AIR: Como Garantir um Modelo BIM Útil para Operação e Manutenção do Ativo

AIR: Como Garantir um Modelo BIM Útil para Operação e Manutenção do Ativo

Com a crescente adoção do BIM (Modelagem da Informação da Construção) em projetos de engenharia e arquitetura, garantir que os modelos gerados atendam às necessidades das fases posteriores à construção, como operação e manutenção, tornou-se um desafio crítico. O AIR (Asset Information Requirements ou Requisitos de Informação do Ativo) surge como um documento fundamental para assegurar que as informações certas estejam disponíveis no momento certo, contribuindo para a eficiência na gestão do ativo ao longo de seu ciclo de vida. Este artigo explora como o AIR pode ser aplicado de forma estratégica para tornar o modelo BIM um recurso verdadeiramente útil na fase de operação e manutenção.

Fonte: BibLus

O que é o AIR e qual seu papel no ciclo de vida do ativo?

O AIR é um documento que define quais informações são necessárias sobre um ativo para que ele possa ser gerenciado de forma eficaz após sua construção. Desenvolvido geralmente pelo proprietário ou operador do ativo, o AIR orienta os times de projeto e construção sobre o tipo, a qualidade e o formato dos dados que devem ser entregues ao final do projeto. Sua elaboração deve considerar os objetivos operacionais do ativo, integrando dados que serão usados por sistemas de gestão como CAFM (Computer-Aided Facility Management) ou CMMS (Computerized Maintenance Management System).

Um dos principais benefícios do AIR é permitir que o modelo BIM seja uma base de dados confiável, e não apenas uma representação visual do edifício. Isso significa que elementos como equipamentos, sistemas de HVAC, redes elétricas e hidráulicas precisam conter informações específicas de manutenção, manuais, garantias, datas de inspeção e vida útil. Sem um AIR bem estruturado, há risco de que o modelo BIM seja entregue com dados genéricos ou insuficientes para uso prático na operação.

Além disso, o AIR promove a padronização da informação entre diferentes projetos dentro de uma mesma organização, garantindo consistência ao longo do tempo. Isso facilita a integração com plataformas tecnológicas e o treinamento de equipes operacionais. Em grandes empreendimentos com múltiplos ativos, essa padronização é essencial para reduzir custos de operação e mitigar falhas de comunicação entre as áreas envolvidas na gestão predial.

Fonte: Instituto de Engenharia

Como integrar o AIR ao processo BIM desde o início?

Para que o AIR tenha real efetividade, ele deve ser integrado ainda nas fases iniciais do projeto, preferencialmente na etapa de planejamento e briefing do empreendimento. Isso permite que os projetistas e construtores compreendam desde o início quais dados são necessários, evitando retrabalhos e assegurando entregas coerentes com os objetivos do proprietário. A colaboração entre o time de Facilities Management e os profissionais de projeto é essencial nessa fase.

Essa integração antecipada também possibilita a definição de Modelos de Entrega de Informação (IDM) e planos de execução BIM (BEP), alinhados com os requisitos do AIR. Dessa forma, cada parte envolvida sabe exatamente qual é a sua responsabilidade quanto à inserção e validação de dados no modelo, promovendo transparência e rastreabilidade ao longo do processo.

Validação, entrega e uso do modelo BIM na operação

Ao final da obra, é fundamental que o modelo BIM passe por um processo rigoroso de validação para garantir que todas as informações previstas no AIR foram corretamente inseridas e estruturadas. Essa verificação deve considerar não apenas a presença dos dados, mas sua precisão e usabilidade. Ferramentas específicas de validação BIM podem ser utilizadas para automatizar parte desse processo e gerar relatórios objetivos.

Após a validação, o modelo BIM enriquecido com os dados definidos no AIR deve ser entregue em formatos compatíveis com os sistemas de operação do cliente. Além disso, é essencial capacitar a equipe de manutenção e operação para utilizar corretamente o modelo, garantindo que os benefícios planejados se concretizem na prática. Quando bem implementado, o AIR transforma o modelo BIM em um verdadeiro aliado da gestão eficiente dos ativos, reduzindo custos e otimizando recursos ao longo de todo o ciclo de vida.

Fonte: Novidá

Conclusão

A adoção do AIR como ferramenta estratégica dentro do processo BIM representa um passo essencial para garantir que os modelos digitais sejam verdadeiramente úteis na fase de operação e manutenção dos ativos. Mais do que uma exigência documental, o AIR deve ser entendido como um instrumento de gestão da informação que conecta o presente do projeto ao futuro da operação. Quando bem estruturado e integrado desde o início, ele assegura a entrega de um modelo BIM funcional, confiável e alinhado aos objetivos do proprietário, maximizando o valor do investimento em todo o ciclo de vida do empreendimento.

Manutenção predial inteligente: Tecnologia e inovação nas operações

Manutenção predial inteligente: Tecnologia e inovação nas operações

 

A manutenção predial sempre foi um componente crucial para garantir a segurança, funcionalidade e longevidade de edificações. No entanto, com o avanço tecnológico e a digitalização de processos, essa atividade deixou de ser meramente corretiva ou preventiva e passou a incorporar inteligência, conectividade e análise de dados. A chamada manutenção predial inteligente é um novo paradigma que transforma a forma como os edifícios são monitorados, operados e mantidos.

Manutenção predial inteligente refere-se à aplicação de tecnologias como Internet das Coisas (IoT), Inteligência Artificial (IA), automação e Big Data para otimizar as operações de manutenção em edifícios. Essa abordagem integra sensores, plataformas digitais e sistemas automatizados capazes de coletar, processar e interpretar dados em tempo real, permitindo decisões mais assertivas, rápidas e econômicas.

Fonte: Jornal do Brasil 

Tecnologias aplicadas nas operações

1. Sensores e IoT

Sensores conectados à internet monitoram continuamente variáveis como temperatura, umidade, vibrações, consumo de energia e condições de equipamentos. Eles permitem a detecção precoce de anomalias e a ativação de alertas automáticos, reduzindo riscos de falhas inesperadas.

2. Plataformas de gestão em nuvem

Soluções em nuvem reúnem dados de diversas fontes e oferecem uma visão centralizada das condições do edifício. Com acesso remoto, gestores podem acompanhar o desempenho dos sistemas prediais e programar manutenções com base em dados reais e não apenas em cronogramas fixos.

Fonte: Suporte Condomínio

3. Inteligência Artificial e Machine Learning

Com o uso de IA e aprendizado de máquina, os sistemas conseguem identificar padrões, prever falhas futuras e recomendar ações corretivas com alto grau de precisão. Isso muda o foco da manutenção reativa para uma manutenção preditiva, mais eficiente e menos onerosa.

4. Realidade aumentada e realidade virtual

Técnicos de manutenção já utilizam óculos de realidade aumentada para visualizar informações técnicas de equipamentos em tempo real, orientações de reparos e até suporte remoto de especialistas. Isso reduz erros e o tempo de execução dos serviços.

Fonte: Sindiconet

5. Drones e robótica

Inspeções em áreas de difícil acesso, como fachadas e coberturas, podem ser feitas com drones equipados com câmeras térmicas e sensores de alta resolução. Já robôs podem realizar tarefas de limpeza e monitoramento em ambientes controlados.

Benefícios da manutenção inteligente

A adoção de tecnologias inteligentes na manutenção predial vem transformando significativamente a rotina operacional dos edifícios. Com a integração de sensores, sistemas automatizados e análise de dados em tempo real, é possível prever falhas, otimizar recursos e agir com maior precisão. Essa modernização permite que a manutenção deixe de ser apenas corretiva e passe a ser estratégica, influenciando diretamente na eficiência dos processos e no desempenho geral das instalações.

Entre os principais benefícios dessa abordagem estão a redução de custos operacionais e de consumo energético, além do aumento da vida útil dos ativos. A minimização do tempo de inatividade dos sistemas e a tomada de decisões com base em dados confiáveis elevam o nível de controle e planejamento. Outro ponto relevante é a conformidade com normas técnicas e regulamentações, que se torna mais fácil com o uso de sistemas integrados. Esses fatores, somados à valorização do imóvel e à melhoria na experiência dos usuários, tornam a manutenção inteligente um investimento essencial na gestão moderna de edificações.

Fonte:Araujo Abreu

BIM como aliado estratégico da manutenção predial inteligente

A Modelagem da Informação da Construção (BIM) surge como um componente essencial para potencializar os resultados da manutenção predial inteligente. Com o BIM, é possível centralizar informações detalhadas sobre todos os elementos construtivos e sistemas de um edifício em um modelo digital tridimensional e dinâmico.

Durante a fase de operação de um edifício, o uso do BIM (Modelagem da Informação da Construção) se destaca como uma ferramenta estratégica ao oferecer um histórico completo de manutenção dos ativos, além de reunir informações técnicas detalhadas e especificações de cada componente da construção. O modelo digital facilita a localização e inspeção de sistemas ocultos, agilizando intervenções e reduzindo falhas operacionais. Além disso, o BIM pode ser integrado a sensores e plataformas de IoT, permitindo o monitoramento em tempo real das condições do edifício e contribuindo para uma gestão mais precisa, eficiente e inteligente.

A combinação de BIM com tecnologias inteligentes cria um ambiente onde as decisões são tomadas com base em dados atualizados e acessíveis, tornando a gestão predial mais proativa e estratégica.

Fonte: Biblus

Conclusão

A manutenção predial inteligente não é apenas uma tendência, mas uma evolução necessária na forma como os edifícios são geridos. A tecnologia permite não só resolver problemas com mais agilidade, mas, principalmente, evitá-los antes mesmo que ocorram. E ao incorporar o BIM como plataforma integradora de informações, a manutenção atinge um novo patamar de eficiência e controle. O futuro da gestão predial é digital, conectado e cada vez mais inteligente.