Comparação entre Solibri x Navisworks para checagem de modelos
A checagem de modelos BIM é uma etapa essencial para garantir qualidade, compatibilidade e conformidade técnica em projetos de Arquitetura, Engenharia e Construção. Entre as ferramentas mais utilizadas para essa finalidade, destacam-se o Solibri e o Navisworks, cada um com características, métodos de análise e aplicações específicas. A seguir, apresenta-se uma comparação estruturada entre essas duas plataformas, evidenciando seus diferenciais e contribuições para o processo de coordenação de projetos.

Capacidade de Detecção de Inconsistências e Regras de Verificação
O Solibri é reconhecido pela robustez de seu motor de regras, permitindo a criação e personalização de verificações complexas. Sua biblioteca de regras pré-configuradas cobre desde normas de modelagem até requisitos regulatórios, proporcionando análises detalhadas de qualidade do modelo. Essa abordagem garante maior automação na identificação de falhas, inconsistências geométricas e não conformidades de parâmetros.
Além disso, o Solibri oferece uma interface intuitiva para compreensão dos resultados das checagens. Os relatórios são claros, visualmente organizados e direcionados à tomada de decisão, facilitando a comunicação entre projetistas e equipes de coordenação. A precisão e a profundidade das análises tornam a ferramenta especialmente adequada para auditorias técnicas e controle de qualidade em nível avançado.

Já o Navisworks, embora capaz de realizar detecção de interferências (clash detection) com eficiência, não possui um sistema tão sofisticado de regras paramétricas quanto o Solibri. Sua força está na verificação geométrica e na simulação integrada entre disciplinas, porém, para análises normativas e verificações semânticas, exige configurações adicionais e, em muitos casos, workflows complementares.

Integração com Fluxos de Trabalho e Colaboração
O Navisworks se destaca pela excelente integração com o ecossistema Autodesk, permitindo sincronização facilitada com Revit, Civil 3D e outras ferramentas amplamente utilizadas no mercado. Essa conectividade favorece fluxos colaborativos, especialmente em projetos que utilizam ambientes comuns de dados baseados em soluções Autodesk. Sua compatibilidade com arquivos NWD e NWC também agiliza o processo de coordenação entre múltiplos projetistas.
Por sua vez, o Solibri foca mais na interoperabilidade por meio do formato IFC, sendo amplamente adotado em fluxos de trabalho openBIM. Essa característica o torna particularmente interessante para equipes multidisciplinares que utilizam softwares variados e desejam manter um ambiente de colaboração neutro e padronizado. A capacidade de leitura e interpretação avançada de IFC reforça a confiabilidade das informações durante a checagem.

Experiência do Usuário e Relatórios de Coordenação
O Solibri oferece uma interface orientada à análise, com ferramentas de filtragem, visualização e agrupamento que tornam o processo de revisão mais organizado. Seus relatórios, altamente configuráveis, permitem exportar informações de forma clara, seja para reuniões de compatibilização ou auditorias internas. Essa estrutura ajuda a transformar os resultados das checagens em ações práticas e bem documentadas.

O Navisworks, por outro lado, destaca-se pela flexibilidade de navegação no modelo e pela facilidade em revisar interferências identificadas. Sua interface favorece visualizações dinâmicas, animações e simulações 4D, sendo especialmente útil para a comunicação de decisões durante coordenação multidisciplinar. Os relatórios são efetivos, embora menos orientados às normas e regras de modelagem que os do Solibri.

Conclusão
Tanto o Solibri quanto o Navisworks oferecem soluções eficientes para a checagem de modelos BIM, porém suas vocações diferem conforme as necessidades do projeto. O Solibri é ideal para quem busca profundidade analítica, verificação normativa e rigor na qualidade do modelo, principalmente em fluxos OpenBIM. Já o Navisworks se destaca pela integração com o ecossistema Autodesk, pela coordenação geométrica e pela comunicação visual. A escolha entre eles depende do tipo de entrega desejada, do ambiente de colaboração e dos requisitos de verificação estabelecidos pela equipe ou contratante.