Parametrização no BIM

Parametrização no BIM

BIM, a sigla para Building Information Modeling, que em português significa modelagem da informação da construção, é uma metodologia que integra pessoas, programas e processos, dessa forma, o BIM consiste em modelar e compartilhar informações no fluxo de trabalho. Ao realizar a modelagem 3D e o planejamento de obras nesses softwares, podemos unir a todas essas informações contidas neles.

O processo ao se trabalhar com o BIM é muito diferente em comparação com o CAD, muito utilizado na construção civil tempos atrás. No CAD, os desenhos técnicos e as representações utilizados na documentação como anotação vetorial, isto é, são apenas linhas e pontos que simulam o desenho. Apesar de ser uma grande evolução em comparação com o desenho a mão, amplamente utilizado nos primórdios da arquitetura, o CAD não aglutina dados (informações), tão essenciais para o desenvolvimento de projetos. Isto mostra como o BIM apresenta um grande salto tecnológico e operacional nas atividades de gestão e projeto, pois o controle e a transparência nos processos são grandes aliados.

familias em bim
Famílias em BIM / Fonte: SpBIM

OBJETOS PARAMÉTRICOS

Um determinado objeto, nos modelos BIM, possui diversas características. Os objetos paramétricos no BIM aplicado a um projeto, onde, por exemplo, uma mesma porta pode obter cores, textos e dimensões diferentes a depender das decisões do arquiteto, e ainda assim a porta continuará sendo o mesmo objeto. Uma porta poderá variar de acordo com o nível de informação e geometria denominado LOD. Ao objeto paramétrico atribuímos o nome de família (revit), componente (sketchup) ou objeto gdl (archicad): o objeto da porta possui diversos objetos de características diferentes, mas que possuem uma mesma raiz e atribuição.

objeto parametrico porta
Objeto Paramétrico Porta / Fonte: SpBIM

Essas características também podem ser consideradas como parâmetros, e é algo muito utilizado em projetos, pois no caso da porta, poderá ter variações como: comprimento, largura e altura. O importante no BIM é os objetos serem capazes de exportar os dados no IFC. Existem algumas plataformas capazes de otimizar a produtividade de objetos paramétricos como o PARAM-O da Graphisoft, DYNAMO da Autodesk e o GRASSHOPPER do Rhinoceros por exemplo.

param o cavalete lina bo bardi
Param-O cavalete Lina Bo Bardi / Fonte: SpBIM

No CAD, para alterar cada um dos parâmetros é uma tarefa individual e requer atenção às necessidades de cada detalhe, mesmo na utilização de blocos dinâmicos onde é possível tornar o processo mais prático.
Nos modelos BIM, um objeto paramétrico é capaz de utilizar apenas um elemento que se moldaria automaticamente às necessidades geométricas do seu projeto, sem precisar ficar redesenhando ou especificando as medidas. No BIM, o desenho de uma porta deixa de ser um conjunto de linhas e passa a ser um objeto com parâmetros e com informações associadas as dimensões e especificações.

modelo cad vs modelo bim
Modelo CAD vs Modelo BIM / Fonte: SpBIM

O BIM, por armazenar e reunir um conjunto de informações do mesmo projeto, permite um grande avanço na etapa projetual e na coordenação de projetos. Assim, tudo criado em BIM vai além de representações gráficas, pois também possui informações pertinentes a quantitativo. A parametrização de objetos é um grande aliado de tais processos.

Além dos objetos paramétricos possuírem essas informações, também evitam erros por justamente terem atributos associados.
Por exemplo, objetos hospedados (inseridos/incorporados) em vedações, como janelas e portas que são aberturas, não podem ser inseridos no meio de cômodos ou em pisos. Isso ajuda mitigar e minimizar incoerências e retrabalhos nos processos, lembrando que a inserção é responsabilidade do projetista e recomendamos e orientações de Consultores e BIM Managers.

CONCLUSÃO

Nós da SpBIM acreditamos que os softwares paramétricos permitem armazenar uma grande quantidade de informação que são utilizados na metodologia BIM e são de extrema importância para os avanços nos fluxos de trabalho em empresas de gestão e projetos. A utilização de objetos paramétricos em um modelo garante eficiência na etapa de modelagem e certamente melhorias na qualidade do produto, afinal, estamos na era da informação.

Fuzor: Saiba o que é

O que é o Fuzor?

Um software que proporciona o desenvolvimento da construção de forma virtual, encontra conflitos no processo e auxilia a solucioná-los, essa é a proposta do Fuzor, um software VDC que oferece à seus usuários a possibilidade de construir seus projetos de forma virtual, apresentar a seus clientes animações fiéis à realidade de uma obra, encontrar falhas nos processos escolhidos, ajudar a encontrar soluções práticas e executáveis para esses conflitos, e muitas outras ferramentas que serão abordadas a seguir.

SIMULAÇÕES

Uma pesquisa desenvolvida pela McGraw Hill (2014) mostra que as empresas que adotaram a metodologia BIM, perceberam uma melhora significativa na imagem da empresa no mercado e, somado a isso, a união a modelagem BIM (Modelo Federado) e o cronograma da obra, conhecido como BIM 4D, aumenta ainda mais a confiança de um cliente ao projeto, pois através de softwares que unem as duas informações, como o Fuzor, cria-se uma animação rápida simulando a construção do empreendimento seguindo seu cronograma semelhante a softwares de analises e apresentação como Navisworks e Twinmotion por exemplo. Além disso, essa união também pode ser complementada com o orçamento como no Ms Project por exemplo, gerando uma animação que contempla o cronograma e demonstra o físico-financeiro da obra, conhecida como BIM 5D.

o que e o fuzor
O que é o Fuzor? / Fonte: Kallotech

Além das simulações apresentadas por meio de vídeos, o Fuzor é capaz de apresentar os projetos em formatos de RV/RA (Realidade Virtual / Realidade Aumentada) georreferenciados. Essa funcionalidade é possível graças à conectividade do Fuzor ao Hololens (Óculos de Realidade Aumentada da Microsoft), que, por exemplo, permite a visualização de instalações prediais no próprio canteiro de obras, permitindo uma visualização de como ficarão após sua construção, e também, permitindo a criação de Markups como exemplo gerado para futuras correções em projeto.

Hololens e Trimble, BIM na obra para canteiros / Fonte: Trimble e Microsoft

Além de permitir a criação de Markups, o Fuzor também possui a ferramenta de Clash Detection , que cruza o volume de cada de elemento modelado com a posição ocupada pelos demais elementos, e caso haja intersecção desses elementos o software informa ao usuário que nessa posição há um conflito.

O que é o Cash Detection
O que é o Cash Detection? / Fonte: SpBIM

APOIO LOGÍSTICO

Outra funcionalidade do Fuzor, proporcionada por suas simulações através de objetos paramétricos, pois assim permite que o usuário complemente a cena com objetos fiéis à realidade que será encontrada no canteiro de obras, é a análise logística de possíveis interferências em movimentações, lembrando que nesta fase o nível de detalhe geométrico e de informação (LOD) se torna relevante para qualidade do projeto e obra. Por exemplo, na imagem abaixo, o software consegue informar aos usuários pontos de possíveis colisões, os raios de operação das gruas e as zonas seguras do canteiro, onde seus raios não alcançam.

What is Fuzor? / Fonte: Kalloctech

Na imagem seguinte, o software faz a análise do fechamento de algumas faixas de uma via, permitindo com que o usuário estime a influência de seu fechamento no tráfego, pois consegue controlar o fluxo de veículos da via, entre outras características. Softwares semelhantes a esse tipo de visualização seria o Infraworks e o Civil 3D da Autodesk.

Utilizando essas ferramentas, a logística dentro de um canteiro fica mais palpável e dinâmica, permitindo que seus coordenadores e BIM Managers organizem o armazenamento de materiais, entrada e saída de cargas  e assim por diante, de uma forma mais simples e visual.

ASSINATURAS E VALORES

Além das funcionalidades citadas acima, o software possui muitas outras, o que permite ao fabricante dividi-lo em algumas assinaturas, de acordo com as ferramentas necessitadas pelo usuário.

Suas assinaturas são divididas em duas classes inicialmente, as assinaturas que permitem o software ser utilizado em um rede de computadores (Network) e outra tipologia que só permite a instalação em uma máquina (Single).
Dentro desses dois grupos, são 6 tipos de assinaturas, e variam entre a versão
Lite  que custa US$ 83,00 (por mês, na assinatura anual) e a versão que contempla todas as funcionalidades, chamada de Virtual Design Construction que custa
US$ 834,00 (por mês, na assinatura anual). Seus demais grupos e valores podem ser consultados em seu site: Assinaturas Fuzor.

Outro ponto relevante é o dimensionamento de maquinas seja notebook ou pc e a questão do Usos de BIM desejados para utilizar essa ferramenta. Abaixo artigos complementares e relevantes que escrevemos sobre BIM:

CONCLUSÃO

O Fuzor é um software que vem para facilitar a coordenação, logística, cronograma e muitos outros pontos de uma obra. Nós da SPBIM, acreditamos que a partir do momento que o usuário consegue simular todos os acontecimentos, seguindo cronogramas e orçamentos, a experimentação torna o processo mais realista e necessário com grande valor atribuído, e assim os métodos são facilmente aperfeiçoados, pois suas falhas e conflitos, são observados de forma virtual, não promovendo nenhum tipo de ônus à seus idealizadores, assim tornando o processo mais dinâmico ao cotidiano do AEC (Arquitetura, Engenharia e Construção).

Saiba tudo sobre o SketchUp Studio

SketchUp Studio: Tudo que você precisa saber

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Fonte: SketchUp

Com a utilização da tecnologia para desenvolvimento de projetos dos mais variados seguimentos da AEC (Arquitetura, Engenharia e Construção) as empresas desenvolvedoras de softwares buscam cada vez mais inovar para otimizar e flexibilizar o fluxo de trabalho dos projetistas, reunido diferentes soluções para atender as necessidades do usuário ou até mesmo reunir diferentes soluções integradas em um único produto.

Foi pensando nisso que a Trimble migrou a forma de oferecer soluções aos usuários de Sketchup, desde 2019 seus produtos passaram por uma curadoria detalhada para compreensão das necessidades de cada perfil de usuário e resultando em quatro perfis de usuários com soluções especificas para cada uma das necessidades.

Os perfis de usuários da ferramenta de modelagem 3D mais utilizada por arquitetos, designs e construtores, foi segmentado em: Uso Pessoal, Uso Profissional, Ensino Superior e Uso de estudante do Primário e Secundário. Cada um desses perfis possuem uma série de pacotes com valores e produtos especificos para suas necessidades.

O perfil para Profissionais, apresenta três diferentes pacotes para aquisição da ferramenta, sendo elas o Sketchup Comprar disponível para versão web e armazenamento ilimitado na nuvem, Sketchup Pro disponível na versão web e desktop, incluso PreDesign e acesso a diversos plug-ins e por fim, a pacote Sketchup Studio ideal para fluxos de trabalho mais avançados com verão web e desktop, Vray, PreDesign, Scan Essentials, Trimble Connect e muito mais.

A seleção de ferramentadas disponível no pacote Sketchup Studio o usuário poderá desenvolver modelos 3Ds no desktop ou via  nuvem, através da versão web, acesso a diversos plug-ins para otimização do fluxo de trabalho na versão desktop, visualização dos modelos através de dispositivhttps://spbim.com.br/o-que-e-o-trimble-connect/os moveis além da utilização do XR Viewer para realidade aumentada, comunicação facilitada e colaborativa, inúmeros objetos disponível no 3D Warehouse (Armazem 3D do Sketchup), utilização do Sketchup PreDesign para estudos climáticos, espaciais  com referencia geográfica, imagens renderizadas em tempo real e  a utilização de nuvem de pontos associado ao modelo 3D.  Veja a segui mais sobre cada um dos recursos disponíveis:

  • SketchUp:

A ferramenta de modelagem de arquitetura e design mais utilizada entre arquitetos, designers e projetistas de modo geral, permite o desenvolvimento de modelos tridimensionais BIM de forma intuitiva, totalmente customizável e amplamente solicitada no mercado de trabalho – podendo ser utilizado tanto na versão web com armazenamento na nuvem ou na versão desktop.

sketchup spbim
Fonte: SketchUp

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  • Mobile Viewer:

Ferramenta disponível para dispositivos moveis que permite a visualização e compartilhamento dos modelos digitais em qualquer lugar e a qualquer momento – disponível para Android e IOS.

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Fonte: SketchUp
  • XR Viewer:

Recurso disponível para uma experiência de realidade virtual ou realidade mista, possibilitando percorrer pelo modelo 3D, escolher a visualização das cenas definidas no SketechUp, realizar medições com a ferramentada fita métrica, visualização de dados e ainda permite oculta a visualização de elementos através das etiquetas – totalmente integrados com o modelo BIM e disponível para diferentes dispositivos de realidade virtual.

  • Armazém 3D:

Maior acervo de objetos 3d disponível aos usuários no formato nativo da ferramenta, garantindo projetos mais completos e ainda conta com uma comunidade colaborativa, permitindo que os usuários compartilhem seus projetos de forma gratuita.

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Fonte: SpBIM

 

 

  • Trimble Connect:

Serviço de hospedagem de modelos BIM via nuvem no qual denominamos CDE (Ambiente Comum de Dados), permitindo aos usuários um trabalho colaborativo e simultâneo, permitindo a colaboração através de modelos BIM3D em formato nativo do SketchUp .skp, ou outros formatos como REVIT.rvt, ARCHICAD.pln, AUTOCAD.dwg. Destaca-se pela leitura de arquivos de IFC (O que  é IFC ?), garantindo o direcionamento ao OPENBIM (Por que o OPEN BIM é importante ?)

SAIBA MAIS SOBRE TRIMBLE CONNECT: CLIQUE AQUI

  • Armazém de Extensão:

Com o objetivo de otimizar o fluxo de trabalho no SketchUp a Trimble disponibiliza aos usuários uma ampla biblioteca de extensões/plug-ins desenvolvido por empresas parceiras, garantindo que mesmo os projetos mais complexos vão ser desenvolvidos na ferramenta de forma prática.

armazem de extensao
Fonte: SpBIM
  • PréDesign:

É uma das novidades mais recentes disponibilizada na versão do Sketchup 2021, é uma ferramenta ampla, que permite ao projetista garantir uma eficiência energética do projeto ainda na fase se conceituação a partir nas análises geográficas. Tem por objetivo proporcionar aos projetistas dados geográficos e climáticos com análises sobre as melhores estratégias climáticas para cada uma das situações, levando em consideração a localização, a estação do ano, frequência dos usuários nos espaços livres, sugestão de tipos de fechamentos e esquadrias, estudo de sombreamento das fachadas, impacto da iluminação natural nos espaços internos e ainda conta com um estudo de estratégias para maximizar os usos dos espaços livres.

predesign
Fonte: SketchUp

SAIBA MAIS SOBRE AS NOVIDADES SKETCHUO 2021: CLIQUE AQUI

  • Vray:

É o software de renderização mais utilizado por artistas de modelagem 3D que usam o SketchUp, pelos seus resultados hiper realísticos com a facilidade do real-time e dentro da ferramenta de modelagem garantindo ajustes de forma prática e rápida.

evermotion
Fonte: Evermotion
  • Scan Essentials:

A utilização de nuvem de pontos para levantamento de espaços arquitetônicos e urbanísticos vem sendo amplamente utilizado no BIM, pelo sua alta precisão e agilidade nos dados, e a partir disso com essa ferramenta é possível importar a nuvem de pontos para o SketchUp para uma modelagem ágil e precisa.

scan essentials
Fonte: SketchUp

O pacote Sketchup Studio permite aos seus usuários mais do que um software de modelagem tridimensional, permite uma melhor representação dos projetos através de uma série de facilitadores disponível nos acervos de biblioteca da Trimble, mais facilidade de interpretação do projeto por profissionais e leigos através das diversas formas de visualização de projeto como o Trimble Connect, XR Viewer para dispositivos móveis, imagens foto realísticas com o Vray. Ferramentas de estratégias climáticas com referência geográfica facilitando a busca por dados e informações do local do projeto e ainda comunicação direta com levantamento através de nuvem de pontos.

Quanto custa o Sketchup Studio?

É uma possibilidade mais rentável, sendo uma licença alugada, na data deste artigo custa na média de US$ 699/ano* R$3.536,01.

CONCLUSÃO:

Nós da SPBIM entendemos que ao utilizarmos as diversas opções disponíveis no Sketchup Studio no desenvolvimento de projeto de arquitetura, design e construção será facilitado, garantindo não só a visualização tridimensional do que será proposto mais também a melhor interpretação das soluções, comunicação facilitada e ainda garantindo soluções mais eficientes para o projeto através de uma ampla análise realizada ainda na fase de estudo.

Outros artigos sobre Sketchup e assuntos em comum:

Quais as novidades do Revit 2022?

NOVIDADES DO REVIT 2022

 

Neste artigo, nós da SPBIM, iremos elencar todas as novidades que chegaram no REVIT na sua versão 2022, e também onde encontrá-las no software. Caso tenha alguma dúvida de como baixar e se cadastrar para obter a licença legalmente, veja o nosso tutorial passo a passo de Como Instalar o REVIT.

 

Lista das novidades do REVIT 2022:

 

  1. EIXOS 3D
    Os eixos, tiveram uma repaginada, podem ser vistos e criados nas vistas 3D. Essa particularidade da ferramenta já existia em outros softwares BIM como no Archicad por exemplo e agora o REVIT também traz em sua nova atualização.

    eixos d revit
    Eixos 3D Revit 2022

     

  2. PAREDE CÔNICA
    Outra novidade que surgiu na nova versão, são as paredes cônicas. Na versão passada (2021), o REVIT trouxe as paredes inclinadas e agora, na mesma linha de parâmetro, pode-se alterar para a possibilidade de ser cônica.

    parede conica
    Parede Cônica

     

  3. PAREDE INCLINADA COM PERFIL EDITÁVEL
    Como dito, na versão de 2021, a Autodesk adicionou a funcionalidade da criação de paredes inclinadas, porém essas paredes não possuíam a opção de terem seu perfil editado, porém, nessa nova atualização se tornou possível essa edição.

    parede inclinada com perfil editavel
    Parede Inclinada com Perfil Editável

     

  4. NOVAS TIPOLOGIAS DE FAMÍLIAS (RPC)
    Outra novidade que chegou no Revit 2022, é a possibilidade da troca de cor das famílias que vêm de fábrica no Revit, como pode ser visto no gif abaixo. Nesse exemplo, iniciamos colocando uma das árvores, que já vem no programa, e a trocamos pela família de uma caminhonete, e dentro de suas propriedades, no editar tipo, é possível trocar suas cores.

    novas tipologias de familias rpc
    Novas Tipologias de Famílias (RPC)

     

  5. NOVO CONJUNTO DE CORES PARA OS AMBIENTES
    Ao executar a ferramenta de ambientes e posteriormente decidir colocar uma escala de cores nos ambientes, o REVIT possuía determinadas paletas de cores. Nessa nova versão, as paletas sofreram uma atualização, onde possuem mais opções de cores.

    novo conjunto de cores para os ambientes
    Novo Conjunto de Cores para os Ambientes

     

  6. ISOLAR NÚCLEO DE PAREDES COMPOSTAS
    Essa atualização pode ser facilmente uma das principais dentro na nova versão. Com essa nova opção dentro da janela de Visibilidade / Gráficos (VG ou VV),  que possui o atalho VV ou VG, nós usuários poderemos, nas fases de documentação, isolar a parte do núcleo das paredes.

    isolar nucleo de paredes compostas
    Isolar Núcleo de Paredes Compostas

     

  7. EXPORTADOR DE PDF NATIVO
    Uma inovação que chegou nessa nova versão foi o exportador de PDF nativo no software. Muitos problemas eram encontrados nas versões anteriores com exportadores externos ao programa, pois não faziam a conectividade perfeita com o software. Agora com o seu exportador nativo, esses problemas de conectividade foram sanados.

    exportador de pdf nativo
    exportador de pdf nativo
    exportador de pdf nativo
    Exportador de PDF Nativo

     

  8. “VARIA” NOS PARÂMETROS
    Nessa atualização, já iremos utilizar um exemplo para melhor entendimento dessa mudança.

    varia nos parametros
    “VARIA” nos Parâmetros

     

    Podemos reparar, na animação acima, que ao clicarmos no primeiro elemento, seu parâmetro de restrição de base está no nível 1, porém ao clicarmos também na parede que está com sua restrição de base no nível 2, a restrição de base do conjunto fica com o escrito “varia”, sendo que nas versões anteriores, os parâmetros que possuem valores diferentes apareciam em branco.

  9. ROTAÇÃO E UNIÃO DE IDENTIFICADORES (TAGS)
    Nessa atualização, o REVIT torna possível a colocação de identificadores (tags) em múltiplos elementos com somente uma anotação, além de permitir sua rotação, como pode ser visto abaixo.

    rotacao e uniao de identificadores tags
    Rotação e União de Identificadores (TAGS)

     

  10. ANOTAÇÃO DE INCLINAÇÃO DE RAMPAS
    Outra novidade é a possibilidade de criação das anotações de inclinação das rampas, agora facilitando o processo de documentação, além de ser possível tanto em planta quanto nas vistas 3D.

    anotacao de inclinacao de rampas
    ANOTAÇÃO DE INCLINAÇÃO DE RAMPAS

     

Também existem outras novidades como por exemplo:

  • PREFIXO E SUFIXOS EM COTAS: Onde é possível adicionar prefixos e sufixos diretamente nas tipologias.
  • QUEBRA DE TABELAS: Caso uma tabela possua uma grande quantidade de informações e não caiba somente em uma folha, ela pode ser dividida em mais de uma folha.
  • NOVAS CATEGORIAS: Na versão do Revit 2022 houve a inserção de novas categorias de objetos, sendo elas:
    • Equipamentos Audiovisuais
    • Equipamentos de Comida
    • Equipamentos Médicos
    • Sinalização
    • Estruturas Temporárias
    • Circulação Vertical

 

  • FILTRO POR FASE: Uma das novidades que animaram os usuários, foi a possibilidade de criação de filtros por fase de projeto. Nas versões anteriores já existiam as fases, porém não permitiam a criação do filtro.

 

Todas as novidades que chegaram junto com o REVIT 2022, tem como objetivo melhorar o fluxo de trabalho de seus usuários e trazer novos benefícios à modelagem. Essas novidades também podem ser encontradas no nosso canal do youtube SPBIM YOUTUBE, onde exploramos melhor suas funcionalidades e ensinamos onde encontrá-las e como utilizá-las.

 

Abaixo uma lista sobre outros artigos que escrevemos na SPBIM sobre Revit:

Playlist de Revit SPBIM no Youtube

ArchiCAD: Tudo o que você precisa saber

O QUE É O ARCHICAD?

 

Tudo que você precisar saber sobre o ArchiCAD

 

O ArchiCAD é um software BIM (Building Information Modeling) desenvolvido pela empresa Húngara Graphisoft sendo inicialmente um software para arquitetura CAD, para o Macintosh Windows. Com origem desenvolvida para arquitetos, o software proporciona soluções com ferramentas intuitivas voltadas a construção de um edifício virtual (3D) e soluções de engenharia estrutural durante o desenvolvimento do projeto em um ambiente construído virtualmente sendo possível utilizar em todos os tipos de projeto para arquitetura, como: edificação, interiores, iluminação, paisagismo, urbanismo, mobiliário, construção e compatibilização. De maneira única une a construção e o desenvolvimento de um modelo virtual tridimensional (3D) com informações paramétricas dos elementos construtivos, ou seja, é uma simulação virtual da construção (famoso modelo) baseado na construção real (o físico) onde é possível extrair e utilizar de maneiras diversas o modelo desde o planejamento, até o projeto, construção e gerenciamento  

 

ARCHICAD VS CAD

Diferente do CAD (Computer Aided Design) qualquer alteração no Modelo BIM será automaticamente refletida no projeto, de maneira instantânea, os desenhos documentados (2D) plantas, cortes e elevações assim como a lista de quantidades serão atualizados simultaneamente em tempo real.

 

O QUE O ARCHICAD FAZ?

Ele é uma das possíveis soluções de ferramentas BIM desenvolvido para projetos arquitetônicos, design e planejadores, sem dúvida é um software de complexidade mais simples e com a curva de aprendizado menor comparado a outras ferramentas disponíveis, como o seu principal concorrente o Revit, caso queira maiores informações também contamos tudo sobre o que é Revit em um artigo que criamos, clique aqui para conferir.

Corte D com informações documentadas
Corte D com informações documentadas

 

Sendo essa uma ferramenta muito interessante onde é possível se fazer “quase tudo” relacionado a arquitetura quando o assunto é Edificações, o mais interessante é que pode ser utilizado em qualquer “escala” de projeto, desde metrô, estádios de futebol, urbanismo, hospital e prédios de alta complexidade a residência, reforma, marcenaria e interiores.  

 

COMO FUNCIONA O ARCHICAD?

Este software é considerado a primeira implementação do BIM. ArchiCAD® é reconhecido como o primeiro software de CAD capaz de criar geometrias 2D e 3D, também considerado o primeiro produto BIM comercial, o que foi “inovador” por ser capaz de armazenar grandes informações dentro de um modelo tridimensional. Cada arquiteto ou engenheiro poderá trabalhar em seus arquivos e referencia-los em um único arquivo no qual no BIM chamamos de Modelo Federado (modelo unificado) com a utilização do BIM Server (Servidor BIM) no qual é possível gerenciar os modelos e criar permissões de usuários para acessar os projetos e ferramentas. Vistas como plantas, cortes, elevações, ampliações, detalhes, 3D, mapas e legendas são todos conectados, caso algum usuário faça qualquer alteração ou edição, basta enviar as alterações ao servidor BIM para que os demais colaboradores visualizem automaticamente as alterações em qualquer vista correspondente ao modelo, ou seja, não tem como omitir informação.

Perspectiva e planta do Curso de ArchiCAD / Fonte: Autor
Perspectiva e planta do Curso de ArchiCAD / Fonte: Autor

 

EDIFÍCIO VIRTUAL NO ARCHICAD

edifício virtual é desenvolvido com utilização das principais ferramentas: parede, laje, portas, janelas, parede cortina, pilares, escadas, guarda corpo, malha (terreno), telhados e qualquer objetos 3D os famosos objetos paramétricos (objeto gdl). Os usuários podem criar seus próprios objetos 2D e 3D (objeto gdl) para modelagem e elaboração de projetos ou importá-los e exporta-los de uma outra plataforma CAD ou BIM.  

 

EM QUAL EXTENSÃO O ARCHICAD SALVA?

 

A extensão com a qual o ArchiCAD salva é .PLN e os objetos estão no formato .GSM ou .GDL. A dificuldade em se criar objetos paramétricos no ArchiCAD é superior comparado a outras plataformas disponíveis pois deverá se ter o conhecimento mínimo em programação baseado em texto para criar os objetos paramétricos, por outro lado, a Graphisoft desenvolveu um vasto acervo em sua biblioteca para atender os usuários, caso o usuário tenha a necessidade poderá modelar rapidamente e com grande facilidade criar os objetos com o uso da ferramenta de livre edição/criação chamada MORPH semelhante a muitos softwares de modelagem livre como o SketchUp.

Clique para conferir – O que é o Sketchup?  

 

COMO FUNCIONA O MODELO VIRTUAL NO ARCHICAD?

 

Biblioteca BIM
Biblioteca BIM

Todo elemento inserido no modelo virtual poderá extrair informações de quantidades precisas como dados de materiais e acabamentos, área, volume, perímetro ou o código do produto e o nome do fabricante por exemplo, as possibilidades são diversas. Um item muito importante por exemplo é o fato de o material utilizado conter as informações não geométricas associadas ao gráfico (2D) como cor, preenchimento da superfície e representação em corte das hachuras dos materiais.

 

RENDERIZAÇÃO NO ARCHICAD

 

Estudo de Mobiliario no ArchiCAD / Fonte: Autor
Estudo de Mobiliario no ArchiCAD / Fonte: Autor

 

A parte de renderização conta com o poderoso motor de render Cinerender (Cinema 4D) no qual o usuário poderá fazer diversas imagens muito realísticas sem a necessidade de plug-ins (Apps). Caso o usuário queira se aventurar o ArchiCAD permite o uso de plug-ins como Octane Render, LumionArtlantis entre outros.

ARTIGOS RELACIONADOS:

O que é LUMION?

Os 7 softwares de RENDER mais utilizados no mundo

– 10 add-ins (plugins) para o Archicad

  Archicad curso

 

INTEGRAÇÃO COM OUTROS SOFTWARES

integração do Archicad com os demais softwares é um dos seus diferenciais, podemos afirmar que funciona muito bem. A interoperabilidade com demais softwares BIM, deverá ser através do formato .IFC Interoperabilidade

 

QUAIS PROFISSIONAIS PODEM UTILIZAR O ARCHICAD?

  O Archicad é um software desenvolvido exclusivamente para Arquitetura, porém com ferramentas para Engenharia Estrutural (Concreto e Metálica) com o uso dos materiais devidos e classificados. Existe um módulo com possibilidade para modelagem de Engenharia de Sistemas MEP (Mecânico, Elétrico e Hidráulico) sendo através de um plugin (Aplicativo)  

 

QUAIS AS VANTAGENS DO ARCHICAD?

  1. BIMx, Possibilidade de visualizar o modelo Virtual com a informação via celular e computador e as pranchas associadas.
  2. Template Brasileiro, desenvolvido localmente com as necessidades da região e nas normas da ABNT.
  3. OpenBim e Interoperabilidade (conversa muito bem com outros softwares como SketchUp, Revit, AutoCAD, Tekla entre outros);
  4. Ganho de velocidade e diminuição de tempo em tarefas desnecessárias;
  5. Documentação integrada (sem omissões e os desenhos são atualizados constantemente);
  6. Gestão de documentos e organização muito eficiente e orientada para projetos;
  7. Lista de quantidades (mapas) e com link no Excel;
  8. Modelagem em sua grande maioria desenvolvida em perspectiva (3D);
  9. Controle de projeto (devido a facilidade de rastreio das informações);
  10. União entre os colaboradores (projetistas trabalham no mesmo modelo simultaneamente)
  11. Qualidade projetual e construtiva;
  12. Segurança (como no controle, porém com possibilidade de gestão dos colaboradores e dos elementos construtivos);
  13. Eficiência;
  14. Renderização e vistas customizadas com o uso da informação;
  15. Gestão de pessoas e padronização de documentos;
  16. Intuitivo e com padrões fáceis de se aplicar;
  17. O ArchiCAD possui representantes locais o que ajuda os usuários a tirar dúvidas e ter a garantia de que funcionara a implantação;
  18. Biblioteca para todos os tipos de projetos: arquitetura, interiores, iluminação e paisagismo (Caso tenha necessidade, o usuário poderá baixar de outras plataformas como o SketchUp);

 

ARTIGOS RELACIONADOS:

– O que é BIMX?

– OpenBIM a democracia no BIM  

 

QUAIS SÃO AS VERSÕES DO DISPONÍVEIS?

  Primeiramente vale ressaltar que o ArchiCAD é um dos poucos softwares que funciona em ambas as plataformas Windows e Mac OS X. Confira as versões do disponíveis:

  • ArchiCAD (Full)
  • ArchiCAD Solo
  • ArchiCAD (Trial) 30 dias para teste

 

REQUISITOS PARA INSTALAR O ARCHICAD

 

 Requisitos mínimos para o Archicad 2021

 

  • Processador: 64-bit Intel ou AMD processador multi-core
  • Disco: 5+ GB espaço disponível
  • Placa de vídeo: OpenGL 4.0 placa de vídeo compatível
  • Resolução: 1140×900
  • Sistema Operacional: Windows 10 64-bit MacOS 10.14
  • Chave de Proteção: Archicad 24 CodeMeter Hardware Key ou Codemeter Act Software Protection Key para rodar o Archicad 24
  •  

Requisitos básicos para o Archicad 2021

 

  • Processador: Intel Core i5 ou AMD Ryzen 5
  • RAM: 8+ GBRAM
  • Disco: SSD
  • Placa de vídeo: 2+ GB VRAM OpenGL OU 4.0 placa de vídeo compatível
  • Resolução: FHD+ (1920X1080)
  • Sistema Operacional: Windows 10 64-bit MacOS 10.14
  • Chave de Proteção: Archicad 24 CodeMeter Hardware Key ou Codemeter Act Software Protection Key para rodar o Archicad 24  

 

QUANTO CUSTA AS LICENÇAS?

  O ArchiCAD Solo é uma versão mais econômica e indicado para profissionais de arquitetura que trabalham sozinhos, por outro lado a versão ArchiCAD (Full) inclui todas as ferramentas e com possibilidade de trabalhar com muitos usuários em um único arquivo com o BIM Server, o compartilhamento de trabalho, renderização e o uso de referência externa. A versão educacional é gratuita e a licença durara até 1 ano, quando necessário o usuário deverá solicitar uma atualização no cadastro e na licença para que atualize a versão do programa.

  • Licença Full: Como o ArchiCAD possui licenças alugadas e perpétuas os interessados deverão entrar em contato com a Graphisoft Brasil, clique aqui para entrar em contato!
  • Licença Solo:
  • Caso queira saber melhor a diferença entre as versões clique aqui;

Acesse a versão educacional clicando aqui;  

 

TREINAMENTO ESPECIALIZADO

  Como o ArchiCAD é um softwares dedicado para Arquitetos, Designers e requisitado pelas empresas de projetos construtoras, um treinamento exclusivo com foco em projetos é o essencial para quem quer aproveitar ao máximo o que o software tem a oferecer, escritórios especializados ou com experiência em projetos serão essenciais para fornecer este treinamento (CURSOS BIM) com qualidade e fara com que os futuros usuários economizem “tempo” e “esforço” desnecessários. Empresas com cursos certificados e acompanhamentos inicialmente (Consultoria BIM) fara a diferença aos escritórios e aos alunos que procuram implantar inicialmente o ArchiCAD em seus nos escritórios ou empresas. Procure profissionais especialistas na área e atuantes no mercado, é uma ótima oportunidade e se tornara um grande diferencial para quem procura fazer projetos de qualidade, não perca tempo e dinheiro.  

 

masp no archicad
Projeto MASP realizado no curso de Archicad / Fonte: SpBIM

 

Treinamento ADF Arquitetura
Treinamento ADF Arquitetura

 

CONCLUSÃO

O ArchiCAD é um software dedicado no desenvolvimento de projetos de arquitetura com possibilidade de integração entre plataformas BIM. Nós da SpBIM acreditamos que o ArchiCAD é um software completo onde é possível utilizá-lo durante as etapas como estudos de viabilidade até mesmo ao executivo, apoiamos o uso desta ferramenta e acreditamos no real potencial.

O que são objetos paramétricos?

O que são objetos paramétricos?

 

Dentro dos múltiplos termos e múltiplas funcionalidades do mundo BIM, um termo que vemos com muita frequência sendo exaltado por sua funcionalidade é o termo paramétrico, onde  pode ser aplicado a praticamente qualquer elemento dentro de um modelo BIM seja uma parede, porta, janela, e até mesmo ambientes inteiros tornando esses elementos em dinâmicos e capazes de alterar suas características de acordo com a demanda e input do usuário. Nesse artigo vamos especificar um recorte dessas categorias que são os objetos paramétricos.

 

SLIDE
Aula de Família de Revit / Fonte: SpBIM

 

Para que um elemento seja considerado paramétrico o objeto devera simplesmente ter suas características regidas por parâmetros, ou seja, regras que ditam as suas características, sendo assim um exemplo de um objeto paramétrico como uma bancada por exemplo, onde é possível alterar os parâmetros de largura, altura e profundidade, essa é uma das funcionalidades mais utilizadas dentro dos objetos paramétricos mas o que muitos não sabem é que podemos criar parâmetros extremamente complexos em nossos objetos, como termos uma pia de cozinha com frontões dinâmicos onde o usuário pode definir se serão visualizados e por consequência computados em seu quantitativo.

 

Bancada Revit / Fonte: SpBIM
Bancada Revit / Fonte: SpBIM

 

  1. Familia: Componente de Gabinete (Casework)
  2. Classificação Omniclass: 23.40.35.00
  3. Nome: Bancada retangular
  4. Dimensões:
    Comprimento (m) x Profundidade (m) x Altura instalação (m)
  5. Acessórios: Texto
  6. Fabricante: XXXXX
  7. Modelo: XXXXX
  8. Valor: $$$
  9. Classificação IFC: Furnishing Element
  10. LOD: 300

 

Os objetos paramétricos são uma parte essencial do workflow em BIM e representam a versatilidade e utilidade que o mesmo podem oferecer, outra utilidade de objetos paramétricos é a sua capacidade de alterar diversas cópias ao mesmo tempo, sendo assim no Workflow BIM podemos alterar a mesma pia de cozinha citada anteriormente e por consequência alterar em todas as outras cópias da mesma através do nosso modelo economizando muito tempo de modelagem e revisões.

 

cavalete de cristal da arquiteta lina bo bardi
Releitura: Cavalete de Cristal da Arquiteta Lina Bo Bardi / Fonte: SpBIM

 

CONCLUSÃO:

Os objetos paramétricos contém uma infinidade de utilidades e parâmetros que podemos aplicar em nosso cotidiano projetando, se tornou uma prática comum em ter uma biblioteca extensa de objetos que nos auxiliam a modelar e projetar com maior eficiência e nós disponibilizamos aqui no site da SpBIM uma vasta biblioteca de objetos basta você clicar aqui para acessar e aproveitar nossos diversos modelos. Com o fomento do BIM no e as questões sobre parametria, recomendamos a leitura dos artigos a seguir:

 

BIM para Infraestrutura

A Logística, a Mobilidade e a Economia de uma cidade, estado ou país, são indispensáveis para o bem-estar de sua população, pois o nível de eficiência e modernização de uma sociedade é proporcional ao nível de desenvolvimento da sua infraestrutura. Por meio desse ponto crítico, qualquer alteração que seja proposta para as estruturas que compõem as infraestruturas de uma localidade, deve ser realizada uma análise aprofundada, pois qualquer modificação pode alterar a rotina de uma região. Sendo assim, o BIM é uma das soluções que vieram para auxiliar os projetistas em suas tomadas de decisões, pois permitem a análise de diversas possibilidades de forma rápida, prática e precisa, seguindo parâmetros
pré-estabelecidos pelos projetistas e as características da área em questão, obtidas através de estudos de campo ou alguma base de dados confiável, geralmente de instituições públicas, como por exemplo o Geosampa.

O livro “Infra-estrutura Urbana”, de Juan Mascaró e Mário Yoshinaga, define como infraestrutura urbana o conjunto de recursos que auxiliam nas atividades de uma cidade, e são compreendidos como infraestrutura os seguintes sistemas: Viário, Sanitário, Energético, Comunicações e Edificações. Neste artigo, iremos abordar a interligação do BIM com a infraestrutura do sistema viário, buscando compreender quais os benefícios são apresentados a partir de sua aplicação.

endeavor estrategia e gestao de infraestrutura
Fonte: Endeavor Estratégia e Gestão de Infraestrutura

COLETA DE DADOS E MODELO DA REALIDADE

Na fase inicial de um projeto, faz-se necessário o estudo da região em que o mesmo será inserido, pois, somente assim, seus idealizadores serão capazes de identificar as áreas que mais necessitam de intervenção e as que possuem características que devem ser preservadas. A coleta de dados pode ser realizada através da forma tradicional, com estações totais, que coletam pontos chave da topografia da área, através da captação de pontos do relevo, árvores e edificações, mas também pode ser realizada através de laser scanners e drones, que são métodos mais modernos e que proporcionam uma maior captação de pontos de forma mais rápida e precisa.

A coleta de dados através dos Lasers Scanners, utiliza-se da tecnologia LiDAR (Light Detection and Ranging ou Obtenção da Medidas de Distância através da Luz). Essa tecnologia é capaz de coletar milhões de pontos por segundo e também capturar imagens da área, que, ao unir ambos, fornecem uma excelente base de dados para o início do projeto.

laser scanner industrial
Laser Scanner Industrial / Fonte: ERG Engenharia

Outro método de levantamento de dados, é através de drones, que proporcionam a captação de dados de áreas extensas, por sua fácil mobilidade, e produzem como resultados Nuvens de Pontos, Modelos Digitais do Terreno (MDT) e Ortofotos, que também entregam excelentes representações topográficas, assim como os lasers.

Os dados coletados, tanto através de Lasers, quanto através de Drones, ou até mesmo através da forma tradicional (Estação Total), proporcionam aos projetistas a possibilidade da criação de um modelo BIM da área estudada, em softwares como o Infraworks, ou no AutoCad Civil 3D, que não é considerado um software BIM, porém fornece uma boa base para os demais. O modelo criado a partir desses dados, tem como objetivo proporcionar aos projetistas a elaboração de um projeto mais preciso e assertivo, assim, abordando todos os pontos necessários para a área estudada.

visualizacao aerea da rodovia feita em bim
Visualização Aérea da rodovia feita em BIM / Fonte: Catter Engenharia

PARAMETRIZAÇÃO DO PROJETO

Após a criação do modelo da área estudada, os projetistas podem iniciar seu processo de idealização. O desenvolvimento de projetos de infraestrutura possui diversos passos e parâmetros a serem seguidos, para que ao final do processo, possa se atingir um resultado que atenda as normas previstas e também o conforto de seus usuários, e nessa parte do processo, o BIM proporciona uma ampla facilidade, pois o pré-requisito desses parâmetros consegue guiar as definições dos projetistas.
Por exemplo, com o auxílio do BIM, os projetistas podem inserir as informações necessárias para as definições de declividade máxima, corte e aterro e distância de visibilidade, no processo de criação do alinhamento vertical de uma via, e também os critérios de raios mínimos, drenagem e comprimentos mínimo de curva, no alinhamento horizontal, e dessa forma, o software é responsável por informar aos projetistas caso em algum momento do projeto esses critérios estejam fora das normas de conforto e segurança.

Outros dados que podem ser inseridos como entradas através de softwares como o Infraworks e Civil 3D da Autodesk por exemplo, são dados referentes ao traçado de Ferrovias, Estradas Existentes, Gasodutos, Oleodutos, Canais, Linhas de Transmissão, Hidrografia e Áreas de Proteção Ambiental (APP’s), e, através deles, a criação dos traçados das vias começa a transformar-se em um processo totalmente paramétrico, pois o programa torna-se responsável por alertar os projetistas, tanto quando as normas deixam de ser seguidas, como exemplificado no parágrafo anterior, e agora também informa possíveis interferências nas regiões obtidas com os dados de entrada inseridos.

estudo de inclinacao no modelo bim do curso de infraworks da spbim
Fonte: Estudo de Inclinação no modelo BIM do Curso de Infraworks da SpBIM

CONCLUSÃO:

Após a criação do modelo da área estudada, os projetistas têm total liberdade para iniciar seu processo de idealização, com a certeza de que o traçado criado seguirá todos os parâmetros de segurança e conforto. Algumas pessoas, que estão há alguns anos dentro do mercado de Arquitetura, Engenharia e Construção, acreditam, as mais relutantes, que a tecnologia vinculada aos processos irá substituir os profissionais, porém, nós da SPBIM, somos a prova viva que a tecnologia não vem para eliminar/substituir os profissionais, mas sim tarefas repetitivas e braçais, promovendo um ganho de tempo e elevando o serviço do profissional, podendo ser investido em situações muito mais necessárias do que na conferência de dimensões mínimas, por exemplo.

Sendo assim, os benefícios que o BIM traz para os projetos de infraestrutura, permitem que os projetistas empenhem esforços na compatibilização das estruturas com os demais sistemas, com a dinâmica da região e com as necessidades da população, que são assuntos que necessitam de uma sensibilidade e domínio do profissional e com a utilização de ferramentas BIM 3D para realização dos projetos para o ciclo de vida do BIM. Com o fomento do BIM no Decreto Nacional, recomendamos a leitura dos artigos a seguir:

O que é CAD (Desenho Assistido por Computador)?

CAD (Computer Aided Design) ou em português, Desenho Assistido por Computador é o termo utilizado ao se referir a softwares que auxiliam na elaboração de desenhos/projetos no meio digital, através de gráficos produzidos em computadores. Popularmente conhecido e utilizados por arquitetos e engenheiros das diversas industrias presente no mercado os softwares CAD são capazes de produzir geometrias em 2D ou 3D, através das coordenadas X, Y e Z.

Ao desenvolver projetos neste tipo de ferramenta o usuário transfere a representação gráfica dos elementos construtivos do papel e lapiseira para o ambiente digital, fazendo com o desenvolvimento e até mesmo ajuste de projeto sendo desenvolvidos com maior praticidade, sem a necessidade de retrabalho como no processo manual e convencional (papel e lápis).

UMA BREVE HISTÓRIA DO CAD

O desenvolvimento de projetos faz parte da história do ser humano desde os primórdios, tendo a representação gráfica como principal meio de expressão das intenções arquitetônicas e construtivas de modo geral, sendo o papel e lápis o método mais primitivo para tais necessidades.

Com a produção de projetos em pranchetas, com o auxílio de diversos instrumentos, papeis e lapiseiras, surgiu a necessidade de reproduzir as folhas com os desenhos, afinal tratava-se de uma atividade extremamente repetitiva e trabalhosa exigindo espaços grandiosos, equipes numerosas e um longo tempo de dedicação.
Foi dentro deste contexto que em 1861 onde foi desenvolvido uma solução capaz de reproduzir copias negativas dos projetos construtivos, capaz então de reproduzir copias fiéis e precisas dos desenhos, conhecida como BLUEPRINT desenvolvida pelo químico francês Alphonse Louise Poitevin, sendo então uma grande evolução para os projetistas.

blueprint arquitetura shutterstock
Fonte: Blueprint Arquitetura Shutterstock

Mesmo com a facilidade de reprodução das pranchas de projeto havia um grande desperdício de tempo dentro do fluxo de trabalho projetual convencional, surgindo então por volta de 1950 a MAINFRAME, como uma expectativa de mudança na forma de projetar, afinal a tecnologia dos primeiros computadores estava sendo desenvolvida e aprimorada, obtendo cada vez mais capacidade de processamentos.

npr computador eletrico analogico anacom
Fonte: NPR (Computador Elétrico Analógico ANACOM 1950)

Por tratar-se de uma tecnologia ainda em desenvolvimento não era disponível para todas as indústrias, muito menos em larga escala, sendo introduzida inicialmente nas manufaturas automobilística na aeronáutica no ano de 1961, a General Motors foi uma das primeiras ao desenvolver o DAC (Design Automated by Computer) ou simplesmente, Desenho Automatizado por Computador. Sendo então o software que deu um dos pontapés iniciais para a utilização das novas tecnologias da computação no desenvolvimento de projetos – obtendo a colaboração do cientista da computação dr. Patrick J. Hanratty, denominado como o “Pai do CAD”.

sketchpad bim a
Fonte: SKETCHPAD BIM A

A partir de então a utilização dos computadores para o desenvolvimento de projetos foram desenvolvidos por cientistas, como foi o caso do Sketchpad em 1960, desenvolvido por Ivan Sutherland, primeiro a fazer uso das interfaces gráficas, permitindo aos usuários escreverem com uma caneta de luz em um plano nas coordenadas X e Y. Em 1971 o cientista Patrick Hanratty constrói mais um software CAD, o ADAM escrito na linguagem Fortran e desenvolvido para trabalho virtual em maquinas menos robustas, como mainframe, permitindo a utilização em computadores de 16 e 32 bits – se tornando uma das grandes referencias dos futuros softwares CAD, onde 80% das ferramentadas do seguimentos carregam raízes desta tecnologia. Desde então muitas outras soluções foram desenvolvidas com base no ADAM, como foi o caso do IGES, CATIA, a primeira versão do AutoCAD 2D e tantos outros. A seguir a linha do tempo.

herdeiro de aecio pc ibm
Fonte: Herdeiro de Aécio (PC IBM)

Atualmente o método de projeto utilizando CAD é considerado tradicional, pela sua vasta utilização ao longo dos anos, já que as ferramentas do seguimentos se tornaram populares a partir de 1981 com o lançamento do PC IBM, permitindo o acesso a tecnologia para arquitetos e engenheiros. Foi neste período que o popular Autocad foi lançado pela Autodesk, tendo como fundador John Walker – se tornando pioneiro com a primeira ferramenta de desenho assistido por computados para PC’s.

ae history autocad
Fonte: AE History AutoCAD 1982

Nas décadas seguintes o avanço para a tecnologia só avançou, passando do 2D para o 3D e chegando até outras tecnologias, como anos a frente o Revit, Infraworks, 3DMax, Civil 3D, Navisworks, BIM360, Formit, Insight, Dynamo, entre outras ferramentas da Autodesk, mas que segue a metodologia BIM. Caso queira ler mais sobre o assunto, escrevemos sobre a História do BIM.

POR QUE USAR O CAD?

Dentro o cenário de 1981, onde os projetos eram desenvolvidos a mão, a utilização de ferramentas CAD em PC’s facilitaria o cotidiano de muitos profissionais, entre as principais vantagens estão:

  • Redução dos ambientes de trabalho: o método convencional de pranchetas, lápis e instrumentos de desenho chegavam a ocupar longos galpões, passando a reduzir as dimensões dos ambientes de trabalho com a utilização de computadores;
  • Otimização de equipe: cada uma das pranchas era desenhada a mão, linha por linha, demandando uma extensa equipe de trabalho, já que não havia meios de automatizar o processo. Onde existe a necessidade de equipes mais enxutas;
  • Tempo de projeto: qualquer modificação dos projetos resultava em plantas, cortes e elevações que deveriam ser redesenhadas, aumentando o período destinado em cada projeto, com a utilização do CAD é possível fazer correções pontuais edições mais rápidas e multiplicação de arquivos;
  • Representação gráfica: com a utilização da tecnologia, a representação dos elementos construídos passa a ser padronizadas entre as disciplinas, facilitando a comunicação entre projetistas e mão de obra.

 

PRINCIPAIS FERRAMENTAS

Após tantas evoluções nas ferramentas CAD podemos perceber como a trajetória para os desenvolvimentos dos softwares que usamos hoje não aconteceram do dia para a noite, veja a seguir as principais ferramentas CAD para arquitetos e engenheiros:

  • AUTOCAD | AUTODESK

autocad construct app
Fonte: AutoCAD Construct App

Principal ferramenta CAD utilizada na atualidade, sendo líder de mercado em todos os setores da AEC (Arquitetura, Engenharia e Construção).

  • SOLIDWORKS

solidworks cad cam
Fonte: SOLIDWORKS CAD CAM

Adquirida pela Dassault Systèmes S.A. em 1997, o SolidWorks permite trabalhar em três dimensões para os mais variados objetos, desde arquitetura, produtos e outros.

  • ZWCAD | Zwsoft

zwcad total cad
Fonte: ZWCAD TOTAL CAD

É uma das ferramentas CAD com o melhor custo benefício do mercado atual, sendo possível desenvolver projeto em 2D e 3D, seu principal diferencial está na similaridade com o AutoCAD, porém com um custo muito acessível.

  • CATIA |3DExperience

catia lwt sistemas
Fonte: CATIA LWT SISTEMAS

Ferramenta CAD 3D da 3DExperience, utilizada principalmente por engenheiros, permite a modelagem com as características comportamentais dos elementos, sendo classificado como ferramenta CAD (Computer Aided Design), CAM Computer Aided Manufacturing)  e CAE (Computer Aided Engineering).

SAIBA MAIS SOBRE A DIFERENÇA ENTRE CAD VS BIM: CLIQUE AQUI

CONCLUSÃO:

Nós da SPBIM entendemos, que ao longo dos anos o método CAD foi um grande avanço no desenvolvido de projetos da AEC (Arquitetura, Engenheira e Construção), resultando na mudança do cenário para desenvolvimento de projetos e na forma de construir mundo a fora. Porém na atualidade as demandas mudaram e os profissionais, passando não ser mais tão eficiente e eficaz a utilização dessas ferramentas que apenas representam a intenção do projetista, tendo o BIM como uma nova forma de projetar e gerenciar edificações em todas as etapas do seu clico de vida.

Decreto Nº 48146 DE 02/03/2021

Decreto BIM N 48.146 | SRE Leopoldina
Decreto BIM N 48.146 | Fonte: SRE Leopoldina

Com o crescimento e adesão da metodologia BIM em diversos países se tornou recorrente a aplicação de Estratégias de Implantação do BIM por parte do poder público, como foi o caso do Decreto n° 9.377 de 17 de maio de 2018, que define as estratégias nacionais para disseminação do Building Information Modeling (BIM) no Brasil. A partir de então diversos estados brasileiros passaram a definir suas próprias estratégias com base no decreto anteriormente citado, como é o caso do Estado de Minas Gerais.

O estado divulgou por meio do Diário Executivo no último dia 03 de março de 2021, o Decreto Nº 48146 de 02/03/2021 que apresenta as Estratégias Estaduais para Disseminação do BIM. Desenvolvido com base nas estratégias no exemplar divulgado pelo Diário Oficial da União e a experiencia de um corpo técnico, que compreendem o Building Information Modeling como um conjunto de tecnologias e processos integrados, permitindo o desenvolvimento, a utilização e a constante atualização de modelos digitais  de uma construção de modo colaborativo – abrangendo todas os envolvidos no empreendimento, em quaisquer etapas do ciclo de vida da construção, com o objetivo de incentivar a propagação e adoção da metodologia no Estado, tanto para obras públicas como privadas.

COMITÊ GESTOR DE ESTRATÉGIAS BIM-MG

Levando em consideração a alta complexidade da transição de um método de trabalho individual, que não se assemelha com a realidade para uma metodologia que visa levar para o ambiente virtual as mesmas características do ambiente real, prevenindo conflitos, redução de custo e maiores ganhos na produtividade, se faz necessário um corpo técnico que esteja alinhado com os desafios a serem enfrentados, principalmente, quando está sendo envolvido o Poder Público. A partir desse entendimento foi definido o Comitê Gestor de Estratégias BIM-MG, que estará à frente das ações de implementação e gestão do BIM no estado.

O CG-BIM será representado por membros de órgãos como a Secretaria da Educação, Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública, Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão, Secretaria de Estado de Saúde, Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem do Estado de Minas Gerais, tendo como órgão presidente a Secretaria de Estado de Infraestrutura e Mobilidade.

Conforme art. 6 foram definidas as competências do Comitê de Gestão como responsáveis pelo sucesso da implantação, veja a seguir algumas das responsabilidades do CG-BIM:

  1. Definição e gestão de ações necessárias para que os objetivos da estratégia BIM-MG sejam alcançados;
  2. Elaboração do plano anual de trabalho, contendo o cronograma e estabelecendo ações prioritárias para o período em questão;
  3. Responsável para que os programas, projetos e iniciativas de órgãos e entidades que contratam e executam obras públicas estejam de acordo com os parâmetros definidos pelas estratégias;
  4. Promover e compartilhar informações e analisar os impactados da adoção do BIM, tendo em vista a harmonização e promoção de eficiência entre as ações dos envolvidos;
  5. Acompanhar e avaliar constantemente os resultados obtidos pelas ações de implantação e incentivo do BIM, além de subsidiar as atividades de articulação e monitoramento dos programas governamentais – caso seja solicitado;
  6. Articular-se com outras instâncias similares na União, Distrito Federal, outros estados e/ou municípios.

POR USAR BIM EM OBRAS PUBLICAS DO ESTADO?

A  adoção do MIC (Modelo da Informação da Construção) do Inglês BIM, no Estado de Minas Gerais foi concebido devido a necessidade de alcançar: melhor dedução do certo e informações dos estudos e projetos de AE (Arquitetura e Engenharia), processos mais ágeis e efetivos desde a concepção projetual até a fiscalização e manutenção das obras públicas, padronizar, uniformizar e acurácia de orçamentos e planejamento de custos, reduzir custo de aditivos de prazos e valores em contratação de serviços e obras, aumentar as exigências nos processos de licitações, redução dos impactos ambientais oriundos da construção civil e refrear  custos com operação e manutenção dos empreendimentos públicos.

Ciclo de Vida BIM / Fonte: SpBIM
Ciclo de Vida BIM / Fonte: SpBIM

OBJETIVOS DO CG-BIM

Assim como foi divulgado no art. 4 do decreto estadual, o Estado tem como objetivo proporcionar e incentivar para o sucesso das estratégias:

  • DIFUSÃO: Difundir os ganhos e benefícios da utilização do Building Information Modeling;
  • COORDENAR A ESTRUTURAÇÃO DO SETOR: preparar os inúmeros departamentos e setores públicos envolvidos na construção e gestão de recurso para a nova metodologia;
  • CRIAR CONDIÇÕES PARA INVESTIMENTO: incentivar investimentos em BIM, por parte do poder públicos e privado;
  • CAPACITAÇÃO: por tratar-se de uma nova forma de gerir projetos e empreendimentos é importante estimular e promover a capacitação dos envolvidos a migrarem do método CAD (Desenho Assistido por Computador) para BIM (Modelo com Informação da Construção);
  • NORMATIVAS: por tratar-se de uma nova forma de desenvolver e gerir empreendimento é necessário propor parâmetros para contratação e compra de insumos;
  • NORMAS E PROTOCOLOS TÉCNICOS: com a transição do método é necessário normativas, guias, protocolos específicos para padronizar a adoção do BIM no Poder Executivo Estadual;
  • TECNOLOGIA: por tratar-se de uma metodologia ampla, que abrange uma serie de tecnologias, sendo necessário incentivar o desenvolvimento e a utilização da tecnologia no estado;
  • CONCORRÊNCIA: incentivar a concorrência no mercado por meio de padrões de interoperabilidade BIM;
  • BIM-CONSUD: fomentar e consolidar as estratégias utilizadas pelos estados brasileiros participantes do BIM-Consud, estimulando a integração e intercambialidade das expertises em BIM do estado mineiro;

ESTRATEGIA DE IMPLEMENTAÇÃO DO MODELO DA INFORMAÇÃO DA CONSTRUÇÃO

As necessidades do Estado estipuladas pelo CG-BIM deveram ser alcançadas de forma macro pelo estado a partir de 2028, tendo por expectativas que a metodologia BIM esteja sendo aplicada no desenvolvimento, planejamento, gestão e renovação dos empreendimentos públicos – incentivando não somente o público mas também o mercado privado.

De acordo com o art. 11 do decreto foram definidas três fases estratégicas para que se obtenha os resultados no período estimado, tendo um intervalo médio de três anos e meio entre uma etapa e outra.

  • PRIMEIRA FASE | 2021

Em sua primeira fase o Modelo Da Informação Da Construção será aplicado no desenvolvimento de projetos de arquitetura e engenharia, para novas construções, ampliações e/ou reabilitação – isso quando consideradas relevantes para a disseminação do BIM.

  • SEGUNDA FASE | 2024

A partir de 2024 a utilização do BIM deverá ser aplicada de forma direta e indireta em projetos de arquitetura e engenharia, diferente da fase anterior na também deverá ser utilizada na gestão de obras, referentes a novas empreendimento, ampliações, reabilitações e em reformas.

  • TERCEIRA FASE | 2028

Após 7 anos desde as primeiras estratégias é previsto a utilização do BIM no gerenciamento e manutenção das construções projetadas e construídas de acordo com o “I” do BIM, tendo por consolidado as estratégias das etapas anteriores.

Por fim, após a conclusão das três etapas o Estados deverá ter concluído a implantação da nova metodologia, obtendo resultados da utilização do BIM em no mínimo quatro fases do ciclo de vida de um empreendimento.

A utilização do BIM 3D (Modelagem), BIM 4D (Planejamento), BIM 5D (Custo) e BIM 6D (Sustentabilidade) BIM 7D (Manutenção e Operação) desde a fase de concepção até a operação e manutenção predial, resultará em redução de custos como retrabalho com incompatibilidades entre as disciplinas, simplificação dos processos de licitações, maior qualidade na produção de elementos de fabricação externa, redução de tempos de projeto e planejamento, redução dos impactos ambientais com escolhas mais conscientes e palpáveis, aumento da produtividade e aprovação de projeto por parte dos órgãos responsáveis, redução da corrupção envolvendo obras públicas e ainda a fomentação do mercado. Tantos outros benefícios poderão ser obtidos aos longo dos anos com a utilização do BIM 8D, BIM 9D e BIM 10D.

Orçamento D
Fonte: Autor / Orçamento 5D

CONCLUSÃO:

Por fim nós da SPBIM acreditamos que adoção do BIM como metodologia de gestão e desenvolvimento de projetos como apresentado no Estado de Minas Gerais abrira nas oportunidades ao mercado da construção civil tanto no próprio estado como nos municípios vizinhos, resultando em ganhos tanto para o poder públicos como incentivo para o privado, com obras com qualidade elevada e bem geridas após a conclusão do empreendimento.

Impressão 3D no BIM

Com o avanço nos estudos sobre impressão 3D, a plasticidade e as formas exuberantes têm ganhado espaço na realidade através de simples impressões, tal tecnologia já trabalhada desde os anos 90 em outros setores, como no da saúde ou automobilístico, passa a se concretizar na indústria AEC (Arquitetura, Engenharia e Construção).

Em 2018, a empresa norte americana APIS COR provou que é possível IMPRIMIR UM PRÉDIO de 640m² em menos de 1 semana usando apenas uma impressora de concreto: a apiscor3d The biggest 3D.

A MAIOR EDIFICACAO INTEIRAMENTE CONSTRUIDA COM IMPRESSORA D
A maior edificação inteiramente construída com impressora 3D / Fonte: Apis Cor

O prédio impresso está situado nos Emirados Árabes/Dubai e foi intitulado como
A MAIOR EDIFICAÇÃO INTEIRAMENTE CONSTRUÍDA COM IMPRESSORA 3D”. O edifício possui 2 pavimentos, chegou aos 9,5m de altura e precisou apenas de uma equipe com três pessoas para a execução completa do prédio.

Cabe ressaltar que tais pessoas foram necessárias pois a impressora ainda não executa acabamentos como pintura/inserção de pisos/portas/janelas e/ou preenchimento de reforços térmicos ou estruturais.

A maior edificacao constrida com uma impressora D
A maior edificação construída com uma impressora 3D / Fonte: Apis Cor

Outro cargo chefe dessa mesma empresa, é o projeto da habitação 3D, que foi desenvolvido no intuito de ganhar tempo de produção e diminuir o custo da construção. O primeiro modelo da “casa 3D” foi construído em 24h e custou apenas $10.134,00 dólares incluindo a impressão e todo material complementar (extra impressão) como fundação, telhado, isolamento térmico, janelas/pisos/forro e acabamentos.

Casa 3D
Casa 3D / Fonte: Apis Cor

De acordo com a APIS COR o projeto de 37m² tem vida útil de 175 anos, e além de uma viável solução para o combate ao déficit habitacional em países pobres, cujo efeito pode ser uma solução interessante para reconstruir comunidades atingidas por catástrofes naturais.

Ainda sobre a contextualização dos avanços nas impressões 3D, vale destacar que essa tecnologia tem sido de grande interesse da NASA, que objetiva povoar Marte com a construção de edifícios INTEIRAMENTE IMPRESSOS. E visando tal finalidade, a instituição promoveu um concurso de protótipos, o 3D-PRINTED HABITAT COMPETITION que se encontra na terceira fase de premiação. E chegou a premiar até 3 milhões de dólares aos ranqueados.

Protótipo da habitação vencedora do concurso 3D-Printed Habitat-Nasa
Protótipo da habitação vencedora do concurso 3D-Printed Habitat-Nasa / Fonte: Apis Cor

COMO ACONTECE O PROCESSO DE IMPRESSÃO?

A impressão 3D na indústria AEC, funciona segundo os mesmos fundamentos da impressão convencional no papel, ambas transcrevem uma informação pré-concebida no computador para uma base externa. Contudo, a impressão convencional usa da tinta para ilustrar uma folha, enquanto na impressão 3D usa do filamento para imprimir em alto relevo.

Atualmente existem três processos de impressão 3D: o Contour Crafting/Contorno Construído (CC); Concrete Printing/Impressão de Concreto; e o D-Shape. Apesar das três nomenclaturas diferentes, ambos processos têm como filamento comum o concreto, e tem seus protótipos executados através da “fabricação aditiva”, ou seja, sobreposição de camadas, também conhecida como “layer by layer”.

Simulação do Processo de segmentação/Impressão
Simulação do Processo de segmentação/Impressão / Fonte: Apis Cor

Essa sobreposição de camadas seguem três passos: A MODELAGEM, ao SEGMENTAR/FATIAR e o CAMINHO DE IMPRESSÃO.   O primeiro consiste na construção do edifício em Realidade Virtual (RV), em outras palavras, o edifício é elaborado em algum software BIM, como o: REVIT, ARCHICADVECTORWORKS.

Uma vez tendo em vista o desenvolvimento de modelos BIM, os softwares serão capazes de desenvolver o modelo com informações (BIM 3D) e na sequência a previsão de quantitativos para elaboração do planejamento construtivo (BIM 4D), inclusão de custo (BIM 5D) e por fim para questões relacionadas a sustentabilidade e canteiro (BIM 6D) e operação/manutenção predial (BIM 7D). O modelo poderá ser exportado em IFC ou OBJ por exemplo, para um software que será realizado o Fatiamento (segundo processo) onde os elementos deixam de ser visto como um modelo de diferentes componentes e passa a ser um volume georreferenciado como uma única massa transcrita em fatias/segmentos de extrusão resultando em um arquivo no formato GCODE.

Vila Savoye SpBIM Curso de Revit
Villa Savoye SpBIM Curso de Revit / Fonte: SpBIM

O último passo é a impressão em si, no qual o equipamento usa o modelo como um georreferenciamento para mexer o seu bico, depositando o material como o segmento salvo no GCODE e criando a extrusão em 1:1 do modelo pré-concebido no software BIM.

VANTAGENS EM SE USAR A IMPRESSÃO 3D:

Segundo o livro A Building Revolution: How Ecology and Health Concerns Are Transforming Construction de ROODMAN e LENSSSEN (1995), a indústria da AEC consome mais de 40% de todas as matérias-primas em nível mundial, portanto é necessária uma rápida mudança no atual método de construção, e a impressão 3D foi vista como uma das soluções mais eficientes para essa revolução metodológica, abaixo os pontos positivos sobre a impressão 3D:

  • PROMOVER A SUSTENTABILIDADE:

Como as impressões usam um concreto com rápido tempo de pega/liga, o processo para sobreposição de camadas, não necessariamente, precisa de moldes, o que reduz o desperdício com formas, pois a construção deixa de montar base e produto e passam apenas para produção.

Além dessa redução com formas, a impressão 3D também diminui a variedade de materiais usados no canteiro, o que ajuda a reduzir a alta extração de diferentes matérias primas. Encurtando drasticamente, na porcentagem de emissão do CO2, que hoje é um dos quantitativos de sustentabilidade considerado para certificações ambientais como o selo LEED.

  • REDUÇÃO DO TEMPOS E CUSTOS

Os mesmos pontos que promovem a sustentabilidade da nova metodologia construtiva também são responsáveis por encurtar o ciclo de desenvolvimento do produto, diminuindo não só o tempo, mas obtendo vantagens notáveis na redução dos custos.

Já que ao diminuir a quantidade de serviços/materiais, o canteiro de obras diminui o número de funcionários implicando em menor custo com compras/aluguéis de equipamentos secundários como andaimes, EPI (equipamento de proteção individual), diferentes maquinários/ferramentas.

Fora o impacto que a diminuição de funcionários implica no planejamento temporal, a impressão 3D ainda reduz por si só o tempo de execução. Segundo BUSWELL et al., 2007, por exemplo, o tempo de construção de uma parede estrutural foi reduzido em 35% utilizando-se impressão 3D, quando comparado a construção com alvenaria tradicional.

  • MAIOR CONTROLE E PLANEJAMENTO

Uma das maiores “dores de cabeça” na indústria EAC ainda são os erros de execução e atrasos por imprecisão no tempo destinado a trabalhos manuais. Como a maioria da impressão 3D é altamente automatizada, a mão de obra é significativamente reduzida, o que diminui muito no número de: imprecisões, erros de execução, imprevistos ou atrasos de processo. É evidente que neste um ponto relevante é a necessidade da compatibilização dos projetos seja feita para execução perfeita do processo de impressão e sem imprevistos por falhas humanas projetuais durante a impressão.

Canteiro de Obras Edifício Impresso 3D / Fonte: Apis Cor
Canteiro de Obras Edifício Impresso 3D / Fonte: Apis Cor

CONCLUSÃO:

Nós da SPBIM entendemos que o BIM é uma peça primordial no avanço processual da impressão 3D, por isso acreditamos fielmente que a difusão de tal metodologia só será possível depois que a EAC trocar o desenho representativo, por modelagens informacionais. Pois além de investir em estudos para avançar o equipamento de impressão, vale preparar e capacitar os profissionais da área para de fato tornar essa implementação real.  Outro ponto relevante a ser considerado no Brasil é a questão da tecnologia estar associada ao método de realização de projetos, onde por sua vez, será necessário primeiramente o BIM estar em vigor como o plano de fomentação BIM do Decreto Nacional.