Como o BIM pode transformar sua carreira em 2025?

Como o BIM pode transformar sua carreira em 2025?

 

O Building Information Modeling (BIM) não é apenas uma ferramenta ou tecnologia; é uma revolução no mercado de arquitetura, engenharia e construção (AEC). Para profissionais que desejam se destacar em um setor cada vez mais competitivo, o BIM representa uma oportunidade de transformar suas carreiras. Mas como exatamente isso acontece? Vamos explorar os principais pontos que mostram por que o BIM será essencial em 2025.

Fonte: SPBIM

 

A evolução do BIM como diferencial de carreira

 

Nos últimos anos, o BIM se consolidou como um padrão para projetos de construção ao redor do mundo. Com o passar do tempo, avanços como a integração com inteligência artificial (IA), gêmeos digitais e a Internet das Coisas (IoT) tornarão o BIM ainda mais relevante. Dominar o BIM não será apenas uma vantagem, mas uma exigência para se manter competitivo no mercado.

Uma das grandes vantagens do BIM é sua capacidade de integrar outras tecnologias inovadoras, como a Inteligência Artificial, a Internet das Coisas (IoT) e a Realidade Aumentada. Essas ferramentas complementam o uso da metodologia BIM, aprimorando os processos de projeto e gestão. Essa combinação não apenas facilita a compreensão dos projetos, mas também destaca o profissional que domina essas soluções integradas.

Fonte: Medium (Oliver Eischet)

 

Vantagens do BIM para profissionais

 

O uso do BIM (Building Information Modeling) trouxe uma revolução para os profissionais da arquitetura, engenharia e construção. Sua implementação oferece benefícios significativos em diversas áreas, aprimorando tanto o desempenho técnico quanto as habilidades interpessoais. A seguir, destacamos algumas das principais vantagens que o BIM proporciona:

 

  1. Desenvolvimento de Soft Skills
    O BIM vai além das capacidades técnicas e impacta diretamente no desenvolvimento de habilidades interpessoais, como comunicação e colaboração. A integração de equipes multidisciplinares em um modelo único exige uma troca constante de informações e maior sinergia entre os profissionais, promovendo um trabalho em equipe mais eficaz.
  2. Maior Precisão e Confiabilidade
    Uma das principais características do BIM é a centralização das informações em um ambiente confiável e integrado. Modelos detalhados e precisos permitem que erros e inconsistências sejam minimizados, tanto no planejamento quanto na execução do projeto. Essa confiabilidade impacta diretamente na qualidade final da obra.
  3. Eficiência na Execução
    Com o BIM, tarefas repetitivas e demoradas, como a geração de cortes, elevações e listas de materiais, são automatizadas e extraídas diretamente do modelo. Isso economiza tempo e reduz os esforços necessários para atualizar a documentação, aumentando significativamente a produtividade.
  4. Planejamento e Gerenciamento Avançado
    Ferramentas integradas ao BIM permitem um planejamento mais robusto e o acompanhamento detalhado das obras. Simulações e cronogramas precisos ajudam na tomada de decisões e permitem ajustes em tempo real, resultando em projetos mais bem controlados e executados.
Fonte: SPBIM

 

Esses pontos destacados tornam o BIM uma ferramenta essencial para profissionais que desejam se destacar no mercado. A adoção dessa metodologia não só melhora a qualidade dos projetos e obras, como também posiciona os profissionais como referências em inovação e eficiência na construção civil.

 

A Importância do BIM e o Marco Legal do Decreto Nº 10.306/2020

 

A promulgação do Decreto Nº 10.306, em 2 de abril de 2020, marcou um passo significativo para a adoção do BIM (Building Information Modeling) no Brasil. Este decreto reflete a crescente relevância dessa metodologia para o setor de arquitetura e engenharia no país, estabelecendo diretrizes claras para sua implementação obrigatória em obras públicas a partir de 2028.

Essa determinação evidencia o reconhecimento do BIM como uma ferramenta estratégica para otimizar processos, aumentar a eficiência e reduzir desperdícios na construção civil. Ao centralizar informações em um modelo digital integrado, o BIM promove maior precisão nos projetos, melhor controle de custos e cronogramas mais realistas.

Em 2025, o marco é o mesmo de 2024, onde o BIM deverá ser utilizado na execução direta ou indireta de projetos de arquitetura, engenharia e na gestão de obras, referentes a construções novas, reformas, ampliações ou reabilitações. Além disso, em 2025, alguns softwares podem se destacar para que a realização desse marco seja alcançada, como o Autodesk Revit (Modelagem), Graphisoft Archicad (Modelagem), Civil 3D (Infraestrutura), Autodesk Navisworks (Coordenação de Obra, Orçamentos, Planejamento de Obra), Synchro, entre outros. Esses programas desempenham papeis essenciais no desenvolvimento de modelos precisos, simulações e no gerenciamento eficaz de projetos.

Com o avanço para a obrigatoriedade, o decreto reforça a necessidade de profissionais e empresas se adaptarem a essa tecnologia, investindo em capacitação e inovação. Essa transição não só elevará a qualidade dos projetos e obras públicas, mas também colocará o Brasil em sintonia com práticas globais mais sustentáveis e competitivas no setor da construção civil.

Portanto, a adoção do BIM vai além do cumprimento legal; trata-se de uma oportunidade para transformar o mercado e posicionar o país como referência em inovação e eficiência na construção.

 

BIM para restauração de patrimônio histórico: Preservando com tecnologia do futuro

BIM para restauração de patrimônio histórico: Preservando com tecnologia do futuro

 

A preservação do patrimônio histórico é crucial para manter a herança cultural e arquitetônica de uma sociedade, garantindo que ela seja transmitida às futuras gerações. Nesse contexto, o uso de tecnologias inovadoras, como o BIM (Building Information Modeling), tem se mostrado uma ferramenta eficaz para garantir a eficiência e precisão no processo de restauração de patrimônios históricos. A aplicação do HBIM (Heritage Building Information Modeling), uma extensão do BIM voltada para a análise e conservação de patrimônios tangíveis, permite uma abordagem detalhada para restaurar, modernizar e, ao mesmo tempo, preservar o valor histórico das edificações. Neste artigo, discutiremos como o HBIM contribui para a preservação do patrimônio, suas aplicações práticas e os desafios que envolvem essa tecnologia.

Escaneamento do Museu do Ipiranga com 2,3 bilhões de pontos. Fonte: Autodesk

 

BIM e HBIM: como ajudam na preservação de patrimônios históricos

 

Embora o BIM e o HBIM compartilhem a mesma base tecnológica, sua aplicação diverge conforme o objetivo do projeto. O BIM é amplamente utilizado no planejamento, construção e gestão de infraestruturas contemporâneas, sendo uma ferramenta que otimiza processos e facilita a coordenação entre os envolvidos no projeto. Ele permite a simulação de um ambiente virtual, onde elementos da modelagem são analisados e ajustados antes da execução da obra, evitando conflitos e retrabalhos.

Por outro lado, o HBIM é focado na documentação e preservação de edifícios históricos, aplicando os princípios de interoperabilidade e modelagem detalhada do BIM. O processo de HBIM é especialmente valioso pois utiliza tecnologias avançadas, como escaneamento a laser 3D e fotogrametria, para captar e documentar com precisão os detalhes de edifícios antigos. Além disso, o HBIM promove a sustentabilidade, oferecendo a possibilidade de transformar um prédio em desuso em um espaço funcional, sem a necessidade de demolição, adaptando-o às novas exigências sem comprometer sua integridade histórica.

 

Equipe da SPBIM utilizando o equipamento de laser scanner para realizar o Tour Virtual 360º da obra – SPBIM

Qual a diferença entre retrofit, reabilitação e restauros?

 

No contexto da preservação de patrimônios históricos, existem três principais abordagens de reforma, cada uma com características distintas:

  • Retrofit: Envolve a modernização ou atualização tecnológica de um edifício existente, mantendo sua estrutura original, mas introduzindo melhorias para torná-lo mais eficiente, seguro e em conformidade com as normas atuais.
  • Reabilitação: Também conhecida como requalificação ou renovação, a reabilitação é a adaptação de um edifício existente para novos usos. Isso pode incluir a mudança do programa de uso, com atualizações que devolvem a funcionalidade ao edifício, sem a necessidade de preservar toda a integridade histórica ou arquitetônica.
  • Restauro: O objetivo do restauro é preservar o valor cultural, histórico e arquitetônico de um edifício, mantendo o máximo possível de suas características originais. A intervenção se concentra na conservação e na readequação de elementos que garantam a preservação do estado original da construção.

Em resumo, enquanto o retrofit se concentra na modernização, a reabilitação foca na adaptação para novos usos, e o restauro prioriza a preservação da essência histórica do edifício.

Edifício RBS 700

 

Um exemplo de sucesso no uso de retrofit é o Programa Requalifica Centro, aprovado pelo governo de São Paulo em 2022. O projeto envolveu a modernização de vários edifícios na região central da cidade. O Edifício RBS 700, por exemplo, localizado nos Campos Elísios, foi transformado de um prédio comercial em um prédio residencial. 

 

Retrofit da Somauma, prédio RBS 700 – Fonte: TPA empreendimentos

 

O retrofit incluiu a instalação de painéis solares, sistemas de reutilização de água e tecnologias de eficiência energética, tornando o prédio mais sustentável e adaptado às necessidades atuais, sem a necessidade de sua demolição.

Desafios da Restauração de Patrimônio Histórico

 

Restaurações de edifícios históricos enfrentam uma série de desafios. O principal obstáculo é a falta de documentação sobre os materiais e técnicas de construção originais, o que dificulta a compreensão detalhada das características técnicas do edifício. Muitos desses prédios foram construídos em épocas em que o registro de informações era limitado ou inexistente, tornando a investigação e identificação das condições estruturais um processo minucioso. Além disso, a modelagem manual, sem o auxílio de equipamentos como o laser scanner, pode ser inadequada, uma vez que muitos edifícios antigos possuem detalhes minuciosos, como ornamentos e rachaduras, que são difíceis de captar sem tecnologia avançada.

Outro desafio importante é a falta de ferramentas específicas para a modelagem de HBIM (Historic Building Information Modeling). Muitos softwares BIM tradicionais, como o Revit e o ArchiCAD, são projetados com foco em construções contemporâneas e, por isso, suas bibliotecas paramétricas carecem de elementos específicos para edifícios históricos. Essa ausência de objetos específicos aumenta a complexidade da modelagem, exigindo adaptações que podem ser demoradas. Nesses casos, uma solução alternativa é o uso de softwares mais flexíveis para modelos orgânicos, como o Rhinoceros em conjunto com o Grasshopper , que permitem criar formas mais complexas e paramétricas, essenciais para representar fielmente as características singulares dos patrimônios.

Um ponto de atenção é que não há uma plataforma centralizada para armazenar e compartilhar informações detalhadas sobre patrimônios históricos, semelhante ao GeoSampa, que agrega dados sobre loteamentos em São Paulo. 

Apesar desses desafios, a adoção da metodologia BIM no contexto de restauração de patrimônios históricos demonstrou grande valor. Com o BIM, é possível realizar simulações desenvolvidas, detecção de conflitos, documentação precisa e quantificação dos elementos do edifício. Essas ferramentas auxiliam no desenvolvimento de um planejamento mais eficaz e no controle detalhado das intervenções, permitindo que o projeto seja executado de maneira mais segura e eficiente.

A tendência é que, com a evolução contínua das tecnologias BIM e a adaptação de bibliotecas e ferramentas específicas para o restaurante, o processo se torne cada vez mais integrado e acessível. Dessa forma, será possível equilibrar a preservação da história arquitetônica com a inovação tecnológica, promovendo intervenções mais seguras e sustentáveis.

CONCLUSÃO

A utilização do BIM na restauração de patrimônios históricos oferece uma abordagem revolucionária para a preservação de edifícios antigos. Por meio do HBIM, é possível documentar digitalmente as características originais, planejar intervenções de forma colaborativa e garantir uma gestão eficiente dos projetos de restauração. Com o tempo, essa tecnologia tende a se aprimorar, permitindo uma coleta e gestão de dados mais abrangente e eficaz, preservando o valor cultural e histórico das construções para as gerações futuras.