Que a internet se tornou essencial para o cotidiano das pessoas em o todo mundo já sabemos, agora qual é o melhor sistema quanto a qualidade na troca de informações e velocidade da internet no dia a dia de um escritório de projetos ou construtoras?
Neste artigo buscamos demonstrar como as variações da internet FIBRA ÓTICA vs CABO impactam na velocidade de troca de dados no BIM?
BREVE HISTÓRIA
Antes de apresentarmos as principais variações entre a internet a cabo e fibra ótica é preciso entender um pouco porque a internet foi desenvolvida. Internet ou rede mundial de dados trata-se de uma rede que teve o desenvolvimento inicial ainda no período da Guerra Fria, em meados da década de 1960, visando a comunicação e armazenamento de dados do exército norte-americanos em caso de queda dos sistemas tradicionais de comunicação da época, além da descentralização das informações, sendo conhecida por ARPNET ou “mãe da internet contemporânea” em pleno século XX.
Os testes mais promissores foram feitos entre na Universidade da Califórnia, Instituto de Pesquisa de Stanford e na Universidade de Utah, tendo o seu primeiro grande feito marcado pelo Wide Area Network ou apenas WAN (Rede de Longa Distância), que permitiu a comunicação entre os computadores do tipo TX2 e Q-32 em diferentes cidades americanas através do cabos de rede. A partir daí a tecnologia continuou avançando de forma acelerada, tendo centenas de computadores conectados ainda na década de 1970.
Até então o termo “internet” popularmente conhecido e entendido nos dias de hoje ainda não havia sido citado, sendo utilizado apenas após o desenvolvimento do TCP/IP por Vint Cerf e Bob Kahn, que trata-se de uma série de protocolos de transmissão de dados que visa facilitar a comunicação entre redes, garantindo que não fosse necessários realizar alterações de interface e que os pacotes de dados enviado chegassem na mesma ordem que foram enviados, sendo utilizado até os dias de hoje e intitulado como o principal serviço de INFRAESTRUTURA DE INFORMAÇÃO GLOBAL desde 1983 – até meado dos anos 1990 era utilizada principalmente para troca a de e-mails entre cientistas do meio acadêmico e entre o próprio governo.
Foi a partir daí que a internet se firmou como o principal meio de comunicação mundial, surgindo então diversos sistemas que ampliam a experiência de comunicação e armazenamento de dados, como é o caso do primeiro site da internet o World Wide Web (WWW) e desde então a tecnologia da informação vem avançando cada mais, tendo novidades significativas em pouco tempo, como é o caso do armazenamento de dados via nuvem (2000) – um avanço significativo que só foi possível após tantas outras tecnologias dedicadas a ciência da comunicação que vem sendo desenvolvida ao longo dos anos, passando de uma ciência exclusiva dos governos e instituições de ensino, para um serviço comum à empresas e usuários pessoais.
No Brasil a internet comercial e com maior acesso aos públicos começou a ser instalada apenas em 1998, após 27 anos de sua criação, como o estabelecimento da Lei Geral das Telecomunicações (LGT, Lei nº 9.472, de 16 de julho de 1997) e criação da agência reguladora nacional Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações). O objetivo da LGT associada a emenda constitucional de 1995 era a não monopolização do fornecimento de serviços de telecomunicação no Brasil, detido pela Telebrás, permitindo assim que empresas privadas de provedores de internet pudessem expandir seus negócios em todo o território nacional, tendo maior valor competitivo e possibilitando o acesso à web ao maior número de brasileiros possíveis – privilégio das universidades e do governo até então.
INTERNET NO BRASIL
A princípio a principal forma de conexão nacional era via internet discada ou Dial modem, uma conexão via linha telefônica, tendo velocidade instável e chegava 56,6kbps no máximo. Além da lentidão de conexão, ainda apresentava diversas restrições como por exemplo: o computador precisava ficar ao alcance do fio e o telefone não poderia ser usado enquanto a internet estava conectada, além do alto custo fazendo como que os usuários optassem pelos horários com menores tarifas (madrugada e finais de semana).
Aos poucos a internet discada foi avançando, passando da xDSL para a tão conhecida Banda Larga. Com o desenvolvimento dessa nova forma de se conectar com a web possui diversas variações e foram sendo desenvolvidas como a internet móvel, via rádio, DSL (Digital Subscriber Line), chegando na Internet a Cabo e Internet de Fibra Ótica.
A conexão Internet a Cabo é sem dúvidas a mais popular e é utilizada de forma muito significativa nos dias de hoje, com o aumento da velocidade de conexão podendo chegar até 128kbps – sendo 55% mais rápida que a discada, independente da linha telefônica e foi uma tecnologia importada das famosas TV a Cabo, sendo muito comum empresas do gênero também fornecerem esse tipo serviço.
Por tratar-se de informações transportadas por cabo de cobre, diversos pontos negativos são atribuídos a essa forma de conexão. Como por exemplo:
- Alta demanda por espaços para armazenamento dos cabos
- Fragilidade dos fios de cobre as intempéries do meio externo
- Complexibilidade na manutenção, causando uma entrega inferior da velocidade contratada resultando em insatisfação do cliente.
A partir das necessidades de uma melhor conexão e maior velocidade no transporte de dados, foi empregado a utilização da fibra ótica/fibra de VIDRO ULTRADURO, tendo por base a sílica material mais rentável do que os metais utilizados nos cabos de cobre, pois são abundantes na natureza. A tecnologia de fibra ótica permite que os dados sejam transportados através da reflexão da luz no seu interior, assim transmitido os dados de forma mais rápida na VELOCIDADE NA LUZ.
Imaginamos que o vidro fosse um material frágil, mas não, a fibra utilizada possui a espessura de um fio de cabelo humano com resistência a altas pressões, temperatura e à tração, podendo resistir a até 42 toneladas por cm². Resultando em menos interferências eletromédicas, maior velocidade associada a maior quantidade de dados transportado.
Além de tratar-se de material de alta resistência e com alta estabilidade na conexão esse tipo de tecnologia apresenta maior SEGURANÇA E PRIVACIDADE DOS DADOS, afinal não tem como as luzes emitida para levar as informações a saírem do cabo, fazendo com que a segurança e privacidade dos dados sejam mantidas. Mesmo com tantos pontos positivos ainda não está disponível em massa para os usuários do mercado brasileiro, devido ao custo elevado e manutenção especializada, mas esse cenário tende a melhor por incentivo das empresas privadas que solicitam de forma maciça esse tipo de conexão e por ser um exigência em alguns tipos de serviços como é o caso do BIM por exemplo.
IMPACTOS DA CONEXÃO DA UTILIZAÇÃO NO BIM
Agora que entendemos um pouco de como a maior tecnologia do século XX se desenvolveu ao longo dos anos, vamos entender sua relação com os Modelos de Construção Virtual. O atraso na utilização da internet no Brasil também influenciou a difusão do BIM nas construções nacionais, prejudicando então a gestão e o resultado das obras.
Convenhamos que um dos pilares do BIM é a Tecnologia, e de fato a falta deste tipo de recurso nos prejudica.
Uma das principais vantagens do BIM está diretamente relacionada simultaneidade da utilização das informações da construção, troca de informações em tempo real seja entre os colabores da obra, entre projetistas e até mesmo entre obra e projetistas.
Toda essa comunicação só é possível a partir da utilização da internet, afinal sem ela a metodologia não estaria sendo aplicada de forma efetiva, voltado então para o método tradicional. Logo para que diversos usuários estejam conectados de forma simultânea em um mesmo arquivo, como são feitos os trabalhos colaborativos em Modelo Federado, é necessário uma conexão estável, com alta velocidade na transferência de arquivos (download e upload) e um dos principais e mais difíceis desafios dos espaços atuais é a falta de espaço para armazenamento dos dados e fios de comunicação, viabilizando a utilização dos serviços de armazenamento via nuvem como nos softwares BIMSYNC, BIM360, usBIM.platform, BIMCOLLAB, BIM TRACK.
Os três pontos apresentados acima tornam viável a utilização metodologia BIM em todas as etapas do ciclo de vida da construção (LOD), a ausência dessas características faz com que o trabalho seja ineficiente, resultando em atrasos nos prazos, triplicando o retrabalho e incoerências entre projeto e execução em obra.
Agora nos perguntamos: qual tipo de conexão de internet escolher? Veja abaixo os prós e contras entre a Internet a Cabo e Internet de Fibra Ótica:
CABO
Prós:
- Maior velocidade em relação a formas das conexões anteriores (internet discada)
- Independência da linha telefônica
- Baixo custo em relação a outras tecnologias mais avançadas
- Serviço prestado pela maioria das empresas de internet nacionais
Contras
- Demanda de espaço para passagem de fios
- Alto custo de manutenção pela fragilidade do material
- Instabilidade da velocidade da internet
- Interferência na emissão de campos eletromagnéticos
FIBRA ÓTICA
Prós
- Estabilidade de conexão
- Dimensões reduzidas, demandando poucos espaços de armazenamento
- Material mais durável e resistente
- Maior velocidade no download e upload da dados
- Privacidade dos dados
Contras
- Serviço pouco difundido no Brasil
- Manutenção por equipe especializada
- Custo final pouco acessível para usuários domésticos
CONCLUSÃO:
Ficou claro como a internet é essencial para o bom andamento de projetos e gestão em geral na metodologia BIM, sendo essencial uma alta velocidade na transferência e recebimento de dados, portanto nós da SPBIM indicamos para nossos alunos e clientes a contratação de serviços de fibra ótica, prezando assim pela eficiência da comunicação e troca de informações juntamente com toda a equipe envolvidas nas etapas do ciclo de vida de empreendimento.