BIM em seu vasto universo tem alterado o cotidiano e a realidade de muitos profissionais e empresas da construção civil, alguns termos possuem uma ampla relevância no contexto com o BIM podendo até alterar a maneira de como desenvolvemos projetos e executamos as obras, o que impactara no planejamento, coordenação e na realização de contratos.
Argumentos como: BIM3D, BIM4D, BIM5D, BIM mandate, LOD, PEB, EAP, Decreto BIM, Template, Showroom, Parede Cebola e Composta são normais no cotidiano de escritórios de arquitetura e engenharia que trabalham em BIM e todos sobrepõe um dos principais termos: “Modelo Federado” onde tem alterado o processo de troca de informação, visualização entre as disciplinas e como são realizados os entregáveis BIM.
Afinal o que significa modelo federado?
O termo modelo federado é a união de todos os modelos das disciplinas realizada pelos projetistas unificados em um único ambiente virtual no qual compõem um empreendimento. O fluxo de trabalho deverá ser conectado de maneira a permitir a interoperabilidade entre as disciplinas agilizando a comunicação e o desenvolvimento durante o projeto.
Para funcionar a federação recomendamos a segmentação alinhada entre as partes e a utilização das mesmas bases de coordenadas geográficas e bases cadastrais com modelos nativos e IFC. Por exemplo, a arquitetura poderá fazer o EP (estudo preliminar) e disponibilizar as bases de modelo em .rvt (Revit), .pln (Archicad) ou em IFC para que os demais projetistas como estrutura de concreto, metálica, elétrica, hidráulica entre outros possam desenvolver o modelo posicionados corretamente. Outro ponto relevante é o uso do CAD demasiado durante a modelagem, nós recomendamos trabalhar com formatos BIM, pensamento contrário praticado pelo mercado acostumado com o método “tradicional cad” onde dificulta o processo de interoperabilidade e troca de informação.
A federação do modelo ocorre em softwares de análise e gestão como (Navisworks, Solibri, Trimble Connect, Tekla BIMsight). A utilização da federação ocorre com foco nos Usos do BIM como: compatibilização, quantificação, planejamento, orçamento e apresentação como exemplo.
Este processo permite a detecção de colisão o famoso “clash detection”, outro ponto fundamental é que podemos fazer uma distinção interna no modelo federado em: Modelo Federado da disciplina e o modelo federado do empreendimento. Podemos compreender com o seguinte exemplo: imaginem um modelo de arquitetura de uma torre em LOD 300(o que é LOD?) com a atual tecnologia de hardware e software não há como compor uma torre em apenas um arquivo em uma única maquina, portando o modelo é unificado em uma única torre por meio arquivos referenciados aos pavimentos sendo um arquivo para o térreo, um para cobertura, um para o pavimento tipo e etc. todavia não adianta a arquitetura elaborar os seus arquivos com um processo diferente da elétrica ou estrutura por exemplo, com isso, é necessário um apoio profissional ou em conjunto com experiencias em planejamento e coordenação de projetos para elaboração de uma EAP de Projeto, onde a partição será determinada e em seguida unificadas com os pontos mais relevantes de uma edificação como no exemplo a seguir:
A importância do modelo federado no BIM?
Como vimos anteriormente podemos considerar o modelo federado como a personificação da interoperabilidade no qual é responsável pela comunicação entre as disciplinas, a importância do modelo federado se dá na necessidade de obras com maior qualidade e ao mesmo tempo atender as maquinas utilizadas em campo “obra”, otimizando o processo e tornando mais condizente com a realidade. Outro ponto relevante, durante o ciclo de vida do empreendimento desde sua concepção até seu retrofit, passando até mesmo pelo BIM 7D (Gestão e Manutenção dos equipamentos; (Digital Twin) com todas as informações pertinentes aos empreendimentos que serão retiradas e retroalimentadas do Modelo Federado.
CONCLUSÃO:
O modelo convencional de contrato clássico x contrato de consumo não contempla a atuação do modelo BIM atual, portanto o mesmo contempla com maior proximidade o contrato IPD ou contrato chamado de “aliança de projeto”.
Nós da SpBIM como consultores e profissionais entendemos e compreendemos as realidades tanto dos projetistas quanto das construtoras, onde é necessário compreender ambas as partes para formalizar um Plano de Execução BIM condizente com a escala de projeto e fluxo de trabalho necessário para o sucesso do empreendimento. Portanto recomendamos e incentivamos a utilização do Modelo Federado de maneira controlada e orquestrada de forma que o desenvolvimento dos projetos ocorra de maneira fluida em suas multidisciplinaridades e na integração no workflow dos projetos.