A História do BIM

Após aprovação e publicação oficial do DECRETO BIM (2020), o assunto “BIM” ganhou o “empurrão” necessário para se enraizar na indústria da construção civil, entretanto muitos profissionais do meio ainda não se atualizaram sobre a metodologia, já que em menos de um mês após a publicação, os números de buscas sobre o termo quase triplicaram no Google. E por isso, nós da SPBIM separamos alguns dos eventos mais marcantes sobre a história do BIM, para além de atualizar sobre  o que é o BIM, contextualizar sobre como aconteceu o seu processo de desenvolvimento. Para entender tal processo, é necessário voltarmos no tempo, especificamente na década de 60, junto com o surgimento do primeiro software CAD, o Sketchpad.

Sketchup
Fonte: SketchUp.10

Desenvolvido por Ivan Sutherland, ainda quando aluno do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), o programa permitia aos designers da época usarem uma caneta leve para desenhar sobre o monitor, o que certamente impressionou muitas pessoas. Na década seguinte, tal tecnologia passou a ser explorada no setor comercial, particularmente, na indústria automotiva e aeroespacial.

Com a popularização dos computadores pessoais nas décadas de 80/90, os sistemas de desenhos assistido por computador, popularmente conhecido como CAD realmente decolou, dando origem ao tão conhecido no AutoCAD.  A troca da caneta nanquim e do papel manteiga, trouxeram uma eficiência no tratamento dos projetos e o seu espaço virtual evoluiu do 2D até chegar nos elementos 3D.

Apesar desta significativa evolução, os projetos em sistemas CAD não podem ser considerados uma mudança de paradigma, visto que apenas as ferramentas de desenho foram transferidas para o computador, houve uma evolução de tecnologia porém o processo e gestão ainda continuaram como antigamente, o avanço só otimizou o tempo de produção, ou seja, o desenho ficou mais rápido, se comparado a mão, mas o resultado manteve-se para fim de representação. Existiram outros benefícios como: repetição de arquivos, edições rápidas, impressões ilimitadas entre diversos outro, mas ainda se tratava de desenhos sem informação. Já o conceito BIM prevê a CONSTRUÇÃO VIRTUAL DE OBJETOS COM INTELIGENICA (INFORMAÇÃO) VINCULADOS AO AMBIENTE TRIDIMENSIONAL E DE DOCUMENTAÇÃO.

Portanto, tal modelagem não existia em conceito até meados de 80, quando o professor Charles M. Eastman juntamente com uma equipe de estudiosos do Instituto de Tecnologia da Georgia, criam o BDS, que abreviava o Building Description System – Sistema de Descrição da Construção, segundo Eastman et al. (1974):

“O sistema BDS foi iniciado para mostrar que uma descrição baseada em computador de um edifício poderia replicar ou melhorar todos os pontos fortes de desenhos como um meio para a elaboração de projeto, construção e operação, bem como eliminar a maioria de suas fraquezas.”.

Com o passar dos anos, as ideias e conceitos sobre o BDS, foram evoluindo até chegar na  metodologia atual BIM, contudo o termo aparece oficialmente em 1992, quando baseados no Eastman, G.A. Van Nederveen e F.P. Tolman escrevem um artigo abordando a necessidade de se basear na construção para se modelar com informação, esse mesmo trabalho apresenta essa abordagem como Modelling Building Information – Modelo de Informação de Construção.

Apesar disso a sigla “BIM” só entrou em uso popular em 2002, quando um white paper da Autodesk intitula o “Building Information Modeling” como BIM. Além da sigla o tempo também trouxe novas dimensões de modelagem para metodologia, como o BIM3D “modelagem”, BIM4D “tempo”, o BIM5D “custo”, o BIM6D “sustentabilidade”, e o BIM7D “Gestão e Manutenção”, entre outras dimensões possíveis. Por este conceito o projeto não mais representa elementos, mas sim, simulam os próprios objetos que compõem a obra.

DIMENSÕES DO BIM
Dimensões do BIM / Fonte: SpBIM

Dessa forma, o BIM passou a prover todas as informações necessária aos desenhos, desde à expressão gráfica, à análise construtiva, à quantificação de trabalhos/tempos de execução, desde a fase inicial do projeto, até a conclusão da obra. Com isso, os dados para a validação do projeto são automaticamente associados a cada um dos elementos que o constituem. Proporcionando um protótipo virtual da construção real.

COMO OS SOFTWARES ACOMPANHARAM ESSE PROCESSO?

Entre o desenho assistido pelo computador e a modelagem BIM ocorreram inúmeras adaptações de sistema e diferentes softwares foram criados para atender as necessidades que a metodologia abordava. Desse processo surgiu o REVIT,  um dos softwares mais conhecidos quando o assunto é BIM. Comercializado pela AUTODESK o programa se sobressai no mercado aos demais tanto quanto o número de licença em uso, quanto ao número de pesquisa sobre o tema.

Google trends spbim
Google Trends SpBIM / Fonte: SpBIM

Entretanto o software não foi o primeiro a ser desenvolvido para essa finalidade e para entender a evolução e a criação dos principais softwares BIM é necessário voltar ao primeiro software comercial CAM/CAD, o DAC (Design Automated by Computer/Designe Automatizado para Computador) que foi desenvolvido pelo Dr. Patrick J. Hanratty, no intuito de desenhar moldes complexos da General Motors.

O DAC inicialmente nasceu no ramo industrial, entretanto sua ideia foi adaptada pelo Ivan Sutherland que 1963, usou os princípios da programação DAC, para desenvolver o Sketchpad, uma das primeiras atualizações do que hoje a Trimble comercializa com o nome de SketchUp.

Seguindo para a década de 70/80, surgem os dois principais métodos de desenho CAD/CAM, o CSG (Geometria Sólida Construtiva) e o BREP (Representação de limites). O primeiro trata de um modelo construído a partir de sólidos enquanto o segundo trata de um modelo desenhado a partir de pontos e linhas. A partir da ideologia brep, em 1982 foi desenvolvido pela COMDEX o MicroCAD, uma das primeiras versões do que hoje a AUTODESK comercializa como o Autocad.

Quando o Eastman publicou o artigo BDS (Building Description System) o mesmo também discutiu ideias e parâmetros do que deveria ser/conter em uma representação 3D de alta qualidade, e a partir desses conceitos, Eastman programou em 1977, o GLIDE (Graphical Language for Interactive Design), que além da visualização gráfica CAM, também oferecia um banco de dados classificável que permitiu ao usuário recuperar informações categoricamente por parâmetros tais como materiais ou fornecedores.

A partir do GLIDE, surgem inúmeros grandes softwares BIM que objetivam a modelagem informacional baseada em parâmetros, e por isso, nós da SPBIM, resumimos o desenvolvimento dos mais conhecido no Timeline BIM a seguir:

TimeLine BIM
TimeLine BIM na história do BIM / Fonte: SpBIM

Caso queira saber mais sobre a história de algum dos softwares, empresa, processos, vocabulário e interesses sobre BIM elencados acima, leia também os seguintes artigos:

Dimensões do BIM: 3D, 4D, 5D, 6D, 7D

Softwares modelagem: Revit, RevitMEP, Archicad, Sketchup, Rhino, Formit, Vectoworks, Infraworks, Civil 3D, QI Builder, TQS,

Softwares de Renderização: Lumion, Twinmotion

Softwares de checagem, gestão, planejamento e compatibilização: Solibri, Drofus, Synchro e Navisworks, Insight,

Programação ne Automação o BIM: Dynamo, Grasshopper, Param-O, Forge,

CDEs (Ambiente Comum de Dados): Trimble connect, BIM360, BIMTrack, BIMsync, ProjectWise 365,

Apresentação: BIMx, Yulio,

Pós produção: Illustrator, Photoshop

Decreto BIM: N.9.377, N.9.983, N.10.306,

Empresas de BIM: Autodesk, Graphisoft, Matterport,

Termos no BIM: LOD, IFC, BCF, Clash Detection, Arduino e o BIM, EAP no BIM, BIM Mandate, PEB, MsProject, Cebola vs Composto, BIM Manager, Template BIM, Biblioteca BIM, Modelagem, Modelo Federado, Digital Twin, Design Generativo, VDC, Nuvem de Pontos, CDE, Omniclass, Geosampa BIM, GED, Documentação, Realidade Aumentada,

Motivos para utilizar o BIM, Democracia no BIM, Cad vs BIM, Workstation x Notebook.

Dicionário de BIM e Construção Virtual

CONCLUSÃO:

Mediante os fatos listados anteriormente é possível concluir que entre o desenho CAM e a modelagem BIM houve uma mudança significativa quanto ao objetivo, gestão, produção e o processo. E nós da SpBIM, reconhecemos os benefícios da mudança, e incentivamos a ampla difusão do processo em todas as dimensões da metodologia. Enquanto enaltecemos a importância do Charles M. Eastman na mudança do pensar/projetar arquitetura e compreender a importância dos pilares apresentados no BIM: Processo, tecnologia e gestão onde deverão estar alinhados para a perfeita aplicação e sucesso na implantação do BIM.

Usos do BIM

USOS DO BIM

A indústria da construção sempre foi um campo complexo e desafiador, envolvendo diversos profissionais, processos e informações. No entanto, com o avanço da tecnologia, um paradigma transformador emergiu, conhecido como Modelagem da Informação da Construção (BIM, na sigla em inglês). O BIM é muito mais do que uma simples ferramenta de desenho em 3D; é um processo integrado que abrange desde a concepção até a operação de edifícios e infraestruturas. Neste artigo, exploramos os usos multifacetados desta metodologia.

  • DIMENSÕES X USOS DO BIM

As dimensões estão associadas às diversas formas de utilizar o BIM em um empreendimento, ou seja, aos usos do BIM. Orçamentação, análise de sustentabilidade e facility management, são termos comumente referidos como dimensões do BIM, mas são relativos a usos do BIM. Não há sequência pré-definida dos usos do BIM, por isso não faz sentido enumerá-los. Em cada empreendimento os usos do BIM podem ocorrer em ordens diferentes.

 

Por conta do BIM ser uma plataforma completa suas aplicações são diversas, vemos sua lógica e linguagem sendo utilizadas em diversas ocasiões ao longo da arquitetura, engenharia e construção civil. Essa diversidade de aplicações e usos se deve a sua integração de todos os processos da construção civil em um só lugar, o que nos leva à primeira aplicação do BIM.

  • COMPATIBILIZAÇÃO E REVISÃO DE PROJETOS

Nas plataformas BIM, devido a sua natureza e integração, conseguimos identificar facilmente erros de projeto e inconsistências nas instalações, por conta disso, em diversos escritórios da área de AEC utiliza-se o sistema BIM para que sejam encontradas divergências nos projetos, através da Detecção de Colisão ou Clash Detection. Essa checagem e compatibilização tem, por consequência, um grau de segurança maior nos projetos, além de economizar tempo e dinheiro, evitando uma futura revisão tardia ou alteração na fase de obras. Alguns softwares utilizados nesse processo são Navisworks e Solibri por exemplo.

Deteccao de Colisao no BIM
Clash Detection ou Detecção de Colisão no BIM / Fonte: SpBIM
    • VISUALIZAÇÃO 3D

Curso de revit avancado
Curso de Revit Avançado / Fonte: SpBIM
  • CUSTO

Uma característica muito interessante do sistema BIM é sua capacidade de gerar tabelas quantitativas além de uma série de outras informações sobre o projeto, trazendo uma economia relevante de tempo, e consequentemente de dinheiro, por se ter as quantidades exatas de materiais, cimento, massas, tintas e outros materiais que serão utilizados na obras, permitindo um gerenciamento e controle de gastos com maior precisão e eficiência. Para se aprofundar mais no assunto, sugerimos a leitura do seguinte artigo: BIM 5D

BIM D
O que é o BIM 5D? / Fonte
  • ESTRUTURAS E ANÁLISE DE OBRAS

Uma série de escritórios de engenharia já utilizam a metodologia para o desenvolvimento de projetos estruturais, em razão das vantagens e usos citados acima e pela sua ótima interface e conexão com a arquitetura. Com o modelo BIM se torna possível que todos os profissionais envolvidos trabalhem juntos em um único modelo (modelo federado), assim trazendo menos erros de compatibilização. Durante o processo de projeto e cálculos, a metodologia se mostra particularmente útil pela sua habilidade de simular o planejamento de obras através do BIM 4D. Nesta dimensão, é possível gerar as quantidades de materiais utilizados em cada fase projeto. Além disso, existe a possibilidade de  calcular e simular as forças reais que agem sob o edifício, auxiliando o engenheiro a testar seu projeto e encontrar possíveis falhas na fase de desenvolvimento, antes da realização da obra. Dentro desta análise, é possível analisar até rotas de fuga em caso de incêndios, o que , indubitavelmente, torna a edificação mais segura. Esse processo mencionado acima chama-se BIM 4D + Detecção de Colisões ou Clash Detection.

Projeto Sobrado
Projeto Sobrado / Fonte: SpBIM

 

  • REVISÕES PARA DEPARTAMENTOS

Ocorre um grande desperdício de tempo no processo de revisão por necessitar passar por diferentes departamentos, sendo alguns exemplos deles: bombeiros e prefeitura (COE). Em decorrência disto, o modelo BIM se torna muito útil pela sua agilidade de revisão, pelo fato de se encontrar em um único modelo e por sua natureza tridimensional, os órgãos que realizam a revisão tem maior facilidade e agilidade de encontrar divergências.

  • OBRAS PÚBLICAS

Em função do Decreto BIM, todas as obras públicas, a partir de 2021, serão obrigadas a serem realizadas em BIM, assim implementando no mercado um modelo de projeto poderosíssimo, tornando as construções públicas mais eficientes e rápidas em seu desenvolvimento e  execução, além de mais organizadas em suas planilhas de gastos graças às múltiplas ferramentas mencionadas acima. Esta mudança promete incentivar muito a transição BIM no mercado da construção civil. A possibilidade de realização de obras mais rápidas, eficientes e com menor custo trarão a aceleração do ritmo de desenvolvimento no Brasil.

DECRETO BIM nº10.306 de 2020
DECRETO BIM nº10.306 de 2020
  • MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO

Em manutenções e operação de edificações muitas vezes são encontradas dificuldades de entendimento do projeto ou da área a ser feito o reparo, por se utilizar só desenhos 2D para essa finalidade, sendo assim muitos projetos que tem um “gêmeo digital” modelado em BIM  se encontram em vantagem ao se disporem de múltiplos recursos, tanto para análise quanto a demonstração de futuras manutenções. Além disso, graças as suas ferramentas de simulação de projetos que possuem “digital twin” em BIM trazem uma enorme vantagem dos demais, pois podemos simular os efeitos das alterações e até do tempo em modelos BIM assim planejando melhor seu reparo e manutenção em  BIM 7D.

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BIM 7D / Fonte: SpBIM
  • GRANDES EMPREENDIMENTOS

O uso de BIM para grandes empreendimentos e projetos se torna muito vantajoso quando se leva em conta suas múltiplas ferramentas para análise de gastos e problemas estruturais e projetuais, sendo assim por conta da magnitude dos projetos economias menores e otimizações se acumulem no final de tudo fazendo com que o sistema BIM economize tempo e dinheiro, tudo isso enquanto aumenta a segurança e confiabilidade de projetos que o usam. E além disso os próprios clientes podem usufruir dessas vantagens pois como mencionado anteriormente modelos BIM podem ser visualizados de diversas maneiras, assim trazendo ao cliente a possibilidade de não só se ter com antecedência uma planilha quantitativa de gastos, mas também visualizar e tomar decisões estéticas e de design de interiores antes mesmo do empreendimento se encontrar pronto.

BIM para Grandes Empreendimentos
BIM para Grandes Empreendimentos / Fonte: BimWise
  • SUSTENTABILIDADE E EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

A implementação do Building Information Modeling (BIM) desempenha um papel fundamental na promoção da sustentabilidade e eficiência energética na indústria da construção. Ao permitir uma modelagem tridimensional precisa e colaborativa de edifícios e infraestruturas, o BIM possibilita a otimização do design e a análise minuciosa de diferentes cenários de construção. Isso se traduz em benefícios significativos para o meio ambiente e a eficiência energética, pois os projetos podem ser adaptados para maximizar o uso de recursos renováveis, minimizar o desperdício de materiais e melhorar o desempenho energético dos edifícios. Além disso, o BIM facilita a monitorização e manutenção ao longo do ciclo de vida das construções, garantindo que elas continuem a atender a padrões sustentáveis e eficientes ao longo do tempo. Em suma, o BIM é uma ferramenta indispensável na busca por edifícios mais ecológicos e energeticamente eficientes, contribuindo para um futuro mais sustentável.

CONCLUSÃO:

Com seus múltiplos usos, os modelos BIM chegam ao mercado como uma força disruptiva, trazendo inovação e eficiência junto a eles. Nós da SpBIM utilizamos esse poder transformador em nosso cotidiano, transformando o mercado. Por fim gostaríamos de trazer alguns dados que comprovam, não só seus múltiplos usos, mas a eficiência e vantagens do modelo BIM. Em um estudo feito por Salman Azhar, Ph.D., A.M.ASCE, onde foram analisados mais de 32 projetos que se utilizam de BIM para seu desenvolvimento, foi constatado que se obtiveram, nesses projetos, até 40% de redução de custos, uma estimativa de custos com uma margem de erro de 3% comparado com métodos tradicionais, estimativas de custo até 80% mais rápidas, uma redução de gastos de 10% em valores contratuais graças a Detecção de Colisões (Clash Detection), além de uma redução de 7% no tempo geral de desenvolvimento de projetos. Vale uma leitura sobre os artigos sobre as dimensões do BIM, como o BIM3D, BIM4D, BIM5D, BIM6D, BIM7D. Outro ponto relevante é a importância do documento do BIM Mandate (Manual de BIM) com o desenvolvimento por empreendimento do PEB  (Plano de Execução BIM), onde serão relevantes para a implantação do BIM no empreendimento e definições do Usos do BIM nos quais o projeto piloto BIM deverá atender. Profissionais como o BIM manager e Consultores BIM serão vitais e necessários nesta fase do processo.

O que é BIM 6D?

A metodologia BIM é enxergada por muitos como o futuro da construção, porém, nós da SPBIM acreditamos que esse futuro já chegou há um tempo.
Em alguns países o BIM já é considerado obrigatoriedade na criação de projetos, e caso sejam elaborados fora desta metodologia, os projetos não serão aprovados para execução. Sendo assim, no Brasil não seria diferente, e a partir deste ano, graças ao Decreto Federal, toda e qualquer obra pública só aceitará inscrições em suas licitações de projetos que sejam elaborados dentro da metodologia BIM.

A metodologia BIM é capaz de acompanhar um projeto desde seu estudo de viabilidade até a sua operação, manutenção e reforma, sendo esse acompanhamento conhecido como o Ciclo BIM. O Ciclo BIM, por conseguir acompanhar todo o ciclo de vida do empreendimento, possui subdivisões, pois nem todos os projetos estão interessados em altos níveis de detalhamento e acompanhamento. As subdivisões são os famosos D’s das dimensões, por exemplo, o BIM 3D que faz referência ao modelo 3D do ativo com as informações inseridas em cada elemento que o compõe. A partir do momento que o modelo recebe informações sobre cronograma e custos, entramos no BIM 4D e no BIM 5D, respectivamente.

Ciclo de Vida BIM / Fonte: SpBIM
Ciclo de Vida no BIM / Fonte: SpBIM

SUSTENTABILIDADE

No decorrer da história, os governantes e empresários buscavam o avanço social e econômico através do avanço tecnológico, porém em um determinado momento, percebeu-se que esse avanço se tornaria insustentável, se não houvesse juntamente um desenvolvimento do cuidado com o meio ambiente. Em Estocolmo, Suécia, na Conferência das Nações Unidas de 1972, o termo Desenvolvimento Sustentável foi reconhecido internacionalmente. O conceito insiste em “Satisfazer as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades”, dessa forma, o desenvolvimento sustentável refere-se ao ambiente, à cultura, à economia e à sociedade, crescendo de forma que não se prejudiquem entre si.

Agora que sabemos quais são as respectivas características de cada dimensão do BIM e qual o significado de Desenvolvimento Sustentável, iremos abordar o próximo nível do BIM: O BIM 6D.

O QUE É BIM 6D?

A sexta dimensão do BIM, o BIM 6D, foca seus processos na adequação do modelo às necessidades ambientais atuais. As informações inseridas no modelo vão desde o fabricante de um determinado componente, até a estimativa de vida útil do empreendimento. Por exemplo, através da estimativa da vida útil do componente, os projetistas podem planejar as atividades de manutenção futuras, estimar gastos, e assim estimar um custo global no tempo, e não somente o custo atual, entrando assim, na categoria econômica da sustentabilidade.

Edificio Sustentavel
Edifício Sustentável / Fonte: ConstructionTuts

Outro ponto que chama a atenção no BIM 6D, são as simulações energéticas. Vamos supor que os projetistas gostariam de diminuir o calor em um determinado ambiente, com o auxílio do BIM 6D, podemos realizar simulações energéticas, e através delas, torna-se possível verificarmos se as propostas de alteração realmente irão surtir os efeitos desejados. Muitas dessas soluções podem auxiliar o empreendimento a obter um selo de sustentabilidade, e as simulações entre diversas propostas de solução também auxiliam no processo de obtenção de selos, pois os resultados das simulações demonstram os benefícios gerados por determinada solução.

Por fim, outro dos demais benefícios de utilizar-se o BIM 6D em projetos, é a inserção das informações dos materiais utilizados para a construção do ativo, pois, dessa forma, sua procedência e garantias podem ser facilmente verificadas.
Por exemplo, mantendo-se no assunto sobre as certificações sustentáveis, um edifício pode comprovar através do modelo e documentações que sempre buscou materiais que possuíam a menor pegada de carbono possível, a fim de conseguirem o selo.

Exemplo de Selos de Sustentabilidade
Exemplo de Selos de Sustentabilidade

CONCLUSÃO:

Na atualidade, é indiscutível a importância de basear nosso desenvolvimento nas necessidades ambientais do meio em que vivemos. Dessa forma, o BIM 6D torna-se a ferramenta necessária para auxiliar no processo de criação e aprimoramento de um projeto, pois nos permite a adequação dos sistemas presentes para um melhor desempenho, escolha dos materiais com as melhores classificações ambientais, suprindo nossas necessidades, e que, por fim, proporcione uma melhor análise econômica das soluções e materiais propostos.

Nós, da SPBIM, incentivamos a utilização do BIM em todas suas esferas, pois os benefícios apresentados proporcionam aos projetos uma economia de tempo e investimento, em sua elaboração, o que permite um investimento maior na melhoria no desempenho do ativo, promovendo uma evolução na Arquitetura e Engenharia atual.

Workstation x Notebook

DESKTOP, WORKSTATION OU NOTEBOOK – QUAL A MELHOR OPÇÃO NO BIM?

Workstation x Notebook
Fonte: SpBIM

Atualmente, podemos observar que os notebooks são extremamente comuns no dia a dia de qualquer pessoa é possível identificar o uso em locais como uma cafeteria, universidades, bibliotecas entre outros. A maioria dos brasileiros buscam adquiri-los ao em vez de um desktop, mas há poucos anos, os desktops dominavam o mercado, e agora estão perdendo, aparentemente, seu espaço. Neste artigo, nós da SPBIM iremos elencar pontos positivos e negativos entre o Workstation x Notebook, nós iremos ajudá-los a determinar qual dos dois é o melhor para seu perfil de usuário principalmente com o uso do BIM.

DESKTOP / PC X NOTEBOOKS

Quando falamos em desktops, a primeira imagem que nos vêm à cabeça é a de uma tela, um mouse, um teclado e um gabinete, porém, devemos lembrar que o computador em si e os componentes referentes à o seu desempenho estão localizados somente no gabinete, e os demais equipamentos devem ser adquiridos separadamente, sendo isso um dos pontos onde PC’s e Notebooks divergem.
Essa característica, por mais simples que pareça, já demonstra um grande diferencial entre ambos, pois enquanto é possível o upgrade desses componentes em um desktop, como a compra de um monitor maior ou a de um teclado mais ergonômico, o notebook está limitado a manter o seu tamanho de tela e teclado de fábrica.
Por mais que o notebook permita que o usuário conecte mais telas e um outro teclado, o usuário estaria subutilizando os seus equipamentos, o que seria considerado um gasto a mais, podendo ser eliminado com uma melhor identificação das necessidades do usuário anterior à compra do computador. Porém, também existem pontos positivos nos notebooks, o maior deles é a sua mobilidade, pois podem ser levados facilmente para todos os ambientes, e com a facilidade de conexões 4G através das operadoras de telefonia, permite a conexão com a internet em qualquer lugar.

Entrando mais a fundo na comparação entre Desktop e Notebook, iremos elencar os principais tópicos que dão as diretrizes para a escolha entre eles e que cada usuário deve utilizar para identificar suas necessidades.

Balanca workstantion ou notebook
Fonte: SpBIM

CUSTO

Um dos principais pontos que guiam a escolha de qualquer compra em nossas vidas é o custo, e com certeza aqui não seria diferente. O custo, quando falamos de computadores, variam bastante de acordo com as especificações desejadas, mas deixando um pouco de lado a questão do desempenho, e focando somente nas diferenças entre Desktop e Notebook, temos algumas divergências, mesmo tratando-se das mesmas especificações. Um Notebook com as mesmas especificações de um Desktop, pode facilmente possuir um valor mais elevado, pois existe um número maior de fabricantes de componentes para Desktop do que para Notebooks, o que diminui a variedade de componentes aplicáveis aos Notebooks, que por consequência, aumenta os preços dos existentes.

MOBILIDADE

Como já comentado acima, os notebooks ganharam o mercado graças a sua portabilidade, pois, por mais que os Desktops também sejam equipamentos que podem ser alterados de lugar, a mobilidade dos notebooks é consideravelmente maior que a dos Desktops, pois estes são equipamentos maiores, mais pesados e que possuem uma certa quantidade de cabos e componentes externos.  Se pensarmos nas obras, o notebook, celulares e tablets são os recursos mais utilizados devido a portabilidade.

ATUALIZAÇÕES / MANUTENÇÕES

Um dos pontos positivos do Notebook, comentado acima, é a sua mobilidade graças a seu tamanho compacto, porém, existe um malefício nesta característica, devido a seu espaço físico reduzido, os componentes tornam-se muito específicos entre os fabricantes, o que acaba impossibilitando o upgrade de alguns componentes.

Os únicos componentes de hardware que conseguem ser trocados em um Notebook são as memórias RAM, o HD e possivelmente permitem a inserção de um SSD. Por outro lado, o Desktop, por sua maior dimensão, possui um maior espaço para seus componentes, o que diminui sua especificidade e portanto possui uma maior gama de modelos de componentes. Devido a essa maior gama de opções, os desktops proporcionam uma enorme facilidade para a troca / upgrade de componentes.

Notebook
Fonte: SpBIM

USOS ESPECÍFICOS

Alguns usuários necessitam de componentes com um desempenho superior, muitas vezes arquitetos e engenheiros em projetos, cientistas em cálculos, ou até mesmo usuários comuns para o lazer através de jogos. Nesses casos, existem notebooks turbinados com placas de vídeo dedicadas a esses usos, porém, seu desempenho não é comparável aos das placas de vídeo de desktops. Isso se dá, pois as placas de vídeos com um desempenho maior, necessitam de mais energia, e os desktops permitem o upgrade das fontes de alimentação, possibilitando assim um upgrade em suas placas de vídeo. No entanto, os notebooks possuem suas fontes de energia soldadas em suas placas mães, o que torna a sua troca não aconselhável. Sendo assim, o upgrade de placas de vídeo em notebooks é limitado pela capacidade de energia exigida pela placa de vídeo e potência fornecida pela fonte de energia vinda de fábrica e pelo espaço para refrigeração nos notebooks por serem compactos.

Após a apresentação das principais características que devem ser analisadas no momento da escolha entre Desktops e Notebooks, o usuário deve identificar com atenção quais são suas necessidades e assim escolher o modelo de equipamento.
Ao analisar os softwares que serão utilizados no BIM como é o caso do Revit, Archicad, Autocad, Sketchup, Vectorworks, Lumion, Twinmotion, Matterport, Recap, Illustrator, QI Builder, Synchro, Trimble Connect, Revit MEP, Ms Project, Solibri, Grasshopper, Dynamo, Formit, Infraworks, Rhinoceros, Civil 3D, Navisworks.

DESKTOP APRIMORADO: WORKSTATION

Workstation
Fonte: SpBIM

Como mostrado anteriormente, os Desktops são os computadores que usualmente ficam fixos em determinados lugares e possuem alguns pontos positivos e negativos em relação aos notebooks. Porém, iremos conhecer uma outra categoria de Desktops, os Workstations.  Os Workstations (Estação de Trabalho) podem ser consideradas Desktops de altíssimo desempenho, pois suas especificações são muito superiores à de Desktops comuns. Um bom exemplo de usos de Workstations é em animações cinematográficas como Jurassic Park ou Shrek, que exigem máquinas superpotentes para serem produzidas e ligadas com diversas placa de vídeos e com um poder de processamento maior. Os Workstations são considerados equipamentos superiores pois comportam um número maior de componentes, o que aumenta seu desempenho. Por exemplo, um Workstation possui a capacidade de comportar até 16 memórias RAM’s, enquanto um Desktop de uso pessoal, comporta 4 memórias RAM’s, isso não significa que são computadores ruins, mas sim que são produzidos para a realidade de uso de usuários comuns. Os custos de Workstations são superiores a Notebooks e Desktops.

CONCLUSÃO:

Com todos os pontos expostos, nós da SPBIM acreditamos que não exista uma indicação de melhor computador, ou melhor configuração, o que existe são necessidades distintas entre usuários e que com o conhecimento técnico necessário podem formar assim a melhor configuração para atender os usos que serão propostos. As principais perguntas que deverão fazer seria:

  • Nicho de mercado/atuação (Interiores, residencial, corporativo, comercial, urbanismo, paisagismo, infraestrutura e etc);
  • Escala de projeto;
  • Renderização (Se haverá ou não);
  • Investimento de curto ou longo prazo
  • Portabilidade e mobilidade

Para usuários que gostariam de possuir esse conhecimento, a SPBIM oferece um curso de TI voltado a essas especificações, que auxilia usuários a identificarem o seu perfil e quais o desempenho necessário para suas máquinas e entender a infraestrutura necessária para atuar no BIM e na implantação nos escritórios de projetos e construtoras.

Como usar a realidade aumentada no BIM

Diferente da Realidade Virtual (VR) que tem sido bastante comentada por nós da SpBIM e já se faz presente nos escritórios e construtoras referência no setor, a Realidade Aumentada (AR) só tem sido, por enquanto, utilizadas em publicidades ou vendas das grandes incorporadoras, por isso, nós da SPBIM, resolvemos, além de citar como usar a realidade aumentada no BIM, iremos elencar algumas tecnologias de AR que poderiam ser usadas junto aos softwares de VR:

  1. MICROSOFT HOLOLENS

O HoloLens trata-se dos óculos de realidade aumentada que utilizam o servidor em nuvem da Microsoft para projetar hologramas de imersão. Para usá-lo, basta adquirir os óculos e subir o ifc do seu modelo na nuvem. A ferramenta possui quatro sensores capazes de captar o movimento e possibilitam ao usuário uma imersão interativa com o modelo.

A faixa de investimento para aquisição de tal tecnologia está em torno dos R$55.000,00, com variação conforme o dólar.

Adaptacao SPBIM HoloLens
Adaptação SPBIM / Fonte: HoloLens
  1. AUGIN

Diferente do que se acredita, não é necessário que o modelo federado já esteja em ifc para o ampliá-lo em realidade aumentada. Existem ferramentas como o Augin que através do seu uso como plug-in já possibilitam essa ampliação do modelo mesmo que ele ainda esteja em processo de desenvolvimento no  software BIM. O add-in é gratuito e pode ser usado através de qualquer aparelho celular ou tablet, Android ou Iphone, capaz de rodar as plataformas ARCore ou ARKit., ou seja qualquer celular comuns do mercado, lançados a partir de 2017.

Adaptacao SpBIM Augin
Fonte: Adaptação SpBIM / Augin
  1. MORPHOLIO AR SKETCHWALK

Similar ao Augin o Morpholio também funciona para ampliação da realidade através de aparelhos portátil, disponível apenas para sistemas IOs (Apple), e não possui uma versão na nuvem. Seu maior diferencial em relação ao Augin é a sua ferramenta de acrescentar informações aos modelos de ifc, através de notas chave. O app, também é gratuito e pode ser baixo no site do fabricante, junto ou separadamente dos apps de desenhos também disponibilizado pela Morpholio Trace.

Adaptacao SpBIM ArchDaily
Fonte: Adaptação SpBIM / ArchDaily
  1. GAMMA AR

O Gamma AR é um app de realidade aumentada pago disponível para sistemas IOs e Android, com valor de assinatura mínimo de $46,00/mês. Seu maior diferencial é o monitoramento de canteiro de obras, já que seu foco são as ampliações de modelos BIM para processo de construção e planejamento, e sua ampliação carrega todas as informações vinculadas ao “I” e ainda possibilita a sobreposição de vários modelos diferentes em layers. Por isso é capaz de evitar erros e diminuir custos por incompatibilizações.

Adaptacao SpBIM – Gamma
Fonte: Adaptação SpBIM / Gamma
  1. FOLOGRAM

O Fologram é um app para realidade aumentada, que além da sua ampliação por portáteis em IOs ou Android, consegue ser usado também nos óculos HoloLens. Seu sistema conversa em tempo real com o Rhino e o Grasshopper, ou seja, além de ampliar a realidade virtual, é possível editá-la através da imersão. O Fologram tem sido usado como um manual digital que virtualmente sobrepõem o espaço de trabalho, direcionando um guia passo-a-passo para simular e ensinar o processo de construção. Cabe ressaltar que ele possui a versão gratuita e a paga, a assinatura possibilita salvar e acessar os modelos off-line, e custa $19,99USD*/mês.

Adaptacao SpBIM Fologram
Fonte: Adaptação SpBIM / Fologram

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CONCLUSÃO:

Nós da SpBIM reconhecemos a importância e as vantagens de se usar a Realidade Aumentada atrelada ao BIM para execução e análise projetuais, pois acreditamos que a prototipagem em 1:1 é a solução mais rentável para a indústria civil amenizar erros, e diminuir custos ou imperfeições técnicas.

Além de ser um grande facilitar a comunicação entre projetista-cliente ou projetista-prestador de serviço, cabe ressaltar também que acreditamos na AR como uma aliada para criação e expressão de novos designes complexos, tais como os dos projetos do Daniel Libeskind, Zaha Hadid, ou do Santiago Calatrava por exemplo.

Servidores BIM: Nuvem x Físico

Servidores BIM / Fonte: SpBIM
Servidores BIM / Fonte: SpBIM

Atualmente, diversos serviços estão sendo oferecidos na modalidade de nuvem ou streaming, podemos acessar filmes, séries, músicas, armazenar fotos, vídeos, documentos, sem utilizarmos nossos próprios hardwares de armazenamento, somente sendo necessário uma boa conexão à internet. A possibilidade de adquirir um serviço que oferta um espaço virtual para armazenamento, possibilita que a informação seja acessada remotamente de qualquer ambiente com acesso à internet, tornando o acesso aos dados mais democrático geograficamente, neste artigo iremos abordar sobre os servidores bim: Nuvem x Físico

Toda essa estrutura, presente nas chamadas Nuvens, não poderia ficar de fora do universo BIM. A sua entrada no conceito BIM permite que as informações sobre os modelos e empreendimento estejam ao alcance de todas as partes simultaneamente, facilitando a integração entre as mesmas.

AMBIENTE COMUM DE DADOS (CDE)

O surgimento de nuvens específicas para o BIM, possibilita a melhor organização dos dados e informações, a fim de melhor gerenciar os processos presentes em determinados projetos. Os Ambientes Comuns de Dados – Commom Data Environment (CDE) – como são chamadas as nuvens específicas para a metodologia BIM, oferecem a organização e as ferramentas necessárias para um gerenciamento otimizado do projeto. Além de oferecer benefícios específicos para a metodologia, a característica de nuvem, possibilita o acesso dos dados de qualquer localidade e por qualquer parte interessada do projeto.

CDE Fonte: SpBIM

GESTÃO ELETRÔNICA DE DOCUMENTOS

No cotidiano da construção civil, todo e qualquer projeto, de pequeno ou grande porte, possuem diversos documentos, projetos, boletins, entre outros documentos, sendo que quanto maior o projeto, maior a quantidade de documentos para o gerir. Sendo assim, a Gestão Eletrônica de Documentos (GDE) ou GED, surge para proporcionar aos projetos uma maior organização de seus documentos, otimizando assim determinados processos.

Muitas empresas possuem um formato de organizar seus arquivos dentro de sua própria rede, uma identidade de organização que promove uma facilidade no manejo de arquivos dentro da própria empresa. Porém, quando vamos para o âmbito da GED, que possivelmente pode estar inserido dentro de um CDE, a organização deve ser feita de forma universal, para que todas as partes/disciplinas, mesmo sendo de empresas diferentes, possam se comunicar de forma eficaz e eficiente.

GED / Fonte: Tecnoset

Dessa forma, um projeto que se utilize de uma única Gestão Eletrônica de Documentos beneficia-se com uma melhor organização de seus arquivos de modo que esta organização promove uma facilidade no processo de pesquisas de arquivos, caso esses sejam arquivados com datas ou nomenclaturas específicas. Outro benefício proporcionado é a melhoria no processo de comunicação, pois um projeto que possui arquivos documentados digitalmente, permite revisões mais rápidas e frequentes, aumentando a produtividade e diminuindo o retrabalho dentro do projeto. E por fim essa organização, otimiza as comunicações, revisões e pesquisas, permitindo a aceleração de processos e a diminuição de riscos, diminuindo os custos do projeto e aumentando a confiabilidade do cliente.

Caso queira ler mais sobre GED, escrevemos um artigo sobre o assunto: O que é um GED?

INVESTIMENTO

A maioria dos Softwares são oferecidos no mercado na modalidade de Software as a Service (SaaS), sendo assim, a empresa adquire o serviço através de uma mensalidade ou anuidade, e não executa, como era comum há alguns anos, a compra do software como um produto, tendo que renovar a compra a cada atualização. O Saas vem para proporcionar aos assinantes a atualização dos Softwares sempre que houver uma disponível. Com os Servidores BIM não seria diferente, os servidores também são oferecidos no mercado na modalidade de SaaS, juntamente com os benefícios dessa modalidade.

Fonte: SpBIM

A inserção de um Servidor BIM no cotidiano de uma empresa, por mais que proporcione um custo direto no caixa, gera um aumento no nível de organização e na otimização das atividades, proporcionando às equipes menos perda de tempo que poderiam aplicar na elaboração de mais projetos, assim aumentando a receita da empresa, ou na diminuição do número de funcionários, diminuindo os custos, balanceando o orçamento e otimizando suas atividades, independente da escolha da empresa de como adaptar-se ao novo cenário. Alguns softwares disponíveis para trabalho na nuvem são: Trimble Connect, ProjectWise 365, BIM360, BIMSync, Bimtrack.

NOVO CONCEITO DE SERVIDOR – AUTODESK FORGE

Dentro das opções entre os servidores BIM presentes no mercado, onde pode-se obter uma enorme organização dos arquivos do projeto, há um que vale ser destacado, tanto por ser um dos mais atuais como por sua proposta inovadora. O Autodesk Forge, além de proporcionar o armazenamento a seus usuários, também permite a elaboração de modelos diretamente da nuvem, não fazendo-se necessário a aquisição de um Software para a modelagem e outro para o armazenamento.

Além de oferecer esse benefício de modelar diretamente na nuvem, que evita a perda de dados, pois a modelagem através da rede garante que o modelo sempre estará salvo no servidor, o Autodesk Forge, também permite a criação de API`s, o que faz o usuário ser capaz de criar uma ferramenta ou aplicativos que o auxiliem em determinados processos, ou utilizar API`s de outros usuários. As ferramentas e novidades presentes no Autodesk Forge são mais abordadas em nosso artigo específico sobre.

CONCLUSÃO:

No mercado da construção atual, existem diversas ferramentas e softwares que vêm para otimizar, e até mesmo eliminar, alguns processos braçais e repetitivos, porém, o mercado da construção civil é uma das áreas que menos inovam no país, segundo uma pesquisa feita pelo IBGE, possuído um percentual de inovação de apenas 30%.

Para nós da SPBIM, temos ambos a utilização dos servidores físico e na nuvem em nossos trabalhos com construtoras e incorporadoras. O fato de muitas empresas e escritórios não se adaptarem à essas novas tecnologias, atrasam o avanço na área da construção, porém, com a promessa de grandes otimizações, a tecnologia as força a adaptar-se, pois, a partir do momento que uma única empresa se utiliza desses recursos, as demais acabam tornando-se menos competitivas no mercado, tendo que se atualizarem para manter seu poder em relação à concorrência.

Internet das Coisas (Internet Of Things) e o BIM

Com a popularização e difusão da internet, a indústria têm se dedicado ao desenvolvimento de tecnologias interconectadas. Ou em termos técnicos, objetos com interconexão por IOT (Internet of Things) cuja tradução literal significa a Internet das Coisas, que se refere a interconexão entre os objetos e a internet. Popularmente, o IOT é a interconexão responsável por sincronizar o celular aos eletrodomésticos, carros, wearables (dispositivos tecnológicos utilizados como roupa tais como relógios, óculos, aparelhos auditivos), chaves, mesas, espelhos, entre outros.

No universo BIM tal conceito é vislumbrado no Digital Twin, um conjunto de componentes digitais (modelos, documentos e conjuntos de dados) que refletem todo o ciclo de vida do ativo, ou seja, corresponde a uma réplica digital de um elemento físico, com grande riqueza em dados.

Internet das Coisas no BIM
Internet das Coisas no BIM / Fonte: VivaDecora

BIM + IOT?

Com a automação de edifícios se tornando a solução mais eficiente em segurança, praticidade, economia e sustentabilidade, o IOT é vinculado ao Digital Twin para obter controle sobre os edifícios. De modo geral, o Digital Twin se torna um ativo capaz de receber informações, codificá-la ou até mesmo realizar funções automáticas no modelo físico, a partir da varredura de sensores, ou captura de câmera, ou através de intervenção manual no modelo digital. Outro ponto relevante é o poder do “I” do BIM, os softwares como Revit, Revit MEP, Archicad, Vectorworks e Sketchup deverão incorporar tais riqueza de informações no formato nativo e no IFC. Para elucidar melhor cada uma das soluções nós da SPBIM, separamos algumas aplicações práticas do BIM em cada uma delas.

  1. SEGURANÇA/MANUTENÇÃO:

Futuramente será comum identificar no BIM 7D (Dimensão responsável por operação e manutenção) após a execução a configuração/automatização na fase As built (LOD avançado) a possibilidade de vincula-lo ao IOT para avisar ou até mesmo desligar certos sistemas, quando existir qualquer situação atípica, como detecção de algum vazamento de gás ou hidráulico, ou acesso de pessoas não autorizadas a determinada área, ou em usos como prevenção de desastres por exemplo, através do modelo é possível ter a reflexão para tomada de decisão, uma ação preventiva antes de ocorrer situações catastróficas ou de grande perda patrimonial.

Casa Inteligente SpBIM
Fonte: SpBIM
  1. PRATICIDADE:

Após a execução e configuração/automatização do as built é possível vinculá-lo a IOT para automatizar e realizar funções como irrigação de jardins, ou no controle de qualidade de sistemas como climatização, exaustão/ventilação, ou uma pré configuração de iluminações das áreas de vivência de um edifício, ou no fechamento/abertura de determinada cobertura/abertura em função do clima. Imagine ter o controle de acessos através de biometria ou reconhecimento facial. Será possível até mesmo obter a transmissão de informações (dados) em tempo real, como a quantidade de vagas disponíveis em um estacionamento.

Internet das Coisas
Internet das Coisas / Fonte: Siemens
  1. ECONOMIA/SUSTENTABIBLIDADE:

Após a execução e configuração/automatização do As built é possível vinculá-lo ao IOT para detectar e até corrigir situações de desperdício, como desligar torneiras abertas por muito tempo, acionar responsável em caso de vazamentos ou discrepância em consumo, tais como denunciar mal funcionamento de equipamentos, ou seu uso indevido.

Internet das Coisas
Internet das Coisas / Fonte: Siemens

APLICAÇÃO PRÁTICA DO IOT VÍNCULADO AO BIM

Além das funcionalidades comuns de automatização já listadas anteriormente, o Digital Twin também poderá ser usado em treinamentos e simulações para qualificação profissional; e até mesmo operações a distância. A Petrobrás por exemplo, em seu Centro de Excelência em Análises e IA (Inteligência Artificial), inaugurado em 06 outubro de 2020, já começa o uso de tal artificio.

De acordo com Nicolas Simone, diretor-executivo de Transformação Digital da Petrobras, apresentou o projeto de capacitação e controle remoto através do uso do digital twin, que a princípio está sendo implantado como projeto piloto na plataforma P-50, que opera no campo de Albacora Leste, na Bacia Campos.

O piloto prevê o remonte de ideias e ações para reduzir custos e aumentar eficiência e segurança nas operações, pois preveem o acesso, controle e treinamento sem a necessidade de ir até a plataforma, sincronizando apenas as intervenções na plataforma através do gêmeo digital. O projeto do Digital Twin da P-50 é um desenvolvimento em parceria com a Repsol Sinopec Brasil, AVEVA, Senai RJ e Senai Cimatec.

Digital Twins
Fonte: SpBIM

Caso queira ler um conteúdo especifico sobre integração com automação e robótica no BIM, escrevemos um artigo interessante: Arduino e BIM.

CONCLUSÃO:

Nós da SpBIM compreendemos o avanço das tecnologias IOT e entendemos a importância de implantação da sua interconexão em BIM, pois além de uma alternativa futura para o controle e desempenho de edifícios, em quadro pandêmicos, tal como a vivenciada neste ano de 2020, tal sistema pode garantir a segurança sem afetar o funcionamento de edifícios essenciais para estabilizar a economia.

Agentes como o BIM manager munidos de um Plano de Execução BIM, BIM Mandate e padrões de EAP serão essenciais para tal a continuidade do BIM e ser utilizado posteriormente no IOT e o BIM 7D por exemplo. O Decreto BIM buscara futuramente incorporar o uso do IOT através do plano de implantação nacional (democracia no BIM) para cuidados do patrimônio com operação e manutenção após o sucesso da implantação prevista do BIM3D, BIM4D e BIM5D.

 

FIBRA ÓTICA vs CABO no BIM?

Fibra Otica ou CABO
Fibra Ótica ou CABO / Fonte: SpBIM

Que a internet se tornou essencial para o cotidiano das pessoas em o todo mundo já sabemos, agora qual é o melhor sistema quanto a qualidade na troca de informações e velocidade da internet no dia a dia de um escritório de projetos ou construtoras?
Neste artigo buscamos demonstrar como as variações da internet FIBRA ÓTICA vs CABO impactam na velocidade de troca de dados no BIM?

BREVE HISTÓRIA

Antes de apresentarmos as principais variações entre a internet a cabo e fibra ótica é preciso entender um pouco porque a internet foi desenvolvida. Internet ou rede mundial de dados trata-se de uma rede que teve o desenvolvimento inicial ainda no período da Guerra Fria, em meados da década de 1960, visando a comunicação e armazenamento de dados do exército norte-americanos em caso de queda dos sistemas tradicionais de comunicação da época, além da descentralização das informações, sendo conhecida por ARPNET ou “mãe da internet contemporânea” em pleno século XX.

Os testes mais promissores foram feitos entre na Universidade da Califórnia, Instituto de Pesquisa de Stanford e na Universidade de Utah, tendo o seu primeiro grande feito marcado pelo Wide Area Network ou apenas WAN (Rede de Longa Distância), que permitiu a comunicação entre os computadores do tipo TX2 e Q-32 em diferentes cidades americanas através do cabos de rede. A partir daí a tecnologia continuou avançando de forma acelerada, tendo centenas de computadores conectados ainda na década de 1970.

Centro de Dados
Fonte: SpBIM

Até então o termo “internet” popularmente conhecido e entendido nos dias de hoje ainda não havia sido citado, sendo utilizado apenas após o desenvolvimento do TCP/IP por Vint Cerf e Bob Kahn, que trata-se de uma série de protocolos de transmissão de dados que visa facilitar a comunicação entre redes, garantindo que não fosse necessários realizar alterações de interface e que os pacotes de dados enviado chegassem na mesma ordem que foram enviados, sendo utilizado até os dias de hoje e intitulado como o principal serviço de INFRAESTRUTURA DE INFORMAÇÃO GLOBAL desde  1983 – até meado dos anos 1990 era utilizada principalmente para troca a de e-mails entre cientistas do meio acadêmico e entre o próprio governo.

TCP IP
TCP/IP / Fonte: SpBIM

Foi  a partir daí que a internet se firmou como o principal meio de comunicação mundial, surgindo então diversos sistemas que ampliam a experiência de comunicação e armazenamento de dados, como é o caso do primeiro site da internet o World Wide Web (WWW) e desde então a tecnologia da informação vem avançando cada mais, tendo novidades significativas em pouco tempo, como é o caso do armazenamento de dados via nuvem (2000) – um avanço significativo que só foi possível após tantas outras tecnologias dedicadas a ciência da comunicação que vem sendo desenvolvida ao longo dos anos, passando de uma ciência exclusiva dos governos e instituições de ensino, para um serviço  comum à empresas e usuários pessoais.

No Brasil a internet comercial e com maior acesso aos públicos começou a ser instalada apenas em 1998, após 27 anos de sua criação, como o estabelecimento da Lei Geral das Telecomunicações (LGT, Lei nº 9.472, de 16 de julho de 1997) e criação da agência reguladora nacional Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações). O objetivo da LGT associada a emenda constitucional de 1995 era a não monopolização do fornecimento de serviços de telecomunicação no Brasil, detido pela Telebrás, permitindo assim que empresas privadas de provedores de internet pudessem expandir seus negócios em todo o território nacional, tendo maior valor competitivo e possibilitando o acesso à web ao maior número de brasileiros possíveis – privilégio das universidades e do governo até então.

INTERNET NO BRASIL

A princípio a principal forma de conexão nacional era via internet discada ou Dial modem, uma conexão via linha telefônica, tendo velocidade instável e chegava 56,6kbps no máximo. Além da lentidão de conexão, ainda apresentava diversas restrições como por exemplo:  o computador precisava ficar ao alcance do fio e o telefone não poderia ser usado enquanto a internet estava conectada, além do alto custo fazendo como que os usuários optassem pelos horários com menores tarifas (madrugada e finais de semana).

Internet Discada IG
Internet Discada IG / Fonte: IG

Aos poucos a internet discada foi avançando, passando da xDSL para a tão conhecida Banda Larga. Com o desenvolvimento dessa nova forma de se conectar com a web possui diversas variações e foram sendo desenvolvidas como a internet móvel, via rádio, DSL (Digital Subscriber Line), chegando na Internet a Cabo e Internet de Fibra Ótica.

Internet de Banda Larga
Internet de Banda Larga / Fonte: Docplayer

A conexão Internet a Cabo é sem dúvidas a mais popular e é utilizada de forma muito significativa nos dias de hoje, com o aumento da velocidade de conexão podendo chegar até 128kbps – sendo 55% mais rápida que a discada, independente da linha telefônica e foi uma tecnologia importada das famosas TV a Cabo, sendo muito comum empresas do gênero também fornecerem esse tipo serviço.

Por tratar-se de informações transportadas por cabo de cobre, diversos pontos negativos são atribuídos a essa forma de conexão. Como por exemplo:

  • Alta demanda por espaços para armazenamento dos cabos
  • Fragilidade dos fios de cobre as intempéries do meio externo
  • Complexibilidade na manutenção, causando uma entrega inferior da velocidade contratada resultando em insatisfação do cliente.

A partir das necessidades de uma melhor conexão e maior velocidade no transporte de dados, foi empregado a utilização da fibra ótica/fibra de VIDRO ULTRADURO, tendo por base a sílica material mais rentável do que os metais utilizados nos cabos de cobre, pois são abundantes na natureza. A tecnologia de fibra ótica permite que os dados sejam transportados através da reflexão da luz no seu interior, assim transmitido os dados de forma mais rápida na VELOCIDADE NA LUZ.

ADSL e Fibra Otica
ADSL e Fibra Otica / Fonte: Konnet

Imaginamos que o vidro fosse um material frágil, mas não, a fibra utilizada possui a espessura de um fio de cabelo humano com resistência a altas pressões, temperatura e à tração, podendo resistir a até 42 toneladas por cm². Resultando em menos interferências eletromédicas, maior velocidade associada a maior quantidade de dados transportado.
Além de tratar-se de material de alta resistência e com alta estabilidade na conexão esse tipo de tecnologia apresenta maior SEGURANÇA E PRIVACIDADE DOS DADOS, afinal não tem como as luzes emitida para levar as informações a saírem do cabo, fazendo com que a segurança e privacidade dos dados sejam mantidas. Mesmo com tantos pontos positivos ainda não está disponível em massa para os usuários do mercado brasileiro, devido ao custo elevado e manutenção especializada, mas esse cenário tende a melhor por incentivo das empresas privadas que solicitam de forma maciça esse tipo de conexão e por ser um exigência em alguns tipos de serviços como é o caso do BIM por exemplo.

IMPACTOS DA CONEXÃO DA UTILIZAÇÃO NO BIM

Agora que entendemos um pouco de como a maior tecnologia do século XX se desenvolveu ao longo dos anos, vamos entender sua relação com os Modelos de Construção Virtual. O atraso na utilização da internet no Brasil também influenciou a difusão do BIM nas construções nacionais, prejudicando então a gestão e o resultado das obras.
Convenhamos que um dos pilares do BIM é a Tecnologia, e de fato a falta deste tipo de recurso nos prejudica.

Uma das principais vantagens do BIM está diretamente relacionada simultaneidade da utilização das informações da construção, troca de informações em tempo real seja entre os colabores da obra, entre projetistas e até mesmo entre obra e projetistas.
Toda essa comunicação só é possível a partir da utilização da internet, afinal sem ela a metodologia não estaria sendo aplicada de forma efetiva, voltado então para o método tradicional. Logo para que diversos usuários estejam conectados de forma simultânea em um mesmo arquivo, como são feitos os trabalhos colaborativos em Modelo Federado,  é necessário uma conexão estável, com alta velocidade na transferência de arquivos (download e upload) e um dos principais e mais difíceis desafios dos espaços atuais é a falta de espaço para armazenamento dos dados e fios de comunicação, viabilizando a utilização dos serviços de armazenamento via nuvem como nos softwares BIMSYNC, BIM360, usBIM.platform, BIMCOLLAB,  BIM TRACK.

Nuvem
Nuvem / Fonte: nxfacil

Os três pontos apresentados acima tornam viável a utilização metodologia BIM em todas as etapas do ciclo de vida da construção (LOD), a ausência dessas características faz com que o trabalho seja ineficiente, resultando em atrasos nos prazos, triplicando o retrabalho e incoerências entre projeto e execução em obra.

Agora nos perguntamos: qual tipo de conexão de internet escolher? Veja abaixo os prós e contras entre a Internet a Cabo e Internet de Fibra Ótica:

CABO

Prós:

  • Maior velocidade em relação a formas das conexões anteriores (internet discada)
  • Independência da linha telefônica
  • Baixo custo em relação a outras tecnologias mais avançadas
  • Serviço prestado pela maioria das empresas de internet nacionais

Contras

  • Demanda de espaço para passagem de fios
  • Alto custo de manutenção pela fragilidade do material
  • Instabilidade da velocidade da internet
  • Interferência na emissão de campos eletromagnéticos

FIBRA ÓTICA

Prós

  • Estabilidade de conexão
  • Dimensões reduzidas, demandando poucos espaços de armazenamento
  • Material mais durável e resistente
  • Maior velocidade no download e upload da dados
  • Privacidade dos dados

Contras

  • Serviço pouco difundido no Brasil
  • Manutenção por equipe especializada
  • Custo final pouco acessível para usuários domésticos

CONCLUSÃO:

Ficou claro como a internet é essencial para o bom andamento de projetos e gestão em geral na metodologia BIM, sendo essencial uma alta velocidade na transferência e recebimento de dados, portanto nós da SPBIM indicamos para nossos alunos e clientes a contratação de serviços de fibra ótica, prezando assim pela eficiência da comunicação e troca de informações juntamente com toda a equipe envolvidas nas etapas do ciclo de vida de empreendimento.

O que é Documentação BIM?

Você sabe o que é documentação BIM?

documentacao bim
Documentação / Fonte: SpBIM

Para que serve? Em qual fase de projeto é considerado documentar? Ao ler documentação muitas pessoas se assustam, afinal trata-se de uma série de informações incluídas em projetos para aprovação de quantitativos e se torna primordial para o empreendimento onde a obra deverá atender as expectativas projetuais.

3D apresentação de Documentação BIM
3D apresentação de Documentação BIM / Fonte: SpBIM

Em paralelo durante o desenvolvimento do projeto, sabemos que cada fase projetual como EV (Estudo de Viabilidade), EP (Estudo Preliminar), AP (Ante projeto), PB (Projeto Básico), PE (Projeto Executivo) e As Built exigem diferentes tipologias de grafismo e de anotações 2D, essa equivalência no BIM denominamos LOD (Level of Development) ou em português ND (Nível de Desenvolvimento). No projeto Executivo por exemplo onde investimos a maior parte do tempo na realização da documentação, geralmente este esforço no BIM equivale em 80/20 sendo 80% esforço em modelagem e 20% esforço em documentação (anotação 2D + configuração gráfica) baseado no histórico de nossos clientes aqui da SPBIM, caso você gaste um tempo superior a esta proporção pode haver algum erro no Template, na biblioteca ou no próprio desenvolvimento do projeto. A documentação é uma forma de definição e apresentação dos quantitativos e dimensões dos elementos projetados, sendo a etapa mais técnica do processo projetual e que será encaminhada para a obra através do meio digital e físico (papel).

A partir das informações geradas nesta fase de projeto, por exemplo, que órgãos de fiscalização fazem a verificação e aprovação do mesmo perante as normas e padrões de segurança, por tanto é essencial que o projeto esteja dentro os parâmetros normativos das fases de projeto e até mesmo representação gráfica técnica das informações, como consta na NBR 6492/94 de Representação de Projeto de Arquitetura por exemplo.

Documentacao pavimento tipo do Curso de Revit Avancado
Documentacao pavimento tipo do Curso de Revit Avançado / Fonte: SpBIM

De acordo com a NBR 6492/94 a documentação de projetos arquitetônicos necessita atender padrões de representação gráfica, como:

  • peso gráficos
  • norte
  • cotas
  • marcação de eixos
  • cortes
  • detalhes
  • títulos dos desenhos
  • padrões de folhas com margens, carimbo e dobras

Outros padrões como a comunicação e compreensão dos projetos são feitos de forma mais assertivas por todos os profissionais envolvidos, sejam eles arquitetos, engenheiros ou especialistas complementares.

A documentação representa cerca de 50% do esforço do profissional, levando em consideração que todo o projeto é desenvolvido com o método tradicional CAD, onde cada uma das anotações como cotas e linhas de anotação são feitas de forma manual e sem associação direta com o elemento cotado – sempre dentro dos padrões definido pela norma.

Quando analisamos a proporção de esforço para documentação em projetos em BIM, obtemos esforço de 20% em comparação com a dedicação total para o desenvolvimento do projeto. Tal comparação é muito importante do ponto de vista de qualidade e produtividade das atividades de um escritório, afinal a documentação não deveria consumir mais tempo do que a fase projetual, que de fato qualifica a necessidade de um profissional.

Aos diversos ganhos com a utilização do método BIM em projeto de AEC (Arquitetura, Engenharia e Construção) incluem agilidade na realização da documentação, pois diferentes do método tradicional as anotações, cotar e na inserção de simbologias gráficas são feitas simultaneamente ao desenvolvendo do projeto, sendo essencial para validação e constante verificação dos modelos.

Cortes padronizados com modelos de vista
Cortes padronizados com modelos de vista / Fonte: SpBIM

Quando entendemos que ao utilizar softwares e metodologia BIM o fluxo de trabalho é totalmente diferente, assim como as prioridades e entregáveis.
A “auto compatibilização simultânea” é um dos diferenciais dessa metodologia, permitindo o profissional  projetar e verificar sua modelagem ao mesmo tempo, seja através da documentação fazendo o uso de  um template com padrões de cotas, filtros, sobreposições gráficas e até mesmo com a utilização programação  visual através de softwares BIM compatíveis com a ferramenta utilizada, como por exemplo o Dynamo para Revit e o Grasshopper  para Rhinoceros 3D e integrado no Archicad.

Tais recursos otimizam ações de baixa, média e alta complexibilidade dando ao profissional maior segurança e rapidez, ao projetar uma casa de 200m² ou um estádio de 10.000m². O template é sem dúvida o principal recurso de otimização dessas atividades, tento todos os padrões de linhas, textos, cotas, escalas e símbolos já definidos para cada etapa de projeto e pode ser desenvolvido de forma exclusiva cada do escritório ou profissional. Com o template é possível aplicar modelos de vistas previamente definidos, que de forma automática aplica padrão de textura, escala, simbologias e até mesmo impressão em diversas vistas ao mesmo tempo – suas alterações de padrões também são realizadas de forma sincronizadas e automática com apenas um clique em “aplicação de modelo de vista”.

O Template pode ser adquirido como um padrão de outros profissionais (porém funcionara somente se souber a metodologia de quem o desenvolveu com um devido treinamento direcionado), outro método é como nós da SpBIM realizamos, onde ensinamos em nossas consultorias e treinamentos para os escritórios a como criar/desenvolver o seu próprio “template”, afinal cada empresa existe as sua forma de apresentar o projeto. Recomendamos após um processo mais consolidado o suporte de profissionais internos como no caso do BIM Manager (Gerente BIM) para integrar os processos digitais no Plano de Execução BIM das empresas e nos Manuais de BIM.

Documentacao do Curso de Archicad
Documentação do Curso de Archicad / Fonte: SpBIM

Outra diferença da anotação realização em BIM para CAD é a facilidade em alteração da escala de projeto, sem a necessidade de réguas de cotas, alteração de peso gráfico, textos, tabelas e até mesmo símbolos, pois tais elementos são automaticamente ajustados de acordo com a variação da escala gráfica escolhida, eliminando retrabalho do fluxo de atividades caso seja necessário realizar tais alterações.

camadas documentacao bim
Fonte: SpBIM
viewport
Viewport / Fonte: SpBIM

Ao projetar e documentar projetos em softwares tradicional, como é o caso do Autocad, é comum encontrar fundo escuro como área de trabalho dentro da ferramenta, fazendo com que o profissional necessite pensar como aquelas serie de linhas em cor cores variadas serão representada quando forem para impressão em papel com fundo branco (mais conhecido como CTB), sendo então uma preocupação para o projetista que acaba ocupando uma fração do tempo, pouco relevante para o projeto mas que necessita ser dedicada para apresentação e compreensão do conteúdo projetado. Isto não acontece ao realizar a modelagem e documentação de projetos em Archicad, Revit, Revit MEP, Vectorworks e Sketchup por exemplo, pois o mesmo padrão visível na tela do computador corresponde ao que será impresso, fazendo com que possíveis erros e até mesmo tempo gasto com esse tipo de preocupação sejam eliminadas.

Curso de Revit e Archicad
Curso de Revit e Archicad / Fonte: SpBIM

Mais uma vez percebemos como o BIM apresenta uma serie de benefícios, seja na agilidade de processos, melhor desempenho na modelagem e até mesmo nas atividades que muitas pessoas não associam ao projeto, mas que fazem parte primordial do processo e apresentação dos elementos projetados, como é o caso da documentação e anotação.

CONCLUSÃO:

Nós da SPBIM acreditamos que a produtividade e qualidades são essenciais para profissionais e escritório, tendo em vista que o BIM como o seu principal aliado na otimização das diversas atividades seja elas projetuais BIM3D, planejamento BIM4D, orçamentarias BIM 5D, e até mesmo na documentação dos modelos desenvolvidos em softwares de modelagem da construção.

BIM para Interiores

INTERIORES EM BIM?

Quando pensamos em  BIM logo associamos a complexos projetos de engenharia e arquitetura, mas com o BIM podemos otimizar e melhorar projetos em diversas escalas, incluindo projeto de interiores.

3D apresentação de Documentação BIM
3D apresentação de Documentação BIM / Fonte: SpBIM

O que a maioria das pessoas não entendem é a complexidade que projetos de interiores chegam e que não se resumem somente a uma seleção de mobiliários assinados, revestimentos conceituados e paleta de cores, bons projetos de interiores estão diretamente ligados a diversas soluções de infraestrutura, analises de conforto térmico, lumínico, sonoro e entre outras competências. Não correspondem a nichos exclusivos como casas e apartamentos, o projeto de interiores busca atender desde grandes espaços de exposições, pavimentos coorporativos, shoppings centers e entre outros espaços habitados pelo homem.

Compreendendo as demandas necessárias para este tipo de projeto é imprescindível a utilização do BIM como forma de aumentar a precisão das soluções propostas, compatibilização projetos complementares (elétrica, hidráulica, ar condicionado entre outros), agilidade nas fases de projeto de acordo com o nível de desenvolvimento (LOD) – resultando em menos gastos com o homem-hora por projeto (BIM3D), maior confiabilidades e mais assertividade nas estimativas de custos (BIM5D) e uma melhor eficiência no planejamento da obra em questão (BIM4D).

Para entender os benefícios da utilização da metodologia em projetos de interiores é necessário compreender a disparidade entre projetos produzidos em software BIM (Modelagem com Informação da Construção) e CAD (Desenho Assistido por Computador), que está baseada na principalmente na utilização da informação.

Ao produzir um desenho no AUTOCAD, por exemplo, temos por resultado uma serie de linhas e anotações que juntos resultam em gráficos em 2D ou 3D. Ao analisar esses gráficos é possível obter poucas informações sobre a construção, materiais e sistemas de instalações, afinal a única representação identificada que está sendo apresentada é a intenção do projetista através de linhas e cores. Já no por exemplo ARCHICAD, REVIT, VECTOWORKS e SKETCHUP principais softwares BIM utilizados para projeto de interiores, não é produzido um desenho mas sim um modelo do projeto a ser executado, onde cada um dos elementos apresentado possuem parâmetros capaz de informar: custo, dimensões, características físicas do material, seus sistemas construtivos e entre outras informações competentes.

Curso de BIM para Interiores
Curso de BIM para Interiores / Fonte: SpBIM

COMO PROJETAR INTERIORES EM BIM?

A elaboração de projetos deve estar pautada em metodologia e em constante abastecimento das informações do modelo, diferente do que a maioria das pessoas acreditam produzir cortes, plantas e elevações automáticas não são os principais ganhos das ferramentas BIM mas sim a possibilidade de gerenciar informações reais de acordo com a necessidade da fase projetual. Nesta metodologia a organização projetual e compreender a real necessidade das informações é de suma importância, é por isso que padrões de nomenclatura influenciam diretamente em como essas informações vão ser filtradas e demonstradas.

Na imagem abaixo apresentamos um gráfico que indica o tempo de dedicação em cada fase do projeto em relação com o esforço e custo desempenhado nas duas modalidades de projeto, INFORMAÇÃO BIM x DESENHO CAD.

A partir disso é possível compreender que é necessário maior esforço no abastecimento da modelagem BIM nas fases iniciais, Estudo Preliminar e Anteprojeto, diferente do método tradicional CAD, onde o esforço é maior na fase final de projeto, Projeto Executivo.

Livro Manual de BIM
Livro Manual de BIM / Fonte: Eastman

Com maior dedicação nas fases de estudo preliminar e anteprojeto no BIM é possível prevenir e resolver conflitos que só seriam encontrados na fase de executivo no método tradicional ou até mesmo em obra, gerando um maior gasto com homem-hora na compatibilização e revisões de projeto e a necessidade de lidar com diversos conflitos na fase execução. A utilização do 2D e 3D simultaneamente colabora com redução de tempo de compatibilização de projeto, além da utilização do CLASH DETECTION que identifica conflitos com poucos cliques, sendo mais uma vez uma forma de reduzir tempo nas atividades de conformação projetual, sendo muito utilizado softwares destinados a compatibilização, como por exemplo o Navisworks e o Solibri, facilitando a coordenação de projetos tanto para novas construções como para reformas, recebendo arquivos de todas as disciplinas do projeto.

Durante a modelagem é essencial que o projetista compreenda a forma com que o projeto será executado e orçado, pois a partir dessa compreensão será definido quais ferramentas serão utilizadas na modelagem. Diferente do que as pessoas imaginam o nome da ferramenta não define o produto da modelagem, por exemplo, ao modelarmos uma soleira é utilizado a ferramenta viga, pois o que é levado em consideração não é o nome da ferramenta de trabalho, mas sim quais informações serão possíveis extrair. Nesta situação, a ferramenta carrega informações de ESPESSURA (ALTURA) X COMPRIMENTO X LARGURA, exatamente o que deverá ser passado para o fornecedor durante o orçamento.

Bancada revit
Bancada Revit / Fonte: SpBIM
  1. Família: Componente de Gabinete (Casework)
  2. Classificação Omniclass: 23.40.35.00
  3. Nome: Bancada retangular
  4. Dimensões:
    Comprimento (m) x Profundidade (m) x Altura instalação (m)
  5. Acessórios: Texto
  6. Fabricante: XXXXX
  7. Modelo: XXXXX
  8. Valor: $$$
  9. Classificação IFC: Furnishing Element
  10. LOD: 300
Bancada Archicad
Bancada Archicad / Fonte: SpBIM
  1. Objeto GDL: Hidrosanitário
  2. Classificação Omniclass: 23.40.35.00
  3. Nome: Bancada retangular
  4. Dimensões: Comprimento (m) x Profundidade (m) x Altura instalação (m)
  5. Acessórios: Texto
  6. Fabricante: XXXXX
  7. Modelo: XXXXX
  8. Valor: $$$
  9. Classificação IFC: IFC Flow Terminal
  10. LOD: 300

Na etapa orçamentaria é extraído dados de quantitativos de forma automatizada, definindo de forma precisa a área do material, acrescentar a porcentagem de perda e valor de mão de obra, tornando os orçamentos mais reais.

Ao explorar as informações inseridas no modelo, quantitativos, é possível ainda nas fases iniciais quantificar as despesas de obra, possibilitando a interferência do cliente no valor final da obra ainda na fase de criação. Por exemplo, prever o valor médio de gastos com mão de obra, suprimentos base (pedra, cimento, areia), acabamentos, mobiliário e entre outros.

COMO IMPLANTAR O BIM EM INTERIORES?

Treinamento de Archicad no Escritorio Pita Arquitetura
Treinamento de Archicad no Escritório Pitá Arquitetura / Fonte: SpBIM

Antes da realização da implantação de qualquer software BIM e necessário entender o próprio negócio (escritório), seu fluxo de trabalho, necessidades da equipe, segmento de atuação e quais são os pontos a serem melhorados nos processos interno. É feita por um consultor/empresa de BIM (SpBIM), que irá analisar, entender a rotina e necessidades do escritório, além de realizar uma investigação aprofundada nos projetos já desenvolvidos e quais ganhos deveram ser explorados com a metodologia. Somente a partir dessa compreensão será discutido quais ferramentas atendem melhor as necessidades reais da empresa, afinal existem uma gama de software BIM a serem explorados, como VECTORWORKS, ARCHICAD, SKETCHUP , REVIT e  entre outros.

Ao escolher um software é necessário compreender os custos para o investimento em licença, treinamento, suporte técnico, interface e entre outros fatores que estão diretamente ligados a ferramenta de trabalho, mas que na maioria das vezes as pessoas acabam esquecendo de incluir mensurar o tempo investido, nós aconselhamos o apoio de profissionais que trabalham com projetos e que possuem experiência com diversas ferramentas para orientar da melhor forma.

Curso de BIM para Interiores
Curso de BIM para Interiores / Fonte: SpBIM

Além dos custos é necessário definir estratégias de implantação, que irão definir quem serão os profissionais capacitados, a utilização ou não de um projeto piloto, quanto tempo será dedicado em cada etapa de capacitação e definição dos ganhos e metas em cada fase da implantação. Além disso tudo, é necessário após a implantação a contração de um Bim manager ou Equipe BIM para garantir a continuidade da implantação continua através de Manuais de BIM, Plano de Execução BIM, Templates e Bibliotecas BIM, automação de rotinas diárias como o uso do Grasshopper e Dynamo já implementadas pelas empresas de consultoria BIM.

Curso de BIM para Interiores
Curso de BIM para Interiores / Fonte: SpBIM

CONCLUSÃO:

Por fim é possível concluir como o BIM garante uma maior produtividade, qualidade e assertividade no desenvolvimento de projetos de interiores, possibilitando aos profissionais maior credibilidade em seus serviços, otimização de equipe e a capacidade de desenvolver mais projetos. Nos dá SpBIM acreditamos no potencial desta metodologia, em como está presente-futuro nos escritórios e para profissionais de interiores no mercado da construção civil.
A SpBIM ficará à disposição para colaboração no desenvolvimento efetivo do BIM desde a criação até a entrega da obra.