No campo do gerenciamento de projetos, a Estrutura Analítica de Projetos (EAP) origem do inglês Work Breakdown Structure (WBS) é a divisão e subdivisão de entregas do trabalho que será desenvolvido em grupos “componentes” menores que facilitarão uma estrutura hierárquica e priorizará na programação essas atividades e produtos tornando o processo de gerenciamento com maior facilidade na gestão.
Abaixo um exemplo simples de EAP para uma reforma de apartamento como exemplo:
Sua visualização ocorre em uma estrutura em árvore destinada as entregas nas fases do ciclo de vida do empreendimento ou por sub-projetos (deliverables) que precisam ter um início, meio e fim, cujo objetivo é a conclusão.
QUAIS SÃO OS OBJETIVOS DE UMA EAP?
Identificar e visualizar os elementos finais (produtos, serviços e resultados a serem obtidos e executados durante o projeto). A EAP servirá na grande parte do tempo como maior aliado durante o planejamento e coordenação de um projeto.
A principal ferramenta para descrever o escopo do projeto (trabalho que será realizado) é a estrutura analítica do projeto (EAP). Um projeto sem planejamento se torna um projeto sem prazo, custo e gerenciamento, ou seja, não é um projeto.
A Work Breakdown Structure (WBS) ou EAP é um processo comum em pequenas e grandes empresas. Para criar uma EAP não precisa ser o gerente do projeto, mas sim desenvolvida junto com a equipe de execução do projeto que está comprometida e fará a projeto acontecer, bem como para as demais partes interessadas chamados de “stakeholders” tais como: clientes, investidores, gestores e fornecedores.
COMO CRIAR E UTILIZAR UMA EAP NO BIM?
Ao criar uma EAP, devemos enxergar o projeto como um todo, deverá ser o mais completo possível, pode ser genérica inicialmente até ganhar corpo o suficiente com o decorrer da reunião de planejamento e coordenação. No término desta reunião haverá informações o suficiente para tornar possível a medição durante o progresso, porém não precisara “explodir”, ou seja, detalhar de forma minuciosa, pelo contrário, poderá tornar um obstáculo durante à realização do projeto.
Uma metodologia interessante é a regra do 8-80: Pacotes de trabalho que ocupe entre 8 e 80 horas de duração. Servirá de entrada no desenvolvimento da agenda para delegar e atribuir funções e responsabilidades, administrar riscos na tomada de decisões.
Existem algumas referências na web para criação de uma EAP, como:
Abaixo um exemplo simples de EAP para Projetos no BIM direcionado para modelagem de um prédio:
Não existem regras quanto aos níveis de decomposição. Cada gestor de projeto ou membros da equipe devem segmentar da forma que consiga se comprometer e entregar o produto final, dessa forma o projeto não ficara tão genérico, assim todos entenderão do que deve ser feito e quando. Nós da SpBIM utilizamos Metodologias Ágeis associadas a EAP para ter controle absoluto durante o desenvolvimento como o SCRUM e Design Thinking.
FUNDAMENTOS DE UMA EAP
Um dos mais importantes fundamentos para o projeto de uma EAP é a utilização da regra dos 100%. O (PMI) Project Management Institute define a regra 100% como:
“A Regra 100%… estabelece que a EAP inclui 100% do trabalho definido pelo escopo do projeto e captura todas as entregas – internas, externas, intermediarias – de forma ao trabalho estar completo, incluído o gerenciamento do projeto. A regra dos 100% é um dos mais importantes princípios que guia o desenvolvimento, decomposição e avaliação da EAP. A aplicação desta regra vale para todos os níveis na hierarquia: a soma de todos o trabalho dos níveis “filhos” deve ser igual a 100% do trabalho representado pelo “pai” e a EAP não deve incluir qualquer trabalho que saia do escopo existente do projeto, isto é, ele não pode incluir mais do que 100% do trabalho… É importante lembrar-se que a regra dos 100% também se aplica ao nível de atividades. O trabalho representado pelas atividades de cada pacote deve produzir 100% do trabalho necessário para completar o trabalho do pacote”
A regra dos 100% demonstra o produto ofertado e o combinado com o contratante, não pode ser maior e nem menor do que 100%.
NOMENCLATURA E CODIFICAÇÃO DE UMA EAP
A utilização de um sistema de codificação para os elementos da EAP é comum que seja desenvolvida conforme a necessidade pontual, porem deverá ser simples e com a numeração cronológica. Utilizar códigos é muito mais fácil de organizar, combinar e identificar. A estrutura deverá seguir uma estrutura hierárquica vigente entre estes elementos. O exemplo mais comum é:
X.Y.Z – DESCRIÇÃO.
- 1 – TORRE A
- 1.1 – ANDAR
- 1.1.2 – PAVIMENTO TÉRREO ou 1.1.3 – SUBSOLO
Neste exemplo vemos as letras X.Y.Z de maneira hierárquica onde o X é o principal e os demais vem como efeito arvore ou cascata de acordo com a informação que vira ao abrir a arvore. Como exemplo clássico na organização de pastas do Windows ou Mac por exemplo.
CONCLUSÃO:
Para obter bons resultados em softwares de arquitetura e engenharia, seja nos segmentos de projetos, planejamento e orçamento devemos criar dentro de uma organização uma linguagem que será comum para possibilitar comunicação efetiva e o pleno entendimento durante a evolução desse planejamento em um empreendimento.
Essa estrutura é definida como EAP, onde criamos pacotes trabalho compactos e com inteligência de produto, gerenciável e com uma estrutura lógica de trabalho integrado. No BIM podemos notar diversos benefícios como no orçamento, planejamento, análise de riscos, relatórios rápidos, gerenciamento macro e total bem como a automação com aplicação do BIM 4D e BIM 5D. Ter uma visão completa do processo, dos recursos tecnológicos, produto final será vital para o sucesso de uma EAP e o BIM funcionarem, softwares como de Modelagem BIM no Revit da Autodesk é possível integrar dados aos serviços durante a elaboração do planejamento no MS-Project ou Primavera por exemplo, no fim automatiza-lo com outro componente importante do BIM 4D e BIM 5D o Navisworks.