Qual a importância do “I” do BIM
Desde 2018 vem sendo discutido no Brasil de forma ativa a utilização do Building Information Modeling (BIM) nas obras públicas, incentivada pelo Decreto n° 9.377, de 17 de maio de 2018. O Governo Federal visa incentivar e implantar a utilização do BIM nas obras públicas com o objetivo de redução de custos, aumento da produtividade e ainda garantir que até 2028 o PIB da construção civil seja elevado em mais de 28%.
Com esses objetivos e a utilização das diversas estratégias de difusão da metodologia descrita no Decreto BIM , o Governo Brasileiro vai obter mais do que redução de custos, vai estar realizando o gerenciamento de informações de forma concreta e precisa, para no futuro termos cidades mais inteligentes e sustentáveis (Smartcity).
A mudança de metodologia do CAD para o BIM tem como maior valor agregado a INFORMAÇÃO, oriunda do “I” do BIM, sendo aplicado em todo o ciclo de vida de um empreendimento (desde o projeto até a operação e manutenção), tais informações podem ser extraídas e inseridas a partir dos modelos tridimensionais (O que é Modelagem?).
Ao desenvolver modelos BIM os projetistas inserirão informações e propriedades como especificações de produtos e extraindo quantitativos precisos, facilitando a cobrança de mão de obra, aquisição de insumos e previsão de tempo estimado para cada etapa, recomendamos a leitura sobre Objetos Paramétricos, Parametrização no BIM e LOD.
As informações inseridas e extraídas desde da fase de concepção ainda mais a relevância do BIM na AECO (Arquitetura, Engenharia, Construção e Operações), sendo possível pela sua inserção em objetos em escala real dentro das ferramentas, com é o caso do Revit, Archicad e outros, também conhecido como protótipo virtual.
Apesar do BIM obter uma grande relevância, a utilização da informação da construção civil em todo o ciclo de vida do empreendimento ainda não é algo empregado em larga escala, por tratar-se de um construção virtual a demanda dos profissionais necessita mais do que o conhecimento prático de ferramentas BIM, demandando conhecimento técnicos construtivos, compatibilização entre projetos, conhecimento de informações necessárias para aquisição de insumos na obra e muito mais, resultando em um modelo preciso e complexo, demandando uma série de padronizações internas e externas aos projetistas, orçamentistas, gestores e empresas contratadas, para que as informações possam ser extraídas e obtidas de forma clara e objetiva.
O BIM está baseado em TECNOLOGIA + PROCESSO + PESSOAS, sendo só a partir desses três pilares que as informações serão efetivamente processadas, dentro de um padrão previamente definido pela organização, através do Plano de Execução BIM (PEB), que fornecerá diretrizes para a finalidade do modelo em questão, sendo individual para cada projeto.
Porém, tanto os colaboradores internos da organização como os terceirizados, precisam ter domínio dos processos definidos pelo PEB para compreender quais informações devem ser inseridas, extraídas e analisadas em cada fase do ciclo de vida do empreendimento e qual a importância de cada uma delas.
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A INFORMAÇÃO APLICADA AO MODELO
Ao iniciar o desenvolvimento de um projeto, na fase descrita como BIM3D no ciclo de vida de um empreendimento, cada uma das disciplinas estará desenvolvendo o protótipo virtual. Cada modelo vai abastecer com suas respectivas informações.
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Em um modelo BIM de arquitetura, por exemplo, é inserido o tipo de bloco especificado, a definição de cada um dos revestimentos, dimensões de cada um desses elementos, previsão de pontos de instalação, modo instalação ou construção, e muito mais, tratando-se de informações provenientes do 3D.
Além disso, é possível inserir em cada um dos objetos nome do fornecedor, modelo detalhado, custo por metro quadrado ou por unidade.
É após a inserção dessas informações inseridas no modelo BIM através de informações 3D e dados, é possível extrair de forma precisa os quantitativos como: área, volume, metros quadrados, quantidade unitária de peças, peso e muito mais, sendo sempre a partir de informações atreladas a objetos 3D.
No exemplo a seguir, é possível desenvolver o modelo 3D que foi obtido uma planta de acabamentos, capaz de extrair informações em planta através de linhas de chamada, como em tabelas, tendo a possibilidade de utilizar fórmulas e comunicação direta com o Excel.
As mesmas informações poderão ser inseridas/extraditadas de um modelo BIM voltado para instalações prediais (MEP) ou de um modelo estrutural, tendo o acréscimo também de informações de cargas estruturais, tipo de resistência e entre outros. Independente da ferramenta a ser utilizada é importante que todos os softwares exportem em IFC que é considerado o formato BIM.
Com a utilização simultânea de mesmo projeto em 3D e 2D (Documentação no BIM), através de corte, elevações e plantas é possível também realizar a integração de projetos interdisciplinares, como é o caso da imagem abaixo, podemos ver um layout de interiores inserido em um modelo de arquitetura, permitindo a compatibilização de projeto não somente em 2D mas de forma didática através do modelo 3D, garantindo que os projetistas possam analisar as informações entre disciplinas, garantindo assim uma comunicação mais assertiva e eficiente, possibilitando o entendimento do projeto como um todo, obtendo as informações sempre à disposição, sem a necessidade de utilizar ferramentas externas para conseguir realizar a descrição e especificação, como acontece no método tradicional CAD.
VANTAGENS DA INFORMAÇÃO BIM
Ao utilizar o modelo BIM para inserção e extração de informação você obterá muitos ganhos, veja abaixo alguns deles:
- Extração precisa de quantitativo para orçamento (BIM 5D)
- Previsão de custo de forma automatizada
- Maior agilidade para especificação junto a fornecedores
- Comunicação direta com o modelo BIM das demais disciplinas
- Agilidade para apresentação de informações através de tabelas automáticas baseadas em um modelo BIM
- Planejamento e cronograma BIM 4D
- Utilização para manutenção e operação BIM 7D
- Utilização com sustentabilidade BIM 6D
- Sincronização e interoperabilidade entre outros softwares
CONCLUSÃO
Nós da SPBIM acreditamos que o “I” do BIM é sem dúvidas o principal ganho ao utilizar a metodologia, sendo essencial para empresas que visam aumentar o padrão de qualidade dos seus projetos, elevar a produtividade interna e tornar os desenvolvimento de projetos mais eficientes, garantindo maior lucratividade e reconhecimento no mercado.