, segurança, gestão de risco, operação e manutenção.

No cenário atual, o BIM 10D é uma ferramenta essencial para profissionais e empresas que buscam inovação e competitividade. Sua capacidade de transformar o modo como os projetos são planejados, executados e mantidos oferece uma visão holística que integra tecnologia e dados. Essa abordagem maximiza o valor dos ativos e minimiza os impactos ambientais e financeiros, promovendo um modelo de construção que é, ao mesmo tempo, eficiente, sustentável e seguro.

Ao oferecer uma visão abrangente e centralizada de todas as fases do projeto, o BIM 10D transforma a maneira de gerenciar ativos e recursos no setor da construção, sendo uma peça-chave para o futuro da construção digital e industrializada.

 

Aplicação prática

 

O BIM 10D desempenha um papel estratégico ao integrar diversas etapas do ciclo de vida de um edifício, desde a concepção do projeto até a operação e manutenção. Sua aplicação vai além da modelagem tridimensional, abrangendo a construção industrializada e promovendo uma transformação digital no setor da construção civil.

Na fase de planejamento e modelagem, o BIM 10D se destaca pelo uso de elementos paramétricos, que tornam os processos iniciais mais ágeis e versáteis. Essas ferramentas oferecem aos profissionais maior flexibilidade na criação e detalhamento, além de facilitar alterações e adaptações durante o projeto. Outro ponto crucial é a utilização de bibliotecas detalhadas de fornecedores, que economizam tempo e permitem uma padronização mais eficiente, garantindo qualidade e consistência entre diferentes projetos. Assim, as informações geradas podem ser reutilizadas como modelos para projetos futuros, promovendo maior produtividade e otimização de recursos.

 

Aula de Família de Revit – Fonte: SPBIM

 

Um exemplo marcante da aplicação do BIM é o caso da Prefeitura de Curitiba, que utilizou o BIM para planejar e executar projetos voltados à mobilidade urbana, um dos pilares de sua gestão pública. A implementação do BIM trouxe avanços significativos na integração de informações e processos, permitindo um planejamento mais detalhado e alinhado aos princípios do BIM 10D. Por meio da digitalização, a cidade conseguiu padronizar fluxos de trabalho e aplicar princípios da construção industrializada, como maior controle de materiais, redução de desperdícios e uso de processos automatizados para viabilizar soluções mais rápidas e econômicas.

O BIM 10D, portanto, não é apenas uma solução tecnológica, mas também uma metodologia que impulsiona inovação, reduz erros e contribui para uma construção mais sustentável e eficiente. A adoção dessa abordagem representa um passo importante rumo à industrialização da construção e ao futuro do setor.

Complexo do Tarumã. Cortesia da prefeitura de Curitiba – Fonte: Autodesk

CONCLUSÃO

 

O BIM 10D surge como um aliado poderoso para diversas etapas do desenvolvimento e do pós-projeto, oferecendo uma solução integrada e inteligente que transcende o planejamento e a execução tradicionais. Com sua capacidade de centralizar dados e digitalizar integralmente os processos, o BIM 10D facilita a adoção de práticas seguras e mantém um histórico detalhado do projeto. Esse avanço coloca o setor da construção civil em sintonia com as demandas contemporâneas por sustentabilidade e inovação tecnológica, alinhando-se às exigências de responsabilidade ambiental e eficiência digital.

O que é BIM 9D?

O que é BIM 9D?

 

Com o avanço das tecnologias e a crescente necessidade de construções mais sustentáveis e eficientes, o conceito de BIM (Building Information Modeling) evoluiu muito além das dimensões iniciais, voltadas principalmente para a visualização e coordenação de projetos. Hoje, o BIM 9D representa um marco importante nessa evolução, agregando práticas que vão além do planejamento tradicional e promovem uma abordagem responsável e durável para o setor da construção.

O BIM 9D se destaca ao incluir a sustentabilidade como uma dimensão essencial, incorporando diretrizes para minimizar o impacto ambiental e otimizar recursos ao longo de todo o ciclo de vida do empreendimento. Desde a fase de concepção até a operação e manutenção, o BIM 9D auxilia no controle de desperdícios e melhora a eficiência energética, contribuindo para práticas construtivas mais conscientes.

Neste artigo, exploramos como o BIM 9D vem transformando o setor da construção, impulsionando mudanças que vão do planejamento à execução com foco na sustentabilidade e na durabilidade dos empreendimentos.

 

BIM 8D, 9D E 10D – SPBIM

Construção Enxuta (Lean Construction)

 

O conceito de construção enxuta foi desenvolvido para transformar processos produtivos, priorizando a redução de desperdícios e a maximização da eficiência. No contexto da construção, essa metodologia visa aperfeiçoar elementos como a utilização de materiais, a eficiência no transporte e no deslocamento, a eliminação de ociosidade e a redução de retrabalho. Cada um desses pontos pode ser aprimorado por meio do BIM 9D, que permite visualizar e planejar de forma detalhada as operações do projeto.

A construção enxuta aplicada ao BIM 9D significa construir em menos tempo, com menor custo e maior qualidade, promovendo a simplificação de processos e a melhoria contínua. O envolvimento de toda a equipe é essencial: os profissionais são os responsáveis por detectar perdas nos processos e sugerir melhorias, criando um ambiente de trabalho que incentiva a inovação e o aprendizado constante. Dessa forma, o BIM 9D não apenas reduz desperdícios, mas também contribui para a formação de equipes mais colaborativas e comprometidas com o sucesso do projeto.

 

Fonte: Inclua+

 

Planejamento e Otimização com BIM 9D

 

O BIM 9D permite o planejamento detalhado de cada etapa do projeto, identificando oportunidades para eliminar o desperdício e maximizar a eficiência. Com ele, é possível dividir o tempo e as tarefas de forma precisa, evitando ociosidade e alocando recursos de maneira mais inteligente. Ao planejar com exatidão, minimizam-se as funções desnecessárias e garante-se que todos os envolvidos estão direcionados para tarefas que realmente agreguem valor ao projeto.

Além disso, o BIM 9D facilita o acompanhamento em tempo real das atividades, permitindo ajustes rápidos para manter o projeto em conformidade com o cronograma e o orçamento. A visualização clara de cada etapa, combinada com dados detalhados sobre o andamento da obra, auxilia a gestão de recursos e evita desperdícios ao longo do processo.

 

Diminuição de desperdício

 

Para a construção civil, reduzir o desperdício é um dos grandes objetivos do BIM 9D. A metodologia ajuda a prever com precisão a quantidade necessária de materiais, minimizando sobras e eliminando o excesso de compras. Com a utilização do BIM, equipes de planejamento podem calcular a demanda de materiais e recursos em tempo real, garantindo que apenas o necessário seja utilizado, enquanto o excesso é evitado.

A gestão de resíduos também faz parte fundamental do lean construction. O BIM 9D permite categorizar os resíduos gerados e destiná-los adequadamente para reciclagem ou descarte, aumentando a sustentabilidade da obra. Ao monitorar o consumo de materiais, energia e água, o BIM 9D promove o uso eficiente dos recursos, otimizando cada fase do projeto e reduzindo o impacto ambiental.

 

Modelo de processo do Lean Construction – SPBIM

 

Monitoramento em Tempo Real

 

O monitoramento em tempo real é uma das principais vantagens do BIM 9D, permitindo uma comparação constante entre o desempenho real da obra e o planejamento inicial. Essa funcionalidade possibilita que alterações e correções sejam realizadas de forma ágil, garantindo que o projeto permaneça alinhado com as metas de sustentabilidade e eficiência estabelecidas desde o início.

Esse monitoramento pode ser implementado de diversas maneiras, destacando-se o uso de drones e câmeras para realizar o mapeamento visual do progresso da construção. Esses dispositivos capturam imagens e dados em tempo real, que são comparados com o planejamento original. Isso facilita a identificação de desvios de cronograma, desperdícios de materiais e problemas na alocação de recursos, permitindo uma resposta imediata para corrigir qualquer falha detectada.

Outra abordagem eficaz é a utilização de ferramentas de planejamento visual, como o Last Planner System (LPS). Esse recurso organiza tarefas de curto prazo em um formato visual e colaborativo, assegurando que as atividades planejadas sejam executadas conforme previsto e por profissionais designados. Além de aumentar a produtividade, essa metodologia melhora a comunicação entre as equipes e minimiza ineficiências.

Ao integrar essas ferramentas ao BIM 9D, é possível unir o monitoramento em tempo real com a análise de sustentabilidade ambiental, criando um ciclo contínuo de controle e otimização. Dessa forma, a construção se torna mais eficiente, econômica e alinhada com as melhores práticas de preservação ambiental.

 

Fonte: Viplan (Youtube)

 

Conclusão

O BIM 9D oferece uma abordagem abrangente, sustentável e eficiente para a construção civil, possibilitando uma redução significativa do desperdício em todas as etapas do ciclo de vida do projeto. 

O que é BIM 8D

O que é BIM 8D

Na área da construção civil muitos acidentes podem acontecer no ambiente de trabalho. Por isso, a oitava dimensão do BIM (Building Information Modeling) surgiu como uma alternativa para melhorar a segurança dos trabalhadores durante a fase de projeto e execução da obra. Será possível que o BIM 8D revolucione a segurança no canteiro de obras, protegendo trabalhadores e prevenindo acidentes de maneira eficiente?

 

 

Dimensões 8D, 9D e 10D do BIM – SPBIM

 

A importância da segurança no setor da construção civil

A oitava dimensão do BIM, conhecida como BIM 8D, é uma inovação que coloca a segurança do trabalhador em destaque durante todo o processo de construção. Essa abordagem tem como objetivo diminuir os riscos e prevenir acidentes, um problema frequente no setor de construção civil. A segurança no canteiro de obras vai muito além do uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), embora o uso desses acessórios — como luvas, capacetes, botas e ganchos de segurança — seja obrigatório e essencial para reduzir a exposição a acidentes. As empresas que não monitoram o uso adequado dos EPIs ou não realizam inspeções regulares dos equipamentos estão sujeitas a multas severas, dado o alto custo que a falta de segurança impõe tanto aos trabalhadores quanto às organizações.

Estudos mostram a importância de investir em segurança no ambiente de trabalho. Uma pesquisa realizada por Behm (2006), que analisou 450 casos de óbitos e lesões graves entre trabalhadores da construção nos Estados Unidos, revelou que em aproximadamente um terço desses casos, os riscos poderiam ter sido evitados caso as medidas de segurança feitas tivessem sido abordadas desde o início. Isso destaca a importância do BIM 8D como uma ferramenta capaz de antecipar perigos e ajudar no planejamento de segurança, desde o projeto até a execução.

Além do uso de EPIs, é fundamental que os trabalhadores compreendam os riscos específicos que podem surgir em suas atividades diárias. A conscientização e o treinamento sobre os acidentes potenciais e a importância do uso correto dos EPIs são passos fundamentais para a prevenção de incidentes. Com o auxílio do BIM 8D, a segurança ganha uma camada adicional de planejamento e monitoramento, potencializando o uso de tecnologias que promovem um ambiente de trabalho mais seguro e eficiente.

Dessa forma, o BIM 8D não apenas complementa as práticas de segurança já condicionais, mas também leva a proteção dos trabalhadores a um novo patamar, reduzindo riscos e tornando o setor da construção civil mais seguro para todos.

 

Consultoria em campo para empresa Cury – SPBIM

 

Como a tecnologia auxilia na melhora da segurança em obras?

A metodologia BIM oferece um novo nível de controle e precisão sobre o planejamento de obras. Com o BIM 8D, é possível avaliar detalhadamente as condições do canteiro, antecipar perigos, organizar as fases de construção e melhorar a comunicação e o treinamento dos trabalhadores. Ferramentas como a realidade virtual (VR) e a realidade aumentada (AR) permitem que os profissionais realizem passeios virtuais, identificando áreas de risco antes mesmo da execução das atividades. Além disso, o BIM 8D permite um planejamento mais cuidadoso das jornadas de trabalho, reduzindo a exposição a atividades que pioram a saúde dos trabalhadores, como o uso prolongado de maquinário pesado ou a exposição a ruídos excessivos.

Todas essas ferramentas de tecnologia fornecidas pelo BIM 8D têm o potencial de reduzir drasticamente os acidentes e melhorar as condições de trabalho, desde que aplicadas de forma eficaz.

Abaixo, é possível identificar dois treinamentos realizados com o BIM na realidade virtual para treinamentos de segurança e análise de risco:

 

Uso de realidade virtual para simulação de segurança e treinamento – Fonte: Youtube – Eruga

 

Uso do BIM para identificar áreas de risco – Fonte: Youtube – CYPE Software PTB

 

Conclusão

O BIM 8D representa uma inovação promissora para o setor de construção, integrando segurança ao planejamento e à execução de obras. Ao adotar essa abordagem, as empresas podem não apenas melhorar a segurança dos trabalhadores, mas também criar um ambiente de trabalho mais produtivo e sustentável, reforçando o compromisso com a integridade física dos profissionais. A segurança no canteiro de obras, enfim, ganha uma nova dimensão.

 

A História do BIM

Após aprovação e publicação oficial do DECRETO BIM (2020), o assunto “BIM” ganhou o “empurrão” necessário para se enraizar na indústria da construção civil, entretanto muitos profissionais do meio ainda não se atualizaram sobre a metodologia, já que em menos de um mês após a publicação, os números de buscas sobre o termo quase triplicaram no Google. E por isso, nós da SPBIM separamos alguns dos eventos mais marcantes sobre a história do BIM, para além de atualizar sobre  o que é o BIM, contextualizar sobre como aconteceu o seu processo de desenvolvimento. Para entender tal processo, é necessário voltarmos no tempo, especificamente na década de 60, junto com o surgimento do primeiro software CAD, o Sketchpad.

Sketchup
Fonte: SketchUp.10

Desenvolvido por Ivan Sutherland, ainda quando aluno do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), o programa permitia aos designers da época usarem uma caneta leve para desenhar sobre o monitor, o que certamente impressionou muitas pessoas. Na década seguinte, tal tecnologia passou a ser explorada no setor comercial, particularmente, na indústria automotiva e aeroespacial.

Com a popularização dos computadores pessoais nas décadas de 80/90, os sistemas de desenhos assistido por computador, popularmente conhecido como CAD realmente decolou, dando origem ao tão conhecido no AutoCAD.  A troca da caneta nanquim e do papel manteiga, trouxeram uma eficiência no tratamento dos projetos e o seu espaço virtual evoluiu do 2D até chegar nos elementos 3D.

Apesar desta significativa evolução, os projetos em sistemas CAD não podem ser considerados uma mudança de paradigma, visto que apenas as ferramentas de desenho foram transferidas para o computador, houve uma evolução de tecnologia porém o processo e gestão ainda continuaram como antigamente, o avanço só otimizou o tempo de produção, ou seja, o desenho ficou mais rápido, se comparado a mão, mas o resultado manteve-se para fim de representação. Existiram outros benefícios como: repetição de arquivos, edições rápidas, impressões ilimitadas entre diversos outro, mas ainda se tratava de desenhos sem informação. Já o conceito BIM prevê a CONSTRUÇÃO VIRTUAL DE OBJETOS COM INTELIGENICA (INFORMAÇÃO) VINCULADOS AO AMBIENTE TRIDIMENSIONAL E DE DOCUMENTAÇÃO.

Portanto, tal modelagem não existia em conceito até meados de 80, quando o professor Charles M. Eastman juntamente com uma equipe de estudiosos do Instituto de Tecnologia da Georgia, criam o BDS, que abreviava o Building Description System – Sistema de Descrição da Construção, segundo Eastman et al. (1974):

“O sistema BDS foi iniciado para mostrar que uma descrição baseada em computador de um edifício poderia replicar ou melhorar todos os pontos fortes de desenhos como um meio para a elaboração de projeto, construção e operação, bem como eliminar a maioria de suas fraquezas.”.

Com o passar dos anos, as ideias e conceitos sobre o BDS, foram evoluindo até chegar na  metodologia atual BIM, contudo o termo aparece oficialmente em 1992, quando baseados no Eastman, G.A. Van Nederveen e F.P. Tolman escrevem um artigo abordando a necessidade de se basear na construção para se modelar com informação, esse mesmo trabalho apresenta essa abordagem como Modelling Building Information – Modelo de Informação de Construção.

Apesar disso a sigla “BIM” só entrou em uso popular em 2002, quando um white paper da Autodesk intitula o “Building Information Modeling” como BIM. Além da sigla o tempo também trouxe novas dimensões de modelagem para metodologia, como o BIM3D “modelagem”, BIM4D “tempo”, o BIM5D “custo”, o BIM6D “sustentabilidade”, e o BIM7D “Gestão e Manutenção”, entre outras dimensões possíveis. Por este conceito o projeto não mais representa elementos, mas sim, simulam os próprios objetos que compõem a obra.

DIMENSÕES DO BIM
Dimensões do BIM / Fonte: SpBIM

Dessa forma, o BIM passou a prover todas as informações necessária aos desenhos, desde à expressão gráfica, à análise construtiva, à quantificação de trabalhos/tempos de execução, desde a fase inicial do projeto, até a conclusão da obra. Com isso, os dados para a validação do projeto são automaticamente associados a cada um dos elementos que o constituem. Proporcionando um protótipo virtual da construção real.

COMO OS SOFTWARES ACOMPANHARAM ESSE PROCESSO?

Entre o desenho assistido pelo computador e a modelagem BIM ocorreram inúmeras adaptações de sistema e diferentes softwares foram criados para atender as necessidades que a metodologia abordava. Desse processo surgiu o REVIT,  um dos softwares mais conhecidos quando o assunto é BIM. Comercializado pela AUTODESK o programa se sobressai no mercado aos demais tanto quanto o número de licença em uso, quanto ao número de pesquisa sobre o tema.

Google trends spbim
Google Trends SpBIM / Fonte: SpBIM

Entretanto o software não foi o primeiro a ser desenvolvido para essa finalidade e para entender a evolução e a criação dos principais softwares BIM é necessário voltar ao primeiro software comercial CAM/CAD, o DAC (Design Automated by Computer/Designe Automatizado para Computador) que foi desenvolvido pelo Dr. Patrick J. Hanratty, no intuito de desenhar moldes complexos da General Motors.

O DAC inicialmente nasceu no ramo industrial, entretanto sua ideia foi adaptada pelo Ivan Sutherland que 1963, usou os princípios da programação DAC, para desenvolver o Sketchpad, uma das primeiras atualizações do que hoje a Trimble comercializa com o nome de SketchUp.

Seguindo para a década de 70/80, surgem os dois principais métodos de desenho CAD/CAM, o CSG (Geometria Sólida Construtiva) e o BREP (Representação de limites). O primeiro trata de um modelo construído a partir de sólidos enquanto o segundo trata de um modelo desenhado a partir de pontos e linhas. A partir da ideologia brep, em 1982 foi desenvolvido pela COMDEX o MicroCAD, uma das primeiras versões do que hoje a AUTODESK comercializa como o Autocad.

Quando o Eastman publicou o artigo BDS (Building Description System) o mesmo também discutiu ideias e parâmetros do que deveria ser/conter em uma representação 3D de alta qualidade, e a partir desses conceitos, Eastman programou em 1977, o GLIDE (Graphical Language for Interactive Design), que além da visualização gráfica CAM, também oferecia um banco de dados classificável que permitiu ao usuário recuperar informações categoricamente por parâmetros tais como materiais ou fornecedores.

A partir do GLIDE, surgem inúmeros grandes softwares BIM que objetivam a modelagem informacional baseada em parâmetros, e por isso, nós da SPBIM, resumimos o desenvolvimento dos mais conhecido no Timeline BIM a seguir:

TimeLine BIM
TimeLine BIM na história do BIM / Fonte: SpBIM

Caso queira saber mais sobre a história de algum dos softwares, empresa, processos, vocabulário e interesses sobre BIM elencados acima, leia também os seguintes artigos:

Dimensões do BIM: 3D, 4D, 5D, 6D, 7D

Softwares modelagem: Revit, RevitMEP, Archicad, Sketchup, Rhino, Formit, Vectoworks, Infraworks, Civil 3D, QI Builder, TQS,

Softwares de Renderização: Lumion, Twinmotion

Softwares de checagem, gestão, planejamento e compatibilização: Solibri, Drofus, Synchro e Navisworks, Insight,

Programação ne Automação o BIM: Dynamo, Grasshopper, Param-O, Forge,

CDEs (Ambiente Comum de Dados): Trimble connect, BIM360, BIMTrack, BIMsync, ProjectWise 365,

Apresentação: BIMx, Yulio,

Pós produção: Illustrator, Photoshop

Decreto BIM: N.9.377, N.9.983, N.10.306,

Empresas de BIM: Autodesk, Graphisoft, Matterport,

Termos no BIM: LOD, IFC, BCF, Clash Detection, Arduino e o BIM, EAP no BIM, BIM Mandate, PEB, MsProject, Cebola vs Composto, BIM Manager, Template BIM, Biblioteca BIM, Modelagem, Modelo Federado, Digital Twin, Design Generativo, VDC, Nuvem de Pontos, CDE, Omniclass, Geosampa BIM, GED, Documentação, Realidade Aumentada,

Motivos para utilizar o BIM, Democracia no BIM, Cad vs BIM, Workstation x Notebook.

Dicionário de BIM e Construção Virtual

CONCLUSÃO:

Mediante os fatos listados anteriormente é possível concluir que entre o desenho CAM e a modelagem BIM houve uma mudança significativa quanto ao objetivo, gestão, produção e o processo. E nós da SpBIM, reconhecemos os benefícios da mudança, e incentivamos a ampla difusão do processo em todas as dimensões da metodologia. Enquanto enaltecemos a importância do Charles M. Eastman na mudança do pensar/projetar arquitetura e compreender a importância dos pilares apresentados no BIM: Processo, tecnologia e gestão onde deverão estar alinhados para a perfeita aplicação e sucesso na implantação do BIM.