Quais as dificuldades de implantar o BIM no Brasil?

DIFICULDADES DE IMPLANTAR O BIM NO BRASIL

Quais as dificuldades de implantar o BIM no Brasil?

 

 

O que é o BIM?

O Building Information Modeling é uma nova forma de gerenciar e projetar edificações através de um sistema digital integrado aos modelos (BIM3D), abastecido de dados durante todo o ciclo de vida do empreendimento. É a partir da metodologia BIM que projetistas dos mais variados segmentos da AECO (Arquitetura, Engenharia, Construção e Operação) realizam trabalhos colaborativos, desenvolvendo de forma simultâneas soluções de prevenção de prejuízos em obra através de ambiente digital comum, extraindo dados de quantidade (BIM5D) e custo de automaticamente durante todo o ciclo de vida da edificação, neste artigo iremos discorrer sobre a dificuldades de implantar o BIM no Brasil

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Curso de Archicad / Fonte: SPBIM

 

Que a utilização dessa nova forma de pensar e projetar construção civil agrega diversas vantagens aos projetistas, construtores e ao cliente final, todos já sabem, mas afinal quais são esses benefícios de fato?

 

 As Vantagens do BIM

Quando pensamos em BIM logo associamos a desenhos automáticos, como plantas, cortes e elevações, mas sem dúvidas essa facilidade não se trata da sua principal vantagem. Ao utilizar softwares BIM você estará desenvolvendo um protótipo digital da sua construção, uma simulação, que passa por todas as fases de projeto e tendo como produto final a construção tal qual será construída. Por tratar-se de uma modelagem na escala 1:1 desenvolvida a partir do método de construção dentro do canteiro de obra, e abastecida com propriedades/dados construtivos e de aquisição reais. É possível detectar conflitos projetuais, sendo previstos e corrigidos antes de iniciar a obra, resultando em redução de custo com retrabalho e matéria prima, além do tempo de construção.

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Curso de Revit / Fonte: SPBIM

 

A simulação das condições sob as quais a edificação estará sujeita no ambiente físico também agrega inúmeras vantagens ao processo, reproduções de condições climáticas, cargas estruturais e diversas outras condicionantes que podem acometer a construção previnem prejuízos. Tais vantagens só podem ser obtidas a partir do trabalho colaborativo, entre todos os profissionais envolvidos no projeto, sendo essa facilidade o principal pivô das demais contribuições da metodologia.

 

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Fonte: SPBIM

 

Bom, descrevemos acima de forma sucinta as principais vantagens da metodologia, sendo sempre comparada ao método tradicional CAD, que de acordo com o Chuck Eastman (QUEM FOI CHUCK M. EASTMAN?), é possível reduzir de 20 a 30% do tempo em etapas de projeto, resultando em um impacto significativo nos custos de projeto por homem-hora, mitigando erros, evitando prejuízos. Mas, apesar dessa notória vantagem, o BIM ainda não é uma realidade aplicada em larga escala no Brasil, diferente de outros países mundo afora.

 

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O BIM ao Redor do Mundo

Nos Estados Unidos por exemplo, a utilização do BIM vem sendo incentivado pelo poder público desde 2003, através da Serviço de Edifícios Públicos (PBS), que desenvolveu um plano de ação intitulado de Programa Nacional 3D-4D-BIM, o principal objetivo é estabelecer políticas de adoção ao BIM em todos os projetos envolvendo a GSA (Administração de Serviços Gerais) e demais edificações do governo, gestão de ativos, instalações e outros. Segundo Dodge Data & Analytics, responsável pelo levantamento de SmartMarket Report, a adoção da metodologia cresceu 31% em apenas 3 anos, passando de 40% em 2009 para 71% em 2012.

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National 9/11 Memorial – Handel Architects com Peter Walker (Projeto realizado utilizando tecnologia BIM) – Fonte: PWP Landscape Architecture

 

Já no Reino Unido vem sendo incentivada a utilização do BIM desde 2016, com principal objetivo reduzir 20% dos custos de projeto nas obras públicas, e ainda contribuir para a redução da emissão de carbono. Segundo o Bim Task Group, responsável pelo programa aplicação e definição estratégias dos níveis de maturidade BIM no UK, as metas foram divididas em três níveis. Sendo o primeiro em 2011, ainda com o desenho CAD 2D porém somando a utilização do 3D, evoluindo em 5 anos para o nível 2 do plano de ação, quando todas as obras públicas já seriam gerenciadas dentro da metodologia BIM. Já no terceiro nível em 2020 a meta estaria sendo ousada, em 4 anos a aplicação do Building Information Modeling na gestão de obras públicas e privadas.

 

Dificuldades de implantar o BIM: BIM no Brasil

No âmbito nacional a implantação do BIM vem sendo discutida e aplicada de forma estratégica desde 2018, através do Decreto n° 9.377, de 17 de Maio de 2018 , seguindo por quatro etapas de difusão, tendo como principal objetivo de 2018 a 2021 aumentar a produtividade das empresas em 10%, passando para um aumento da adoção em 10x de 2021 a 2024, tendo por resultado a redução do custos das obras públicas que seriam elaboradas dentro da metodologia. E por fim, na última etapa o objetivo é  elevar o PIB da construção civil brasileira em 28,99%.

4 Etapas centrais para difundir o BIM no Brasil
4 Etapas centrais para difundir o BIM no Brasil / Fonte: SPBIM

 

Dificuldades de implantar o BIM: Por que tanta resistência?

Após tantos exemplos de como o BIM vem sendo incentivado é possível perceber como trata-se, de fato, de uma metodologia importante para o segmento, afinal fazendo o uso da mesma é possível prever ganhos tanto no âmbito público quanto no privado, além de promover um aumento por profissionais especializados, fazendo com que novas oportunidade de trabalho fiquem disponíveis.

Entretanto, a implantação de qualquer inovação tecnológica com tantos benefícios apresenta muitos desafios para alcançar êxito, ainda mais tratando-se de um âmbito tão tradicional e arcaico, como é o caso da construção civil brasileira.

Não se engane, os desafios não estão só direcionados aos construtores e mão de obra no canteiro, mas inicia-se ainda na fase de adoção. Em um primeiro momento após estarem convencidos dos benefícios o processo de implantação é iniciado, com a colaboração estratégica de um Consultor BIM e um BIM Manager é definido o software de acordo com as necessidades da área, e é neste momento que o primeiro impasse é encontrado, o valor das licenças (ARCHICAD, REVIT). No Brasil principalmente, trata-se de um impacto significativo nos orçamentos das empresas, afinal trata-se de uma série de licenças sendo adquiridas em dólar ou euro, o que acaba elevando o valor final.

Em paralelo a escolha da plataforma, é necessário investimento em infraestrutura  no ambiente de trabalho, necessitando de servidores para alta rotatividade de acesso (SERVIDORES BIM: NUVEM X FÍSICO), cabeamento de rede, internet de alta performam-se (FIBRA ÓTICA VS CABO NO BIM?), maquinas mais potentes (DESKTOP, WORKSTATION OU NOTEBOOK – QUAL A MELHOR OPÇÃO NO BIM?) , e tantas outras estruturas para trabalho colaborativo.

Work Station x Notebook
Work Station x Notebook / Fonte: SpBIM

 

O segundo impasse está na capacitação dos profissionais, que na maioria das vezes já possuem cargos consolidados, uma vasta experiência na área, porém pouca habilidade com tecnologias, fazendo com que exista uma resistência para a migração do método CAD para o BIM. É neste cenário que os novos profissionais devem ser inseridos no time de trabalho, a fim de equilibrar as habilidades e competências.  O processo de capacitação dos colaboradores também deve ser previamente definido, para garantir domínio inicial na ferramenta e em seguida compreender a nova forma de trabalho dentro dos parâmetros do software escolhido.

É durante a fase de capacitação que um novo desafio é identificado, pois muitos empresários acreditam que se trata apenas de um curso, possível de se realizar sem o auxílio de um profissional, como é o caso de um Educador BIM em parceria com o BIM Manager, que definirá as estratégias de capacitação e implantação. O que acaba gerando uma série de conflitos e adversidades, pois não possuem a experiência nessa nova forma de gerenciar e projetar – no Brasil diversos construtores e incorporadoras acabam voltando ao método tradicional após frustrações e prejuízos devido a uma implantação e implementação que não envolvem especialistas. Durante esse processo é importante manter os profissionais motivados e focados, procurando tornar os processos mais palpáveis e menos distantes da realidade, é por isso que diversas empresas incentivam treinamentos externos ou até mesmo a participação em workshops.

Um longo percurso é percorrido até a conclusão da capacitação dos profissionais, onde de fato se inicia a implementação, a utilização do método em um projeto piloto, seguindo por um projeto em andamento e o constante aperfeiçoamento do fluxo de trabalho. Porém os projetistas parceiros nem sempre estarão dispostos a enfrentarem as mesmas dificuldades e acabam não adotando o BIM, sendo então uma barreira no andamento das atividades, tornando-o um processo híbrido de BIM/CAD, não obtendo os resultados esperados.

A importância da modelagem dentro da esfera construtiva é de fato muito significativa, afinal com o BIM diversos conflitos em obra são sanados ainda na fase de projeto, porém para isso por vezes é necessário a utilização de outra plataforma para compatibilização, como Navisworks e Solibri, que fará a unificação dos modelos para identificação dos clash detection, demando por profissionais com experiência em construção civil, tecnologia e normas de padronização.

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Fonte: BIM Object

 

Por sua vez, são através das normas de padronização que diversas decisões projetuais não tomadas, mas ainda não foram adequadas ao BIM, podendo retardar a adoção por algumas áreas, como por exemplo, a ausência de Manuais BIM para projetos de instalações elétricas e hidráulicas nos municípios brasileiros.

Engenheiros estruturais tendem a aderir o Building Information Modeling, porém encontram desafios na comunicação entre modelos desenvolvidos em múltiplas plataformas, sendo assim um empecilho nas mudanças de fluxo de trabalho.

 

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Imagem Apresentação Integração TQS e Revit
Imagem Apresentação Integração TQS e Revit / Fonte: JKMF e TQS

 

De modo geral, esse novo processo de trabalho está baseada em gestão e inovação, é por isso que um dos empecilhos atuais vem sendo gerir informações, colaboradores e padrões de formas simultânea, demandando dos profissionais da gerência dedicação no desenvolvimento de Plano de Execução BIM (PEB),  BIM Mandate e EAP , assim como sistemas específicos para gestão de projetos CDE (Commom Data Environment).

É possível perceber como os principais problemas com a adoção do BIM no Brasil estão diretamente associados à falta adaptação às novas tecnologias da AECO (Arquitetura, Engenharia, Construção e Operação), sendo necessário maior atenção Governo Brasileiro para mudança na realidade na forma de projetar, orçar, planejar e construir.

 

CONCLUSÃO 

Nós da SPBIM acreditamos que com a adoção do BIM em massa fará com que a forma de contratar e vender projetos seja transformada, fomentando o mercado da construção civil em todos os seus segmentos. Com isso as empresas nacionais, estarão abertas a ganhos significativos – além de hábitos a competir licitações em outros países.

BIM para projeto vale a pena?

BIM para projeto vale a pena?

 

 

É fato que na atualidade a informação, adquiriu um valor inestimável, já que é a fonte para frutos de grande valor. Por isso, urge no mercado a presença de gestores capacitados a administrar, armazenar e realizar o melhor uso deste bem, contudo BIM para projeto vale a pena? Confira em nosso novo artigo!

O método tradicional de gestão e desenvolvimento de projeto, por exemplo, está baseado em metodologias analógicas e por vezes até manuais, nas quais o profissional deve acompanhar uma série de ferramentas diferentes, para desenvolver projetos em 2D e 3D.

Paralelos a documentos físicos, como manuais e normas, sendo obrigados a solucionar problemas que surgem durante a obra devido a um projeto impreciso, soluções muitas vezes não ideais, se sujeitando a gastos extras, e acarretando prejuízo financeiro, e afetando outros pontos do projeto, um pequeno problema que vira uma grande dor de cabeça.

E para solucionar essas problemáticas surge a metodologia BIM ou MIC (Modelo da Informação da Construção), com ela é possível a otimização de fluxos de trabalho, realizando a integração entre equipe responsável, processos e ambiente a ser construído, garantindo ações mais assertivas e reduzindo custos.

 

QUAIS AS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO BIM?

O BIM está baseado na informação e sua integração com todos os envolvidos, em todas as etapas do ciclo de vida de uma construção, por tratar-se de informações que evoluem juntamente com a edificação.

A utilização do BIM (Building Information Modeling) tem sido incentivada em diversas áreas da AECO (Arquitetura, Engenharia, Construção e Operações), desde do desenvolvimento de projetos (BIM3D), planejamento e gestão de obras (BIM4D , BIM5D e BIM7D), projeto de fabricação industrial (BIM6D), até a  manutenção e operações de edificações(BIM8D).

Para profissionais que lidam diretamente com o desenvolvimento de projetos de arquitetura, engenharia  e instalações, é necessário entender os principais benefícios do BIM 3D.

Ao utilizar o método tradicional CAD no desenvolvimento de projeto, está apenas representando intenções de projeto, ou seja, representando elementos construtivos através de linhas e formas geométricas, assim como no desenho a mão. No BIM o modelo 3D é dotado de uma série de informações e características. Suas principais vantagens estão relacionadas abaixo:

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Fonte: SPBIM

 

OBJETOS PARAMÉTRICOS

Ao desenvolver projetos em BIM estamos elaborando obras virtuais,  é um simulador de alta precisão, com o objetivo de reproduzir o empreendimento levando em conta todas as condicionantes reais relacionadas a ele.

Para que isso ocorra da melhor forma possível é necessário utilizar as mesmas especificações que serão adquiridas na fase de compras, seguindo o padrão do fornecedor. No ambiente virtual inserimos esses elementos em forma de objetos, na maioria das vezes objetos paramétricos, que são dotadas de informações técnicas como : características físicas, mecânicas e outras.

Os elementos construtivos, conexões, tubulações e tantos outros elementos, devem estar inseridos no modelo através de de objetos BIM, a partir deles que será possível desenvolver  quantitativos precisos, orçamentos mais enxutos e soluções projetuais mais eficientes.

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Fonte: SPBIM

 

TRABALHO COLABORATIVO

Outra vantagem no desenvolvimento de projetos em BIM, está no trabalho colaborativo entre projetistas de uma mesma disciplina e projetistas interdisciplinares, tendo projetos com soluções mais eficazes, eficientes e econômicas, já que foram pensadas de forma simultânea por todos os projetistas envolvidos.

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Fonte: SPBIM

 

MITIGAR FALHAS

Com o trabalho simultâneo entre projetistas a compatibilização também pode ser feita de forma virtual, que no BIM é conhecida como clash detection.

Ele permite que os projetistas analisem os projetos de forma simultânea, prevendo conflitos entre elementos, resultando em uma mitigação expressiva das colisões que seriam encontradas na obra. Com esse processo o projeto passa para a execução muito melhor resolvido e com a garantia de uma execução mais ágil.

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Fonte: BLOG BIM ENGUS

 

SUSTENTABILIDADE

Com as grandes demandas ambientais envolvendo projetos de arquitetura, engenharia e instalações a utilização dos protótipos BIM permitem realizar simulações energéticas, acústicas, estruturais, solares e tantas outras, permitindo ao arquiteto e engenheiro desenvolver projetos mais sustentáveis.

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Fonte: ABC EXPERIENCE

 

BIM PARA PROJETO E O AUMENTO NA PRODUTIVIDADE

Quando desenvolvemos projetos tridimensionais em ferramentas BIM, estamos realizando todos os detalhes projetuais em  um único modelo, permitindo aos responsáveis gerar informações 2D e 3D  de forma automática, assim como a extração de dados de quantitativos e especificações, garantindo que horas  de trabalho sejam evitadas neste processo.

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Livro Manual de BIM / Fonte: Eastman

 

O ato  de projetar em BIM não está apenas na representação gráfica dos elementos construtivos mas sim em como  os mesmo estarão se relacionando e juntos compõem soluções projetuais, garantindo aos projetistas maior credibilidade, assertividade e redução de custo, não limitando a responsabilidade do arquiteto e engenheiro em projetos mas também tomando decisões reais de orçamento, planejamento e gestão de projetos de modo geral.

 

CONCLUSÃO

Por fim, nós da SPBIM acreditamos que a utilização do BIM3D no desenvolvimento de projeto garante maior assertividade, resultando em orçamentos mais enxutos e confiáveis, planejamentos mais precisos e construções mais inteligentes, sendo o presente e futuro das construções.

Modelagem Paramétrica no BIM

Modelagem Paramétrica no BIM

 

Modelagem Paramétrica no BIM: O cenário tecnológico na construção é atualmente repleto de alternativas, e dentro da metodologia BIM  e suas ferramentas, muitos processos se tornaram mais eficientes, ampliaram-se as possibilidades. Isso se deve ao próprio caráter do BIM (Building Information Modeling), o uso da informação.

A informação presente em cada elemento modelado, tornando-se parte de sua característica, o torna inteligente em sua relação com outros elementos, bem como o projeto como um todo. E essa tecnologia é chamada modelagem paramétrica.

Fonte: The Constructor

 

O QUE É MODELAGEM PARAMÉTRICA?

Trata-se da modelagem que permite a atribuição de informação aos objetos, que podem ser compreendidas por ele em suas próprias características, bem como por outros elementos com os quais esse se relaciona de alguma maneira. Tornando possíveis edições apenas nestas informações que automaticamente impactarão no objeto e tudo que está a ele ligado de alguma maneira. Esse método é utilizado, por exemplo, em projetos de análises estruturais, para lidar com formas geométricas curvas e possibilitar sua fabricação.

O parâmetro nada mais é que uma regra elaborada pelo usuário, que impacta todos os associados a essa regra, seja um elemento e/ou o projeto como um todo.

Modelagem paramétrica
Fonte: SPBIM

 

QUAIS AS POSSIBILIDADES COM A MODELAGEM PARAMÉTRICA? (EXEMPLOS DE PROJETOS)

A paramétrica pode alterar características métricas como altura, largura, espessura, sendo compreendida pelo objeto e/ou por todos os seus relacionáveis, dependendo do direcionamento do modelador.

Por exemplo, é possível modelar uma parede ou piso e atrelá-los ao nível, se ocorrer uma mudança na altura desse a parede se adapta automaticamente.

O parâmetro também existe na definição de um material, ou seja, se aplicado a vários elementos o material quando alterado se atualiza em todos eles. São inúmeras as capacidades de um modelo paramétrico, e pode ser aplicado a todas as disciplinas construtivas, inclusive na relação entre elas.

O Modelo Federado, como outra demonstração, que é parte da metodologia BIM, aplica a paramétrica já que é formado por vínculos, de arquivos menores e/ou complementares, que quando alterados são atualizados automaticamente para todo o modelo, evitando trabalhos operacionais repetitivos.

Fonte: Archigraphic

 

Alguns projetos expressivos que utilizaram essa tecnologia, administrados por especialistas, demonstram o alcance dessas ferramentas:

 

BEIJING NATIONAL STADIUM

No emblemático Ninho de Pássaro, estádio utilizado nas olimpíadas na China, com capacidade para 100 mil pessoas, a modelagem paramétrica foi utilizada para criar uma forma eficiente para o uso nas modalidades de atletismo, e posteriormente para partidas de futebol. Através dessa tecnologia foi definido o formato que a edificação teria para atender essas demandas, mostrando quão grande é o impacto dessa metodologia até para a parte criativa dos projetos.

Modelagem paramétrica
Fonte: Gallardo Architects

 

SHANGHAI TOWER

Esse projeto de grande eminência, também é um forte exemplo dos horizontes construtivos possíveis com a paramétrica avançada. A forma deste edifício foi determinada a partir da relação da torre com a rota dos ventos, isso através da ferramenta de modelagem do Grasshopper que se utiliza de algoritmos. Com isso a carga do vento foi reduzida em 24%, algo importante devido às intempéries drásticas na região, possibilitando uma economia de cerca de $58 milhões de dólares.

Modelagem paramétrica
Fonte: Designing Buildings

 

QUAIS AS VANTAGENS?

As principais vantagens da modelagem paramétrica, são a rapidez, economia e precisão na construção e seus processos. As intercorrências com alterações de projetos, redefinições de projetos complementares, orçamentos, se tornam facilmente alteráveis com uma correta modelagem realizada desde o momento inicial. Por isso há uma migração massiva de grandes construtoras ao redor do mundo para se adaptarem a essa nova maneira de construir.

Essa mobilização amplia as possibilidades para arquitetos, engenheiros, designers tanto no âmbito criativo quanto no operacional, se mostram outras maneiras de realizar os processos e até mesmo de criar.

 

CONCLUSÃO

Cabe aos profissionais da construção no Brasil um compromisso mútuo com esse avanço, para que os avanços ocorram de maneira saudável, proporcionando edificações mais seguras, mais baratas, sustentáveis e cada vez mais duradouras. O mercado está se atualizando e é necessário que seus profissionais estejam preparados para os novos desafios apresentados.

SCRUM e o BIM

Método SCRUM e o BIM

 

Um dos maiores desafios no desenvolvimento de projetos para construção é sua dinâmica de constantes alterações, mudanças que são consequência de decisões do cliente ou de profissionais de disciplinas complementares, causando atrasos de entrega, retrabalho, e geralmente gerando outros problemas a serem resolvidos dentro do projeto, neste artigo iremos falar sobre o uso do SCRUM e o BIM!

Como atingir os objetivos de cada entrega, manter o projeto andando, economizando tempo e dinheiro? Essa é a pergunta que diversos gerenciadores de projetos tentam responder. São diversos os métodos buscando alcançar esse equilíbrio, um deles é o SCRUM.

Antes de compreendermos o que é o método SCRUM precisamos entender sua origem, o método SCRUM é derivado dos métodos Agile que são métodos de trabalho pensados por programadores e desenvolvedores de aplicativos, onde ao invés de  tentar prever riscos se passam a abordar os riscos como oportunidades de lucro tirando vantagem do ambiente turbulento de obras.

Sendo assim, o método SCRUM consiste em substituir a noção de que os pré requisitos de um projeto são fixos com a de que eles são dinâmicos e que aparecem no decorrer do projeto e de sua execução, com isso ele se torna adaptado para a essa situação extremamente comum onde os clientes mudam de ideia e alteram o projeto, ou quando há uma incompatibilidade entre disciplinas, além de várias outras intercorrências.

Outra característica marcante do método é a de se trabalhar em “Sprints” que basicamente consistem em esforços de curto prazo extremamente focados em atingir uma única meta e produto. Geralmente esses “Sprints” são realizados a partir de uma base de dados chamada Product Backlog (Backlog do Produto) onde se encontram todas as funcionalidades desejadas para um produto, permitindo que os responsáveis pela equipe definam bem as prioridades para atender os “Sprints”.

Fonte: SpBIM

 

Uma característica muito marcante do método SCRUM é a de se elencar prioridades para tudo que será entregue no projeto, no sentido de não perder tempo realizando correções , ajustes e desenvolvendo características que têm baixo impacto ou importância para o cliente.

Este meio de trabalhar leva a priorização de aspectos que também são muito importantes para o cliente, mas por outro lado nem todos os itens elencados no escopo do projeto serão entregues , mas isso não quer dizer que o projeto se encontrará incompleto, no momento de sua criação o Backlog de Projeto tem contido em si inúmeros itens variando entre eles de itens essenciais para o projeto, itens que são mais desejáveis , aqueles que têm menor valor estratégico e até aqueles que provavelmente não serão executados por serem específicos demais ou por outros motivos, assim no modelo SCRUM o escopo do que será entregue se torna “estimado”.

 

Fonte: SpBIM

 

É crucial para a implementação dessa metodologia associada ao BIM envolver todas as partes interessadas, o cliente, os profissionais interdisciplinares, os orçamentistas, todos serão beneficiados. O “Scrum” não é o objetivo, mas um caminho para atender às necessidades dinâmicas de uma construção economizando tempo e evitando esforços inúteis.

Estar disposto a aprender sobre a metodologia e entender que isso levará tempo é parte do processo. Monitorar constantemente o trabalho da equipe impedindo que caminhos errados sejam trilhados vai evitar muitos problemas.

 

Fonte: SpBIM

 

Sabendo de todas essas informações, podemos traçar um paralelo entre o método Scrum e o BIM aplicando ele em nossa forma de modelar , dando prioridade em elementos essenciais, realizando “Sprints” para terminar partes do projeto necessárias naquele momento, que podem ser posteriormente evoluídas se necessário.

Um bom exemplo é a extração quantitativa de nossos modelos , não precisamos detalhar com altíssimo nível de precisão todos os elementos caso não sejam essenciais, dentre outras aplicações dele em vários processos BIM assim tornando nossos projetos e modelos mais eficientes e ágeis.

TOP 5 MELHORES SOFTWARES DE PAISAGISMO NO BIM

TOP-5-MELHORES-SOFTWARES-PARA-PAISAGISMO-NO-BIM-SPBIM

TOP 5 MELHORES SOFTWARES DE PAISAGISMO NO BIM

 

TOP-5-MELHORES-SOFTWARES-PARA-PAISAGISMO-NO-BIM-SPBIM

Com a difusão do Building Information Modeling (BIM), e a variedade de opções de softwares de modelagem, é comum ver profissionais em dúvida quanto a melhor opção de ferramenta para cada disciplina de acordo com a demanda específica e quais são as vantagens de acordo com a finalidade de cada projeto. Pensando nisso, separamos um TOP 5 melhores softwares de paisagismo no BIM.

 

1. EDIFICIUS LAND

 

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Fonte: ACCA Software

 

O Edicius Land é a principal ferramenta BIM dedicada a paisagismo e jardinagem de modo geral, desenvolvido pela ACCA Software. Com ele é possível desenvolver projetos de pequena, média e grande escala, utilizando o recurso BIM de visualização 2D e 3D simultâneos, modelagem simplificada de terreno com base em levantamentos topográfico ou dados diretamente do Google Maps, utilização de acervo BIM amplo e a possibilidade de importação de vegetação e objetos de outras  ferramentas como Blender, Sketchup, 3DS Max e etc..

Também permite o trabalho integrado com outras ferramentas BIM através de arquivos em .IFC. Com ele é possível a extração de quantitativo e planilhas orçamentárias, incluindo de movimentação de terra, de forma automatizada 100% integrada com o modelo 3D, bem como a inserção de nuvem de pontos para modelagem.

Outra vantagem significativa é a possibilidade de renderização de projetos em tempo real, garantindo apresentações mais claras do resultado final do projeto após a execução, permitindo ainda a navegação em realidade aumentada através do VRiBIM.

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Fonte: ACCA Software

 

2. VECTORWORKS LANDMARK

 

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Fonte: Vectorworks

 

O VectorWorks foi desenvolvido inicialmente como base na metodologia CAD, porém com o avanço tecnológico passou a utilizar o BIM em seu sistema. A partir disso a ferramenta vem se aperfeiçoando para atender melhor seus usuários, criando interfaces específicas para cada necessidade. Por isso o VectorWorks Landmark foi desenvolvido com uma interface voltada para projetos paisagísticos, de pequena, média e grande escala, usufruindo de todos os benefícios da metodologia BIM, estando presente desde o planejamento macro de uma região até o desenvolvimento de modelos personalizados, especificação de espécies, análise de projetos de terraplanagem, drenagem, e parâmetros de sustentabilidade, gerando tabelas quantitativas e orçamentárias e gráficos para documentação.

 

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National 9/11 Memorial em Nova York / Fonte: Vectorworks

 

Nele é possível trabalhar com nuvem de pontos, e fotometria, proporcionando um projeto com alta precisão, e navegável em VRiBIM, realidade aumentada. Contendo ferramentas de modelagem de pisos através das referências de nível de levantamentos topográficos e nuvem de pontos.

Além disso, permite utilizar toda a vantagem do trabalho simultâneo em BIM, para atualizações e correções de diversos profissionais, sendo também diretamente compatível com outras ferramentas BIM, admitindo importação de objetos, exportando e importando em .IFC, e contendo informações de georreferenciamento, sendo assim, um programa indispensável em nosso top de melhores softwares de paisagismo no bim!

 

3. ARCHICAD

 

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FONTE: APUSGEO

O Archicad é outra ferramenta BIM em ascensão, seu foco é no desenvolvimento de projetos arquitetônicos, mas muitos profissionais de paisagismo optam pela ferramenta pela sua facilidade de aprendizado, operabilidade em modelos de grande escala, possibilidade de importação de objetos do Sketchup, garantindo então maior agilidade e diversidade no desenvolvimento de projetos. Como toda ferramenta BIM, com ele é possível elaborar projetos em 3D que geram automaticamente vistas de documentação, plantas, cortes, elevações, assim como os quantitativos simultâneos com base na modelagem através de planilhas, facilitando a especificação e a orçamentação do projeto como um todo.

No software se pode trabalhar com nuvem de pontos, fotometria, e importar projetos de todas as disciplinas, compatibilizados por georeferenciamento, ou compartilhamento de coordenadas, possibilitando alta precisão. E ainda há como otimizar a modelagem através de plugins.

 

4. REVIT

 

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Fonte: Ascent Blog

 

O Revit é a ferramenta BIM mais utilizada no cenário atual para os mais variados segmentos, estrutura, instalações,  arquitetura, interiores e inclusive paisagismo. Trata-se de um software desenvolvido para a construção civil de modo geral, garantindo assim a ampla utilização por disciplinas diferentes, tendo toda a integração do modelo BIM com planilhas automatizadas, extração de quantitativos, visualização 2D e 3D simultâneas.

Por tratar-se de uma ferramenta que não é focada no segmento de paisagismo, é indicado entender as reais necessidades projetuais de cada escritórios e traduzir para a ferramenta, através de um implantação personalizada e focada na metodologia de trabalho interna. Seu acervo de objetos de vegetação é limitado, porém é possível desenvolver suas próprias famílias em Revit, garantindo então um projeto personalizado além de permitir a utilização em objetos em formato IFC. Conta também com renderização em tempo real e a possibilidade de exportação em PDF, DWG e IFC.

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Fonte: Autodesk University

 

Além de permitir a modelagem através de nuvem de pontos, fotometria, e a compatibilização de todas as disciplinas por georreferenciamento. Tudo isso ainda pode ser otimizado através de plugins compatíveis com o software.

 

5. SKETCHUP

 

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Fonte: EVELIN L./3DWAREHOUSE

 

A ferramenta Sketchup é uma das mais utilizadas por arquitetos e designers, pela sua praticidade na modelagem e interface intuitiva, trata-se de uma ferramenta que atua entre as duas metodologias presentes no mercado o tradicional CAD e o BIM, suas funcionalidades não são tão automatizadas como nas ferramentas anteriormente citadas, mas com ela é possível exportar projetos em IFC (um dos critérios para ser considerado um software BIM), além de ter simultaneidade na visualização de vistas 2D e 3D. Também é possível inserir informações como fornecedores, custo e outros no objetos, facilitando o orçamento. A ferramenta também permite upgrades com a utilização de plugins para potencializar a ferramenta.

 

CONCLUSÃO

Nós da SPBIM, acreditamos que a migração do CAD para o BIM é muito importante para quem busca eficácia, qualidade e destaque no mercado, por isso a utilização de uma dessas ferramentas torna-se um grande aliado para o desenvolvimento de projetos de paisagismo, facilitando o trabalho dos projetistas, inibindo erros, e permitindo a ampla comunicação entre as disciplinas pertinentes a cada projeto.