Servidores BIM: Nuvem x Físico

Servidores BIM / Fonte: SpBIM
Servidores BIM / Fonte: SpBIM

Atualmente, diversos serviços estão sendo oferecidos na modalidade de nuvem ou streaming, podemos acessar filmes, séries, músicas, armazenar fotos, vídeos, documentos, sem utilizarmos nossos próprios hardwares de armazenamento, somente sendo necessário uma boa conexão à internet. A possibilidade de adquirir um serviço que oferta um espaço virtual para armazenamento, possibilita que a informação seja acessada remotamente de qualquer ambiente com acesso à internet, tornando o acesso aos dados mais democrático geograficamente, neste artigo iremos abordar sobre os servidores bim: Nuvem x Físico

Toda essa estrutura, presente nas chamadas Nuvens, não poderia ficar de fora do universo BIM. A sua entrada no conceito BIM permite que as informações sobre os modelos e empreendimento estejam ao alcance de todas as partes simultaneamente, facilitando a integração entre as mesmas.

AMBIENTE COMUM DE DADOS (CDE)

O surgimento de nuvens específicas para o BIM, possibilita a melhor organização dos dados e informações, a fim de melhor gerenciar os processos presentes em determinados projetos. Os Ambientes Comuns de Dados – Commom Data Environment (CDE) – como são chamadas as nuvens específicas para a metodologia BIM, oferecem a organização e as ferramentas necessárias para um gerenciamento otimizado do projeto. Além de oferecer benefícios específicos para a metodologia, a característica de nuvem, possibilita o acesso dos dados de qualquer localidade e por qualquer parte interessada do projeto.

CDE Fonte: SpBIM

GESTÃO ELETRÔNICA DE DOCUMENTOS

No cotidiano da construção civil, todo e qualquer projeto, de pequeno ou grande porte, possuem diversos documentos, projetos, boletins, entre outros documentos, sendo que quanto maior o projeto, maior a quantidade de documentos para o gerir. Sendo assim, a Gestão Eletrônica de Documentos (GDE) ou GED, surge para proporcionar aos projetos uma maior organização de seus documentos, otimizando assim determinados processos.

Muitas empresas possuem um formato de organizar seus arquivos dentro de sua própria rede, uma identidade de organização que promove uma facilidade no manejo de arquivos dentro da própria empresa. Porém, quando vamos para o âmbito da GED, que possivelmente pode estar inserido dentro de um CDE, a organização deve ser feita de forma universal, para que todas as partes/disciplinas, mesmo sendo de empresas diferentes, possam se comunicar de forma eficaz e eficiente.

GED / Fonte: Tecnoset

Dessa forma, um projeto que se utilize de uma única Gestão Eletrônica de Documentos beneficia-se com uma melhor organização de seus arquivos de modo que esta organização promove uma facilidade no processo de pesquisas de arquivos, caso esses sejam arquivados com datas ou nomenclaturas específicas. Outro benefício proporcionado é a melhoria no processo de comunicação, pois um projeto que possui arquivos documentados digitalmente, permite revisões mais rápidas e frequentes, aumentando a produtividade e diminuindo o retrabalho dentro do projeto. E por fim essa organização, otimiza as comunicações, revisões e pesquisas, permitindo a aceleração de processos e a diminuição de riscos, diminuindo os custos do projeto e aumentando a confiabilidade do cliente.

Caso queira ler mais sobre GED, escrevemos um artigo sobre o assunto: O que é um GED?

INVESTIMENTO

A maioria dos Softwares são oferecidos no mercado na modalidade de Software as a Service (SaaS), sendo assim, a empresa adquire o serviço através de uma mensalidade ou anuidade, e não executa, como era comum há alguns anos, a compra do software como um produto, tendo que renovar a compra a cada atualização. O Saas vem para proporcionar aos assinantes a atualização dos Softwares sempre que houver uma disponível. Com os Servidores BIM não seria diferente, os servidores também são oferecidos no mercado na modalidade de SaaS, juntamente com os benefícios dessa modalidade.

Fonte: SpBIM

A inserção de um Servidor BIM no cotidiano de uma empresa, por mais que proporcione um custo direto no caixa, gera um aumento no nível de organização e na otimização das atividades, proporcionando às equipes menos perda de tempo que poderiam aplicar na elaboração de mais projetos, assim aumentando a receita da empresa, ou na diminuição do número de funcionários, diminuindo os custos, balanceando o orçamento e otimizando suas atividades, independente da escolha da empresa de como adaptar-se ao novo cenário. Alguns softwares disponíveis para trabalho na nuvem são: Trimble Connect, ProjectWise 365, BIM360, BIMSync, Bimtrack.

NOVO CONCEITO DE SERVIDOR – AUTODESK FORGE

Dentro das opções entre os servidores BIM presentes no mercado, onde pode-se obter uma enorme organização dos arquivos do projeto, há um que vale ser destacado, tanto por ser um dos mais atuais como por sua proposta inovadora. O Autodesk Forge, além de proporcionar o armazenamento a seus usuários, também permite a elaboração de modelos diretamente da nuvem, não fazendo-se necessário a aquisição de um Software para a modelagem e outro para o armazenamento.

Além de oferecer esse benefício de modelar diretamente na nuvem, que evita a perda de dados, pois a modelagem através da rede garante que o modelo sempre estará salvo no servidor, o Autodesk Forge, também permite a criação de API`s, o que faz o usuário ser capaz de criar uma ferramenta ou aplicativos que o auxiliem em determinados processos, ou utilizar API`s de outros usuários. As ferramentas e novidades presentes no Autodesk Forge são mais abordadas em nosso artigo específico sobre.

CONCLUSÃO:

No mercado da construção atual, existem diversas ferramentas e softwares que vêm para otimizar, e até mesmo eliminar, alguns processos braçais e repetitivos, porém, o mercado da construção civil é uma das áreas que menos inovam no país, segundo uma pesquisa feita pelo IBGE, possuído um percentual de inovação de apenas 30%.

Para nós da SPBIM, temos ambos a utilização dos servidores físico e na nuvem em nossos trabalhos com construtoras e incorporadoras. O fato de muitas empresas e escritórios não se adaptarem à essas novas tecnologias, atrasam o avanço na área da construção, porém, com a promessa de grandes otimizações, a tecnologia as força a adaptar-se, pois, a partir do momento que uma única empresa se utiliza desses recursos, as demais acabam tornando-se menos competitivas no mercado, tendo que se atualizarem para manter seu poder em relação à concorrência.

O que é um ambiente comum de dados (CDE)?

O CDE (Commom Data Enviroment), conhecido no Brasil como Ambiente Comum de Dados, é um repositório digital onde as informações de um projeto como modelos, relatórios, planilhas e cronogramas, são concentradas e gerenciadas, permitindo que todos que compõem o projeto possam acessá-las.
Dessa forma, ao concentrar os dados, os membros da equipe acessam todas as informações necessárias em uma mesma fonte, fazendo com que a comunicação e colaboração entre todas as partes interessadas no projeto seja melhorada e erros/duplicações sejam reduzidos.

COMPONENTES DE UM CDE (COMMOM DATA ENVIRONMENT)

Como mencionado anteriormente, um CDE (Commom Data Enviroment), é caracterizado pelo armazenamento de informações (dados), então o que o diferencia das demais de ferramentas de armazenamento, como por exemplo o Google Drive, Dropbox, Mega ou Onedrive é o seu gerenciamento de processos, que permite uma otimização na análise rápida dedos.

– ACESSIBILIDADE: Cada projeto possui uma hierarquia entre seus participantes (colaboradores, diretores, projetistas, etc), portanto, a gestão de dados no CDE (Commom Data Enviroment – Ambiente Comum de Dados), deve permitir que essa hierarquia se mantenha dentro do controle de dados, para que pessoas que não façam parte de tal processo, área ou empresa, não altere os dados que não lhe são pertinentes, esse controle é pré-estabelecido no início do projeto e é determinado pelo PEB. Esta medida, além de proporcionar uma segurança ao projeto, permite a restrição de dados entre membros de uma mesma empresa, para que não haja espionagem empresarial.

– RASTREABILIDADE: Por ser um ambiente em que se acompanha um projeto em todo seu desenvolvimento, o CDE (Commom Data Enviroment – Ambiente Comum de Dados) deve ser capaz de elencar todas as alterações que ocorreram durante os processos e informar quais pessoas foram responsáveis por essas mudanças, para que não ocorram processos de retrabalho, perda de dados e dados desatualizados.

– FORMATO DE DADOS: O CDE (Commom Data Enviroment – Ambiente Comum de Dados) por ser um ambiente colaborativo, permite que diferentes empresas trabalhem em um mesmo projeto, porém, essas empresas podem possuir fluxos de trabalho distintos, o que pode acarretar na utilização de diferentes ferramentas. Sendo assim, o CDE deve suportar e vincular (linkar) os dados dessas diferentes ferramentas, portanto deve ser capaz de ler e armazenar diferentes tipos e formatos de arquivo. Um dos tipos de arquivo relevante de se conhecer e que também é aceito pelo CDE (Commom Data Enviroment – Ambiente Comum de Dados), é o BCF, um formato de arquivo aberto que facilita a comunicação entre seus usuários, pois caso haja alguma inconsistência em dados, informações e modelos, o BCF (BIM Collaboration Format) permite a criação de um comentário associado à posição do elem00ento, sendo assim, sempre acompanhando o objeto/dado hospedeiro até a sua solução. Outro formato de arquivo que é obrigatório um CDE (Commom Data Enviroment – Ambiente Comum de Dados) é a capacidade de suportar o IFC, um formato de arquivo que permite o intercâmbio de informações entre diferentes plataformas BIM, como por exemplo, um mesmo modelo ser lido tanto em Revit, Archicad, Vectorworks e Sketchup graças ao formato IFC (Industry Foundation Classes). Algumas dessas plataformas permitem visualizar e realizar uma detecção de colisão (Clash Detection).

FASES DE UM PROJETO DENTRO DO CDE (COMMOM DATA ENVIRONMENT)

Como o ambiente de um CDE (COMMOM DATA ENVIRONMENT) condensa muitos dados sobre determinado projeto, faz-se necessário uma organização de fases para que os arquivos possam ser filtrados. Conhecimentos em gerenciamento ou EAP são relevantes, portanto iremos abordar as quatro fases de um dado ao ser inserido em um CDE (COMMOM DATA ENVIRONMENT).

  1. FASE – WORK IN PROGRESS (WIP) | TRABALHO EM ANDAMENTO
    Essa é a fase de entrada de todos os dados. Simboliza que determinado dado ainda está sendo modificado/elaborado, sendo assim, futuramente haverá uma versão mais completa, portanto um arquivo nessa fase demonstra às demais partes que está em seu processo de criação mas não deve-se ser utilizado para as próximas fases.
  2. FASE – COMPARTILHADO
    Após sair da fase de WIP (Work In Progress), o dado entra na fase de compartilhamento, que informa aos demais usuários do CDE (COMMOM DATA ENVIRONMENT) que o arquivo ainda pode sofrer alterações, porém, já contém dados confiáveis o suficiente para ser utilizado em fases posteriores.
  3. FASE – PUBLICADO
    Fase que pode ser comparada como a fase de “projeto executivo”, pois todos os dados presentes são definitivos e podem ser encaminhados para a próximas etapas, porém, podem ainda sofrer alterações, mas alterações nessa fase não são vistas com bons olhos.
  4. FASE – ARQUIVADO
    Quando um arquivo já deixou de ser utilizado, porém deve ser mantido por quesitos legais, como por exemplo um projeto em fase de AsBuilt, ele é elencado como “Arquivado’ no CDE (COMMOM DATA ENVIRONMENT). Esta fase pode ser subdividida em 2 partes, o “Arquivado Válido” que identifica que um determinado arquivo está arquivado, porém atualizado e pode ser utilizado para consulta e a fase do “Arquivado Desatualizado”, onde o arquivo já não condiz com a etapa que o projeto se apresenta.
SpBIM CDE
Fonte: SpBIM

CDE’s MAIS UTILIZADOS NO MERCADO

Como podemos observar, um CDE (COMMOM DATA ENVIRONMENT) é uma ferramenta poderosa para a elaboração de projetos, sendo assim muitas empresas enxergam seu potencial e criam plataformas para fornecer esse serviço, portanto abaixo seguem exemplos de algumas plataformas:

BIM AEC SCENE
Fonte: BIM 360 | AEC SCENE

Caso queira saber mais sobre o assunto, escrevemos um artigo sobre: O que é o BIM 360?

Trimcle Connect
Fonte: Trimcle Connect | Trimble

Caso queira saber mais sobre o assunto, escrevemos um artigo sobre: que é o Trimble Connect?

BIMSYNC
Fonte: BIMSYNC

Caso queira saber mais sobre o assunto, escrevemos um artigo sobre: O que é o BIMSync?

CONCLUSÃO:

Nós da SPBIM entendemos e utilizamos o CDE (COMMOM DATA ENVIRONMENT – AMBIENTE COMUM DE DADOS), compreendemos a necessidade de uso do CDE em um determinado projeto, pois promove a maior otimização possível em seus processos, pois todas as áreas em conjunto podem construí-lo, o que possibilita evitar retrabalhos, decisões que influenciam outras áreas negativamente e também perda de informações entre versões/arquivos, tornando o projeto em algo orgânico e contínuo.